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segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Meu Mundo Caiu! - canta o Bush

É, de manhã escrevi que o tal pacote não serviria para "tapar o buraco da cárie da boca faminta" dos mercados financeiros americanos.
Mas ao menos serviria para secar a saliva desse apetite voraz que o Tesouro Americano apresenta.
A crise é brava mesmo, a ponta do iceberg cresce dia a dia com o aclaramento das nuvens que o cercam. E o pavor pelo seu tamanho submerso está virando assunto para filme de terror.
O Zé do Caixão deveria ser convocado pela imprensa para fazer a cobertura dos fatos econômicos nos EUA, daria mais realismo ao que está acontecendo.
A maior queda em Wall Street, na Europa, na Ásia.
A Bolsa Paulista fechou as portas gritando "não brinco mais... não brinco mais" depois da queda passar dos 10%.
Os estados neo-colonialistas europeus (que se auto-denominam neo-liberais para disfarçar a sacanagem) tiveram que intervir em duas instituições financeiras e injetar centenas de bilhões de euros na economia do papel higiênico.
Amanhã será o "day after" do neo-liberalismo, pois os estados tiveram que intervir no "genial mercado" que apodreceu, quebrou as bancas (suas e de seus investidores).
Mais desastre irá acontecer, não resta dúvidas.
Para quem tem dindin aplicado nesta jogatina só resta a figa, a reza, ou a janela do décimo andar como já fizeram muitos suicidas anteriormente com esses descalabros das bolsas.

Tempos melhores virão, a ganância financeira tomou uma forte estocada, somente os mais ingênuos - ou muito gananciosos - continuarão nesse jogo tolo que não traz crescimento real para as economias do mundo e, muito menos, melhoria de vida para a grande massa de explorados do planeta.

Crises doem mas são necessárias para o amadurecimento.

Que o resto do mundo tenha a decência de se afastar deste buraco negro que o americano criou e agora está se enterrando, e preservar seus recursos o mais possível, pois apesar de ser um capital especulativo, ainda é um capital, que servirá para financiar novos mercados, e trazer desenvolvimento para outros cantos do planeta.

Pacote Americano Jogo de Cena e só

Nem o Congresso americano acredita no pacote, esse é o fato.
O pacote original tinha 4 páginas, o acordão tem 100.
O Secretário americano queria uma conta gorda de 700 bi, um talão de cheque e todo o poder para fazer e desfazer.
Vai receber 250 bi e uns fios de marionete nas mãos controlados pelo congresso.
Este, por sua vez vai acompanhar os acontecimentos para ver se os 500 bi restantes vão ou não ser liberados.
Sinal que nem eles acreditam.
Só o Washington Mital, na semana passada precisaria de mais de 380 bi para tampar seu rombo.
Quem acredita que 250 bi resolverão os problemas do mercado no curto prazo também acredita em branca de neve e os 7 anões.
Aliás, somados chegam a 8, igual ao tal G8 que parece esta todo mancomunado nesta falcatrua e agora comem o mesmo papel azedo comprado a preço de ouro.

Para quem pensa que a recessão vai ser grande, acho que o paradigma será diferente.
O capital produtivo, sério, não acredita neste outro capital especulativo, que hoje está te ajudando e amanhã te deixa na mão. Não acredita e não coloca todas as suas fichas nele, com certeza.
Claro que 4/5 do dinheiro do mundo está em risco de desaparecer.
Mas é um dinheiro tão podre como os papeis hipotecários americanos.
Seu valor não é o mesmo que o valor do capital produtivo.

Se o mercado perdê-lo, vai ter uma drástica redução no consumo, principalmente naquele baseado no crédito e não na poupança.
Mas o mundo produtivo irá dar um jeito de financiar esse consumo mais comedido e maduro, mesmo que usando parte do que restou do capital especulativo que com certeza estará ávido por conseguir um meio de investimento mais seguro que o estelionato pós-moderno que acaba por ser descoberto.
Mesmo que os banqueiros do primeiro mundo sejam todos cúmplices deste golpe monumental (que provavelmente é muitas vezes maior que os US$ 700 bi) os investidores irão olhar com mais cuidado onde colocam suas suadas (e restantes) poupanças.

Talvez depois deste episódio, o mundo fique mais esperto, pense em princípios econômicos e não só financeiros, imediatos.
O desenvolvimento tem que ser sustentável, inclusive sob o ponto de vista da economia. Tal como se fez até agora mostrou que não é.

Não é pecado o capital ser remunerado quando investido em processos que gerem riqueza e bem estar. Este é o princípio de sua atuação, não o jogo e ganhar por ganhar, pois o perder faz parte deste jogo - como hoje está se vendo.

É isso.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Bolsas de Valores ou Cassinos

No mundo moderno dizem que existem 2 capitais: o produtivo e o especulativo.
Penso que o mundo adoeceu, distorcendo a tal ponto o significado do capital que passaram a denominar esse dinheiro, usado neste grande jogo de bingo que se tornaram as Bolsas de Valores do mundo todo, como capital, mas não passam de fichas passíveis de serem usadas numa roleta, num "21" ou num pocker qualquer.

A cada notícia vinda dos EUA, sobre o possível acordo de pagar US$ 700 bi para tentar comprar os papeis podres das mal administradas instituições financeiras americanas, causa frisson nos operadores e estes fazem a montanha russa financeira das bolsas subirem e descerem loucamente.

Fico me perguntando, será que as companhias ali representadas expandem ou encolhem no mesmo ritmo frenético das bolsas.
Claro que não, seu valor "especulativo" muda, mas sua realidade não, seu potencial de gerar lucros ou prejuízos não se altera.

Não estaria na hora de dividir-se cada bolsa de valores em duas:
Numa que leva a questão da produção a sério, com regras que estimulem os processos produtivos garantindo um mínimo de estabilidade para que aqueles que produzem no mundo possam fazê-lo com calma, com planejamento, expandindo o benefício de seus produtos àqueles que ainda passam carência dos mais diversos níveis de produtos, desde alimentos até confortos mínimos e;
Noutra que serve para o pessoal fazer seus jogos, com esse tal de capital especulativo. Cada país poderia escolher entre Las Vegas, Mônaco, ou qualquer outro grande centro de jogatina e lá instalar essa bolsa, mais ao estilo do local.
Não seria bom?
O mundo que quer levar as coisas a sério se livraria desse tipo de gente que gosta de jogo, como os banqueiros de Wall Street que blefaram para o mundo todo e agora querem um socorro para que o estado, ou melhor cidadão, americano pague seus prejuízos e mantenham uma pretensa credibilidade no mercado americano.
Dá pra acreditar?

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Sem FMI mas com FBI

A BBC anunciou que o FBI está e aprofundará investigações para apurar se as instituições financeiras não usaram indevidamente o "vigor de sua solidez" para captar recursos de investidores e aplica-los em papel podre.
Investigar porque?
A realidade mostra que isto aconteceu.
Aplicaram o 171 no mundo todo e agora vão investigar?

Mas algo tinha que ser feito a bem dos F's americanos, já que o FMI está absolutamente afônico, o FBI tem que mostrar algum serviço.
Mas qualquer que fosse o F a se manifestar tinha que vir com mais uma esparrela.

O golpe foi dado, todo o mundo sentiu a mentira deles, e não há nada o que fazer.
E isso é só a ponta do iceberg, pois todo o consumo americano pode estar sofrendo deste mal, um leve exagero de valores financiados.

"Meu mundo caiu", cantava a Maísa, hoje cantam os operadores das bolsas do mundo todo. Devem estar estudando a possibilidade de mudar de profissão ou terminar no hospício.

É isso.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

A crise é para quem?

O governo americano está propondo (desesperadamente) tirar US$ 700 bilhões de seus contribuintes.
O congresso quer discutir, o que deixa os maestros da gestão financeira americana no estado emocional mostrado abaixo (foto do G1)
Ben Bernanke presidente do FED (Federal Reserve)
Henry Paulson, secretário do Tesouro dos Estados Unidos

Parece que a coisa não vai bem por aquelas bandas.
Pior, mesmo sem terem conseguido a aprovação deste montante, os outros mercados estão "abrindo o bico" dizendo que esse total não é suficiente para resolver a crise.
E se só o dobro fosse resolver? imagino o FED convertido em uma tenda de candomblé, e o Paulson acima esbravejando em uma camisa de fôrça.

Deve ter muita gente olhando abaixo do nível do mar para ver com mais detalhe o tamanho do iceberg, e no susto do que vê sai berrando por aí: É maior, é maior!!!
A imprensa e os economistas - que parecem não fazem a economia, só tentam toureá-la que o que a competência lhes permite - deixam o louco berrante do "é maior" de lado e se atem àquilo que dá para filmar e mostrar no noticiário.

Mas acho que os loucos é que tem razão: o buraco é mais embaixo.
As demais economias do primeiro mundo (que permitiram , levianamente, que suas poupanças fossem aplicadas em papeis podres) ficam caladas, não querem aderir a medidas tão "heterodoxas" (lembram do termo?) de interferência do estado na economia de mercado.
É a negação desse negócio de neo-liberalismo (que foi a última desculpa para manter relações colonialistas neo-pós-multi-modernas seja lá o nome que se da à exploração dos mais fracos pelos mais fortes no mundo de hoje).
O Bush fez cara de limão azedo por ter que justificar a proposta de intervenção do estado na economia.
Mas que ninguém se assuste, não é nenhuma proposta comunista, lá o estado quer ver o povo pagando os desvarios do "mercado". Estão tentando adubar os jardins de todas as casas americanas com esterco de papel podre.

Mas tem uma pergunta que fica:
Algúem levou o dinheiro, ah! que levou, levou.
Se foram os próprios mutuários; (sei lá se são chamados assim por lá) que supervalorizaram seus imóveis e depois devolveram-nos pelo valor real, e embolsaram a diferença; esse "excedente emprestado" deve estar em algum lugar.
Talvez no invejável consumo americano, assim a roda gigante do maior mercado do mundo continua girar.

Mas o que aconteceu, no frigir dos ovos, é que os demais poupadores do mundo que compraram esse papel higiênico, ops! podre, pagaram o consumo do cada vez mais crescente mercado americano que parece ter um "que" de mentira, de falso.
Um consumo baseado num crédito que eu não precisarei pagar (porque é uma ação de estelionato pós-moderno, involuntário e avalisado por instituições financeiras) é uma mentira em termos de mercado, não tem e nunca terá liquidez.

Mas é isso o que o americano tem feito a muito tempo para manter-se como potência econômica.
Perde o resto do primeiro mundo que comprou papel higiênico usado como título de investimento.
Mas com a mentira vindo à tona, os grandes bancos americanos - todo-poderosos ao julgar o rumo de economias nacionais do terceiro mundo - foram à falência, não souberam cuidar das próprias calças o que significa que tudo o dito anteriormente por eles soa hoje como balela, de argumento "para inglês ver", só servia aos interesses do FMI que era o cobrador da máfia cujo "capo di capi" eram os EUA.

Falando em FMI, numa crise destas cadê o truculento cobrador que não dá seu pitaco neste "probleminha financeiro"?
A manter-se assim calado poderia fechar definitivamente as portas não é?

Bom, tem muita água (suja) pra rolar sob essa ponte.
Vamos assistindo de nariz tapado e olhos atentos.

sábado, 20 de setembro de 2008

Crise Financeira ou Econômica?

A economia americana, na contramão do restante do primeiro mundo, é baseada no crédito e não na poupança. É assim que a vejo deste meu pequeno universo terceiromundista.
Para que esse paradigma econômico funcione, é necessário que o crédito seja algo fácil de se adquirir.
Um sistema permissivo por excelência!
Como a realidade, apresentada ao mundo, pelo mercado americano é aquela anunciada pelas instituições financeiras todo mundo acreditou na palavra destas.
Até elas começarem a falir, e um negócio chamado "títulos podres" apodrecerem também os outros mercados financeiros que acreditaram neste estelionato pós-moderno.

Agora a sociedade americana está fazendo um plano "milagroso" para salvar as instituições financeiras da falência por terem aceitado crédito duvidoso (mentiroso na realidade).
Vão injetar de 30% a 40% do valor da dívida externa americana na "aquisição" destes créditos, que deverão ficar aguardando a boa vontade da economia americana e dos seus cidadãos-credores-falidos para resgatá-los.
O fato é que o estelionato pós-moderno já não está restrito ao universo dos cidadãos americanos, é conduta do próprio governo. Avalizado por ele.

Assistimos agora uma economia em ruínas, e não uma crise financeira.
Porque em ruínas?
Vejamos essa cronologia:

O início

Em 29 os EUA eram um país devastado pela grande depressão (imaginem eles olhando para a realidade atual).

Com a II Guerra (na casa dos outros claro) começa a ser o grande fornecedor de soluções bélicas, e vendo as oportunidades, apóia os aliados contra o Reich e torna-se o herói da guerra (aspecto que preconiza em milhares de filmes onde sempre o que se viu foi o exército americano agindo "gloriosamente" os outros não existiam). Ah! claro, com isso põe sua economia para funcionar novamente, exportando suas especialidades bélicas - tanto materiais como humanas).
Desenvolve-se nesta fase o grande potencial bélico que daí em diante o americano acredita ser uma mola para seu desenvolvimento.

Tempos de Glória
3. Com o fim da guerra e já "semi-enriquecido", víamos nele a super potência ocidental a se contrapor com os poderes marxistas representados pela URSS e o Maoismo entre outros de menor grandeza.
"Generosamente" ajuda na reconstrução da Europa, ainda com uma economia baseada no lastro em ouro (o Padrão de Ouro de Bretton Woods), tinha toda a credibilidade para tal.
Claro que as empresas americanas auferem altos lucros com a reconstrução da Europa e do Japão (70% do movimento financeiro relativo à reconstrução era voltado para o fornecimento de empresas americanas - "pequena" contrapartida para a ajuda), criando, paralelamente, um mercado potencial para seus futuros negócios.
A Guerra da Coréia afirma mais sua posição de novo herói.
Nesta fase desenvolvem o sentido de que "reconstruir" países devastados pela guerra é a melhor forma de colonizá-los.

Europa Recuperada
Com o restabelecimento das economias Européias, suas exportações para os EUA intensificam-se. Afinal o mercado americano era o maior do mundo e era lá que se encontravam as oportunidade de negócios.
Mas com o paradigma americano - que o tirou no fundo do poço na II Guerra - de fazer guerra e depois reconstruir os países devastados para auferir lucros estava estabelecido na mentalidade de seus líderes, resolve aplicá-lo contra o Vietnã. Afinal esse paiséco não iria representar grande ameaça e na sua "reconstrução" os EUA poderiam fortalecer suas posições no mercado asiático, contrapondo-se ao potencial hegemônico representado pela China maoísta.
Deu com os burros n'água. Aqueles pobres, fracos e tolos vietnamitas se opuseram à invasão americana como ninguém no mundo imaginara. Derrotaram o exército americano e, acredito, iniciaram a ruína do estado americano nesse momento. Inicialmente a moral americana, feita de vitórias, foi desbancada. O exercício da guerra lançou mão de instrumentos como a devastação ambiental, o uso incentivado de drogas, e outros mais hediondos ainda que provocou cicatrizes na nação que até agora estão tentando expurgar.
Guerra requer dinheiro, e o americano, então, imprime dólares para fazê-lo sem respeitar seu real valor. É aí que o dólar-papel passa a ser valorado independente de seu lastro em outro.
Vendo essa insegurança da moeda americana, a Europa começa a exigir a troca do dólar por ouro do Tesouro Americano, para poder se assegurar de seus créditos, cada vez mais crescentes com as exportações para os EUA.

A Reinvenção do Dólar ou Início do Estelionato Pós-moderno
Com a crise do petróleo de 1973, inventa-se o dólar baseado no comércio deste.
Estados Unidos e Inglaterra locupretam-se com um sistema que canalizava os petrodólares para suas instituições financeiras, emprestando o que não lhes pertencia a países que necessitavam de financiamento.
Vem então o maciço endividamento do terceiro mundo para adquirir o petróleo.
Uma década ou depois a quebradeira que se sucedeu começando com o México e todos os embates com o gestor desta agiotagem: o FMI, que os demais devedores tiveram que travar.

Cria-se neste momento o que Zigmunt Balman denomina "Economia líquida", onde o jogo do mercado não representa mais os reais valores dos títulos que são comercializados por ele, e sim o que eles representam como mera expectativa dos agentes econômicos.
Passada a década de 80, os EUA procuram novas guerras, para continuar rolando seu sistema imperial.
O Japão tem a primeira crise séria do capitalismo:
1. Desiste do consumo pelo consumo e começa a poupar desfreadamente,
2. Suas empresas não tendo mercado não tem como responder à poupança investida em suas ações,
3. Vê como saída a exportação e torna-se poderoso competidor no mercado mundial, ameaçando os setores econômicos da Europa e EUA.

A Coréia do Sul, segue o exemplo e se transforma em uma década em forte exportador.
A China com paradigma econômico inédito para a produção, onde o salário não visa atender as necessidades do trabalhador - "atendida" pelo estado - , mas sim uma mera poupança) invade o mundo com produtos que também revelam uma ética no mínimo inusitada, mas eficaz na penetração mercadológica.
Surge então a forte economia dos Tigres Asiáticos.
O Bush-pai inventa suas guerras, colocando fogo no já conturbado Oriente Médio. É a saída que o paradigma americano via como possível para um sucesso. Não perceberam que o modelo não mais se aplicaria na realidade dos anos noventa.
Endivida mais ainda o País, e aprofunda a crise.

Cresce o estelionato pós-moderno, o falso valor dos créditos concedidos ao americanos passa a ser alvo da poupança dos investidores do resto do primeiro mundo.
Afinal, prometiam bons lucros.

Mentirinha Transitória
O Governo Clinton, embarca em uma nova balela imperialista chamada neo-liberalismo, junto com o governo Britânico. Envolvem vários governos entre eles o Brasil, que no governo FHC vendar (que é uma conjunção de vender e dar) todo um conjunto de empresas estatais para grupos financeiros privados (muitos estrangeiros claro) e ainda financiava a tal compra com dinheiro público.
Acredito que o mesmo deva ter acontecido com outros países aderentes a esse "grande movimento de modernização da economia" na realidade nada mais que o "imperialismo pós-moderno" realizado diretamente pelos agentes econômicos e não mais pelo estado.
Se não foi uma ação selvagem, foi tão inescrupulosa e anti-ética quando as mais violetas intervenções, pois usurpou das nações "privatizantes" muito de sua poupança interna representada por essas estatais.
Oito anos menos violentos, mas não menos imorais.

A crise
O Bush-filho elege-se prometendo aos setores econômicos voltados à guerra e ao petróleo contrapartidas para sua campanha e para a economia dos EUA.
Vem o "feliz" 11 de setembro, pois justifica a guerra (aquela grande saída para a economia americana que ninguém acredita mais) e na sua caça ao Bin Laden invade o Iraque que está cheio de petróleo.
Aí ele quis ser mais inteligente juntou o paradigma guerra-reconstrução não com a construção de novos mercados (que no caso europeu e japones se voltaram contra eles), mas com a exploração do petróleo pelas empresas americanas, para suprir seu mercado.
Mas parece que não funcionou.
A economia, foi mostrando a sua fragilidade e a diferença representada pelo valor de uso do bem financiado e o valor "de mercado" (representado pelos papéis) mostrou-se uma mentira aberrante.
Não podendo pagar as prestações o cidadão devolve o bem, que levado a leilão só consegue resgatar uma pequena fração da dívida representada).
Isto é estelionato do próprio banco que emprestou (não consigo achar que banqueiro seria tolo a esse ponto), pois não apurou o valor de uso real do bem financiado.
Aí surge o tal "papel podre", mas que fora vendido ao tolo mercado financeiro mundial como bom investimento.
Ruiram todos, e perdem mesmo são os poupadores do primeiro mundo que investiram nessa mentira.
Na verdade, o que está ruindo é todo um sistema econômico-financeiro manipulado pelos espertos americanos nestes últimos 50 anos, que usaram das mais esdrúxulas (e desonestas) artimanhas para ganhar dinheiro de quem acreditasse (ou fosse vítima) deles. Foram apoiados por gananciosos investidores do mundo todo que agora nada tem a reclamar contra sua própria ganância.
Mas o estelionato pós-moderno está por se auto-corroer.
Se a única (e quase louca) alternativa para o estado americano é criar uma agência, financiada pelo estado, para "absorver" discretamente a mentira que este estelionato representa, parece que lhes está restando poucas alternativas, ou quase nenhuma na realidade.
Um país que deve 2/3 de seu PIB para o resto do mundo (e que não honrou 40% de seus pagamentos no último exercício);
Um país que deve internamente quase 100% de seu PIB;
Um país cuja dívida federal para com seus fornecedores é de US$ 7,5 trilhões;
Um país que vendeu essa mentira aos extrangeiros a ponto destes terem comprado mais da metade destes títulos (podres também não nos parece?);
merece respeito dos demais como sociedade ética e decente?
Penso que não.
Suas mazelas estão se tornando públicas.
Levou junto uma horda de mercenários, sem hipocrisia, que deve mesmo sucumbir junto com o estelionatário-chefe.
A ganância os corroeu.

A agencia americana que irá "adquirir" os papeis podres, irá também acabar com a tal Economia Líquida.
Senão todos os agentes econômicos continuarão a se portar tão tolos quando, no dia 19/09/2008, fizeram disparar as bolsas de valores do mundo todo com o prenúncio da solução dos 800 bi para criar a tal agencia.
É a negação da economia de mercado, é o desvelar da mão do estado totalitário agindo de acordo com os interesses hegemônicos e imperialistas, no que se chamaria de "livre mercado", que acaba de perder o "livre" para adjetiva-lo.
Podemos acordar e pensar nos rumos a tomar, cada um, cada país.

Fez bem o Lula quando disse com todas as letras que o Lehman Brothers Bank, que tanto deu palpite nas economias de outros países, desmerecendo-as na maioria das vezes, está se mostrando um mau caráter de primeira. Falido, por ter aceitado o golpe de estelionato pós-moderno dos EUA, fica claro que tudo o que diziam era balela, pura mentira para defender essa falcatrua que agora começa a aparecer.
Fez mal, entretanto o Lula, quando aceitou pagar - e adiantadamente - o restante de nossa "dívida" com o FMI. Porque o teria feito? Interesses particulares? A dívida deveria ser discutida como sempre apregoou. Ela já havia sido paga muitas vezes.

O que esperar
Muito mais irá surgir.
O primeiro bem de consumo do americano é o imóvel, deste já sabemos das mazelas do sistema de crédito.
Em seguida vem o(s) automóvel(eis) - o plural é natural daquele mercado. Será que não surgirá, com a crise financeira, com o arrocho econômico muitos deixarão de pagar seu financiamentos e outros "papeis podres" irão surgir no mercado.
A GM já fechou ou fechará várias fábricas, e com ela outras montadoras estão sinalizando o mesmo caminho.
Qual será o tamanho deste novo rombo, será muito menor que o imobiliário?
E assim vai, até a prestação do celular... num efeito dominó.

Alguém duvida?
É só esperar para ver.

PS. Não esqueçamos que temos mercado potencial nos países emergentes de mais de 3 bilhões de habitantes, o que é quase 10x o mercado americano. Será que isto não representará novo fôlego ao capitalismo? Por pior que possa parecer, ainda demorará para ser suplantado por um sistema mais decente. Há muita ganância a ser satisfeita.