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quinta-feira, 15 de julho de 2010

Paulo Moura

Nascido nos anos 50 vi toda modernidade se desenvolver, mas vi mais, vi craques em todas as áreas que sempre me deixaram inebriados.
Mas como é próprio da vida, vi também a despedida de muitos deles.
No começo ficava muito indignado, pois existem pessoas que não poderiam se dar ao luxo de morrer, não tinham o direito de nos deixar.
Foram tantos, e me ficava sempre - cada vez mais - um aperto no coração, uma sensação de vazio, um frio na alma.
Aprendi a conviver com todas essas perdas... mas não muito, só o necessário para continuar vivendo.
Quem assistiu Paulo Moura sabe da docilidade, simplicidade e da leveza com que dele emanavam sons dos mais limpos que já ouvi, de seu sopro mágico, suave.
Estas perdas deixam a humanidade cada vez mais sombria, menos radiante.
Como caminho para a velhice, talvez não acompanhe os novos brilhos que vem por aí, e me fica uma torpe sensação de que, com essas partidas, um pouco de minha história vai se perdendo junto.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Trem bala só para 2016

Às vezes acho que estou me idiotando mais rapidamente dia a dia.
Hoje o presidente Lula anunciou que o trem bala pode ficar pronto para 2016, após ter dito que a FIFA está nos achando idiotas.
Mas a copa não era para 2014?
Para que nos servirá o trem bala em 2016? Ah! para as Olimpíadas no Rio de Janeiro.
Entendi, a Copa que deve gerar muito mais viagens devido a pluralidade de estádios-cidades a se utilizar não deverá se beneficiar do trem bala.
Vai ter que se contentar com a Dutra ou com um aeroporto que poderá (e provavelmente o fará) demandar mais que as 2 ou 3 horas que o trem bala iria gastar para a viagem.
É o Tenxeiro é uma m... mas o Lula não tá ficando nada para tras.

Ah! e tem mais, a tarifinha, vai ser de no máximo R$ 0,49 / km rodado.
São Paulo - Rio por mais ou menos R$ 200,00.
Legal né? é um pouco mais barato que Paris-Londres (que tem um túnel que atravessa o mar lembram?).
Mas também, para pagar o custo da empresa sangue-suga que o Lula tá criando para olhar o trem passar tem que cobrar caro mesmo.
O Brasíl é incrível mesmo!
PS: incrível também tem um sentido de "não dá pra acreditar" não é um elogio não.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Ás de Copa (sem S mesmo)

Apresentaram a logo da Copa 2014, viram?
Tem muita gente reclamando, principalmente pela qualidade da equipe que aprovou, gente como a Gisele (aquela compridona que sai em tudo que é propaganda), a Sangalo (que agora tem seu galo, ao menos o pintinho já tem), o Paulo Coelho (campeão de venda de livros de auto... auto... auto-sei-la), o Hans Donner (aquele da Globo claro!) e o Ricardo Teixeira (cujo sobre nome real é Tenxeiro - cheiro de maracutaia), entre outros.
Eita pessoal inginurante esse que racrama sô!
Essa turma que foi convocada para aprovar esse desenhinho de criança na escola é tudo contratada pelo MOMA lá dos steites, aquele museusinho de noviiorque, sabem do que tou falando, né?
É gente experiente, vejam na currico deles, todos tem passagem por lá.
Eita gente maldosa, falastrona!
Bom se fosse eu, caipira paulistano não carioca exsssssperto, não aprovava a maozinha top-top mesmo.
Bom não sei se o desenhinho quer dizer maozinha top-top ou pior lembra da ex-Julis Rimet. Acho mais que o desenhinho tá querendo mostrar pro mundo que neste nosso brasilzinho se não tomar cuidado a mão grande leva, e como tem muito corrupto, tem muita mão tentando roubar a nossa Copa, no desenho aparece só 3 mas pra “promover” a Copa tem milhares de pares de mãos pra levar o seu, qui tem tem!
Os interessados já tão de capuz (aquele pra ninguém oiá a cara dagente), ói só no Congresso Nacioná já aprovaram que a Vale e a Petrobras junto com os investimentos da Copa e das Olimpíadas não precisarão ser licitados, e nem cumprir planilhas de preços do TCU, sabem o que quer dizer? o dobro custava quando o Mauluf, o Collor, o Pita, e outros “ingênuos” administravam as coisas, agora a roubalheira vai ser feita com pá carregadeira com os bandidos ainda mandando o TCU Tomar no resto de sua sigla.
Bom tem uma vantagem, agente vai achar que o Mensalão, aquele de mais de 3 bilhões desaparecidos, até que não era tão ruim assim né?
...
Pára, pára esse trem que eu quero descer, tô enjoado e vomitando sem parar…

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Partidos e o Circo Político

Vi o particionamento dos dois partidos que se confrontavam nos tempos da ditadura.
Eu estava lá e ajudava (como formiguinha) o então MDB a vencer as eleições de 82 que fizeram Montoro governador do estado falido deixado por Maluf e sua Paulipetro (entre outras maracutaias do último governador nomeado pela ditadura).
Foi quando começaram se dividir Arena e MDB em vários partidos procurando melhor identidade partidária para suas idéias.
A arena foi curta e grossa, dividiu-se entre os mais autênticos (apoiadores da ditadura) e os dissimulados que queriam apagar de seus currículos a história que fizeram apoiando a ditadura. Os dois partidos criados tem também em comum a mania de mudar de nome, PDS virou PP e PFL agora é Democratas (tentando fazer-se passar como direita mais progressiva como são os do partido homônimo nos EUA).
Mas são todos farinha do mesmo saco, direita selvagem como é a filosofia política norte americana.
Foram apoiados pela CIA para manter a ditadura por mais de 20 anos, e agora tentam dar uma de bons meninos.
Tudo bem que o tal Indio da Costa possa não ter idade para ter vivido essas coisas que vivi, mas que ao adotar a filosofia desta direita que representa, torna-se sucessor do mesmo mal.
Voltando ao particionamento do MDB, era de se esperar que a esquerda mais radical criasse o PT, o PCdoB, o PC, e um monte de outros sucessores.
Menos radical, e baseados em um trabalhismo histórico, foram criados o PDT e alguns outros.
O grupo que ganhou o governo em SP foi o que originou um tipo de dissidência do MDB que se tornou o partido PMDB e criou o PSDB numa postura que ficava um pouco mais à esquerda do grande PMDB que sobrou.
Grande desde aquela década de 1980, o PMDB sempre foi um balaio de gatos, expertos e que fazem um tipo de política "cada um pra si, Deus pra mim, e vamos colar nos governos quando não o conquistamos diretamente pelo voto".
Nessa época, acreditava eu ingenuamente, sobrava ao PSDB montar uma aliança com os partidos de esquerda para termos uma força que polarizasse a ainda forte direita nacional.
Foi nesse sentido que tentei fazer algo, mas como a esquerda (muitos daquela mesma chamada de "festiva" nos bancos da USP) se tornada irredutível em discutir pontos em comum, vi o PSDB se aliar com os espertos do PMDB e mesmo daqueles mais à direita para poder governar.
E com isso, na minha cabeça, foi tudo por água abaixo!
A direita viu no PSDB a possibilidade de se deixar influir para poder governar.
Arranjaram "bons meninos" que combatiam a ditadura, mas que precisavam de alianças para poder levar seus governos adiante.
Falo baseado em uma realidade que vivi em São Paulo, não poderia extender isso para todo o país.
Nessa época vi que não mais poderia conviver com o meio político, me fazia mal.

Mas ao que parece essa mecânica continua até hoje.

A tentativa de uma chapa "puro sangue" do PSDB acabou ruindo pela desistência do Aécio em ser uma eminência parda chamada vice-presidente, para ser um provável senador futuro candidado a presidente.
Sobrou voltar às alianças meio expúrias com a direita para se fazer algo.

Mas vemos também coisas muito estranhas do outro lado, as alianças como o PT e o PP (que lembremo-nos é o novo nome do PDS que era composto pelos Arenistas convictos).

Aí não dá mais, acho que perco o senso de realidade, e vejo que nossa política é mesmo um circo cheio de palhaços, a distribuir pão para a platéia, esperando que acreditemos no espetáculo que estão representando.

E que não me venham com aquela de que fulano ou beltrano é legal e diferente disso tudo.
Não é! Para entrar no picadeiro do circo, tem que passar pelo lamaçal que fica escondido da entrada da platéia, e ali se sujam até os mais bem intencionados.
Já chegam batizados pela lama em que se meteu o processo político brasileiro.

Não está dando mais para acreditar nessa nossa democracia tupiniquim e menos ainda nas instâncias do estado brasileiro.

Ou me isolo, ou me mando.

Envelhecer é bom por isso, acabamos por ouvir menos (surdez mesmo), ler menos (os óculos estão longe) e conversar menos (principalmente assuntos sérios).
Sobra-nos escrever bobagens como esta, e tentar ser aquilo que mais recriminava quando jovem, um alienado.

Melhor isso que acreditar no grande circo brasileiro!