Páginas

Tradutor - Translate

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Estão tentando apagar o apagão

Novamente o governo tenta minimizar o problema do apagão.
Um monte de desentendidos dos sistemas de transmissão, mas políticos ocupando cargos importantes para qualquer falastrão, saem mundo afora falando que o apagão não foi nada.
Será?
Aguardemos as palavras dos especialistas - que demoram e aí o assunto esfria - para podermos fazer algum juízo do caso.
Para mim, fica uma pergunta inicial: se foi construída uma segunda linha (ou até uma terceira - parece) porque as fazer próximas uma das outras (ao que ouvi mais ou menos 20km de distância)? Não é de se supor que o mal tempo de uma acabe atuando na outra também?
Não me parece um bom plano de contingência.
Quem pode explicar?
Será que deixaram para os falastrões a gestão dos projetos?
A má gestão da coisa pública está ficando alarmante.
Em São Paulo, as duas maiores obras: o Metro e o Rodoanel, foram alvo de má gestão, pois não consigo achar que nossa engenharia tenha piorado ao longo dos anos. No Metro o maior desastre ocorrido e divulgado.
Digo divulgado pois na primeira construção da Rodovia dos Imigrantes houveram acidentes bem graves por dificuldade de estabilização de túneis em solos residuais (rochas em decomposição) que foram abafados para a imprensa, ninguém publicou pois as obras do "Mauluf" custam o dobro ou o triplo do preço "mas são seguras" segundo o dito cujo.
E a agora a obra do Rodoanel, que "deixa" cair 3 vigas sobre a rodovia. Quem viu a obra da ponte estaiada sobre o rio Pinheiros sabe que não é a falta de boa engenharia que fez cair essas vigas. É falta de gestão e respeito à coisa pública.
Mas como nossa justiça tarda e tarda e tarda, e no final já não sobra o que julgar ficará tudo por isso mesmo. Termina em pizza, prato tão ao gosto da nossa classe política.
O fato importante está acima destas graves questões.
Em um regime decente ao político caberia, no máximo, definir macro-diretrizes para o gerenciamento das coisas do estado, mas a gestão é uma questão técnica, ou seja deve ser realizada por pessoal de carreira, dentro das instituições públicas, e seguindo planos e regras aprovados politicamente pelo congresso, mas fundados em alta especialização técnica.
Mas estou falando em um regime decente, não do nosso Brasuca sem vergonha onde o poder se utiliza das estruturas ministeriais para acomodar uma política suja e desonesta por natureza.
E cada nova horda que se assenta no poder, uma enxurrada de novos ministérios é criada para esse fim esdrúxulo.
Que país é esse?
Que vergonha de estar aqui.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Pré-sal para que?

Li hoje que com o pré-sal o Brasil será o 6o. produtor de petróleo em 2030.
Li também as alarmantes previsões sobre a destruição de nossa atmosfera, e suas consequencias para os ecosistemas mundiais.
Pareceu-me que não chegaremos em 2030 vivos, ou ao menos vivos como hoje. Quantos serão os problemas criados para a humanidade com a subida de 2 Graus Celsius na temperatura da Terra?
Em 100 anos conseguimos criar uma escalada de destruição ambiental que caminha em progressão geométrica.
O Governo de São Paulo se compromete a promover uma redução na emissão de 20% até 2020.
Vivemos em um mundo de promessas, e na maioria das vezes, promessas mentirosas.
Em 1973, enquanto cursando engenharia, fomos visitar oficialmente com a escola, a Companhia do Metropolitano. Naquela oportunidade as linhas radiais, além de uma ou duas circulares já estavam projetadas e a previsão era de construí-las até meados da década de 80. Lá se vão quase 30 anos do prazo previsto e ainda não foi feito 50% do projeto original. E duvido que daqui a 30 anos esse projeto se conclua.
Não há como fazer funcionar uma metropole como São Paulo na base do transporte particular e público insuficiente.
A emissão de gases devido aos automotores é de cerca de 25% dos agentes poluidores.
Existe uma estimativa que em 2014 tenhamos um congestionamento "travante" onde se você entrar ficará parado até que alguém resolva desmanchá-lo tirando carro por carro de ré ou suspendendo.
Os ônibus elétricos que circulavam em poucas áreas na cidade foram removidos. Claro que existe uma ação deliberada do cartel das empresas de transporte público em favor do sistema diesel. Afinal esse modo de operar não obriga o estado a criar uma infraestrutura para o tráfego dos ônibus, e o modelo privado pode funcionar livremente.
Se nossa política de transporte público continuar na mesma trilha, é de se supor que os 3 ou 5 milhões de barris diários de petróleo do pré-sal sejam poucos para podermos ajudar a aniquilar o planeta nos aliando ao primeiro mundo e à China e Índia que também se recusam a agir com o mínimo de respeito ao meio ambiente.
O apocalipse final, então, pode não ser uma balela, mas não virá dos céus ou de obra divina, mas provocado por nossa própria ganância por dinheiro, esquecendo que para desfrutá-lo teremos que estar vivos, e esse pequeno fator está em risco já a muito tempo.
Não está na hora de pararmos com mentiras do tipo a que a ministra Dilma divulga falando que mandará um número preciso sobre nossa redução de emissão, ao invés de estabelecer uma meta. Nem as metas conseguimos perseguir, quanto mais chegar a um valor fixo, é tudo jogo de cena. O que vale é ir empurrando os problemas com a barriga até a próxima eleição, e assim sucessivamente.
Nossos políticos, com muito poucas excessões, são de uma desonestidade natural, talvez fruto de um sistema político falido onde elegemos nossos representantes baseados em uma propaganda similar àquela que nos faz escolher sabão em pó. Uma propaganda cara, desonesta, subsidiada por recursos de origem duvidosa baseados nas perspectivas de "reciprocidade" do eleito - o que desemboca normalmente em ações muito pouco éticas por parte deste - tornando-o "naturalmente" desonesto.
Vou parar, isso tudo cheira tão mal que estou enjoado.
É isso.