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quarta-feira, 1 de abril de 2009

Retrocolonização

Não é o primeiro filme que assisto que fala das tolerâncias (e principalmente intolerâncias) raciais no primeiro mundo. Franceses, Ingleses, Holandeses, Espanhóis e Americanos são os que mais tratam desta matéria pelo noticiário e documentários que circulam.
São também os países que mais violentamente foram invasores-colonizadores de outras nações, tentando impor a estas suas vontades, cultura e religião, e ainda roubando-lhes as riquezas.
Isto não é uma história do passado, o Iraque é um exemplo vivo desta postura, a invasão não teve foco em terroristas, mas no controle do petróleo que o primeiro mundo tanto precisa.

Tanto influenciaram os povos dos países colonizados que conseguiram convence-los que eram melhores.
E esses mesmos invadidos resolveram então conhecer melhor aqueles paraísos propalados pelos invasores, e foram, satisfazendo as necessidades do conforto do primeiro mundo onde os serviços de 2a. categoria poderiam ser realizados por esses imigrantes, a custos menores.
Isso era muito bom com uma economia pungente (e mentirosa como vemos agora).
Os cidadãos do primeiro mundo tem padrões de vida muito superiores a nós do submundo deles, padrão esse baseado na exploração econômica que sempre fizeram desde as grandes navegações.

Mas as coisas estão mudando, muito do dinheiro especulativo vazou pelos ralos da economia de fachada que as bolsas representam, e muitos daqueles que podiam ficar sentados em berço esplêndido, vivendo de rendas, terão que, literalmente, tecer suas rendas para poder comer o pão de cada dia.
Agora os empregos de 2a. categoria voltaram a ser cobiçados pelos cidadão de 1a. categoria.
E os tais cidadãos de 2a. categoria (os tais imigrantes) viraram um incômodo nesta nova realidade.
Disputam vagas de trabalho por preços menores que os nativos do primeiro mundo.
Roubam-lhes os empregos. Coitados não?

Não bastasse isso, hoje já não se trata mais de imigrantes, são segundas e terceiras gerações que já são cidadãs destes países.
Não formam a mesma nação, mantém muito de sua cultura original, mas estão ali, incrustados em guetos, incomodando a civilização moderna do primeiro mundo.

Os invadidos viraram invasores.
A colonização deu origem à retrocolonização, coisa nova, difícil de assimilar, mas muito real.
Um tipo de invasão sem armas, sem tentar impor costumes e culturas alienígenas, mas que pede respeito às suas próprias culturas.
Uma invasão muito difícil de ser defendida sem que se firam princípios básicos de direitos humanos.
A Espanha tenta fazer bloqueios ridículos, esquecendo que foi ela que dizimou todas as civilizações maias, incas e astecas, fora as levas de índios latino-americanos que assassinou brutalmente.
Agora não aceitam os "chicos" que querem para lá emigrar para tentar uma vida melhor.
Devolvem todos do próprio aeroporto.
Deveríamos ter mais vergonha na cara e bloquear a vinda deles para o terceiro mundo tanto para fazer negócios (para dar-lhes lucros servimos), como para trazer suas taras insanas alimentando aqui prostituição que tentam coibir lá.

É, realmente são tempos de mudanças.
São tempos em que a tolerância cultural, racial, sexual, religiosa se impõe.
Onde a prepotência do dinheiro fácil está acabando, a especulação (que tanto mal nos fez nos tempos de inflação) está mostrando que pode contaminar também em economias ditas civilizadas (que agora vemos que não são tanto assim).

Um novo desenho político e econômico está sendo construído.
O resultado disso só os historiadores do futuro poderão descrever.

Fico me perguntando, qual o nosso papel nesta nova ordem das coisas?
Temos algo a ensinar, se quiserem ouvir.