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domingo, 24 de abril de 2011

Queda do dolar ou da economia americana?

A crise americana não era só financeira, foi uma crise do capitalismo americano.
Consumir é o que importa, mesmo que o endividamento seja necessário.
Mas o endividamento tem limites:
  • a capacidade de pagamento do financiado, e 
  • a vontade de emprestar do financiador.
Esses dois limites foram extrapolados por lá.

Na incapacidade de pagar os empréstimos (imobiliários, de bens duráveis por exemplo), os americanos devolviam o bem que na realidade mostrou-se com valor bem abaixo daquele financiado.
Para os bancos não quebrarem o governo lhes injeta dinheiro público (que na prática não existe), emite moeda e essa se desvaloriza. Isso até D.João VI que era menos inteligente fez aqui no Brasil.
O título podre dos bancos foi então pago com o dolar podre emitido a esmo para atender vontades políticas.

Quem financiava o consumo americano no mundo acabou no prejuízo.
Não quer financiar mais, a menos que queira ser o bobo da corte.

Aí o segundo limite foi esgotado.
A enconomia americana está sem saída.
O dolar apodrecendo dia a dia.
A economia mundial sabe que essa moeda de referência está fadada ao limbo.
Esboçam-se propostas de substituir o dólor como moeda de referência por uma cesta de moedas ou uma nova referência aceita mundialmente, provavelmente desvinculada deste ou daquele país.

O que vale é que estamos vendo o declínio do poder americano, que por gigantesco, tem um movimento inicial mais lento, menos perceptível, mas que irá se acelerar gradativamente.
Estão se batendo também por questões internas que acabam por corroer mais ainda sua economia.

Sua influência política desgastada não permite mais os arroubos Bushinianos de sair invadindo e bombardeando quem quisesse, a torto e direito, passando por cima da ONU, só para agradar seus amigos produtores de armas ou ligados ao petróleo.
E não permite tais arroubos não só porque um democrata está no poder por lá, mas também porque sua economia não tem mais fôlego para tantas e custosas bravatas.
Estão em declínio e precisam conter gastos, até os militares.

Na constrapartida, a segundona China vem crescendo como uma tresloucada, num regime de capitalismo-estatal-totalitário com economia artificial, mas vem crescendo.
Não me parece que seja também um país equilibrado.
Sua economia está baseada não só na escala de produção, mas também numa mão de obra muito, mas muito mesmo, mal remunerada. É quase trabalho escravo em alguns setores.
 A exemplo do oriente médio e norte da áfrica onde as populações começam a acordar contra a baixa qualidade de vida, a China cedo ou tarde receberá esses áres do "quero mais".

Ou seja, o modelo de capitalismo chines, se é que pode ser chamado assim, também está orientado para o insucesso.

A Europa anda numa crise que não deve terminar muito rápido.
Grécia, Irlanda e Portugal já foram à  bancarrota.
Outros como Espanha e Italia talvez acabem vindo na seqüencia, mas isso não é só culpa da má gestão econômica destes países, é decorrência do modelo econômico.

O resto das economias importantes, que orbitam essas três citadas estão hoje à mercê das escolhas feitas por elas.
Nós como parte deste último grupo, precisaríamos de gente de muita competência e coragem para procurar outras vias, talvez menos ortodóxas, para tentar uma saída sem afundar junto com a economia mundial.
Mas acredito que falta ao nosso governo esses fatores, além do que nossos políticos tem ética muito duvidosa, e preocupam-se mais em como se manter no poder e continuar se locupretando com o erário público do que na nação brasileira.

Estamos na maior revolução econômica de toda a história da humanidade.
Por ser muito complexa, e por estarmos imersos nela, não temos capacidade de análise suficiente para a entender.
A história contará, foi assim com as antecessoras.
A humanidade só avança com as crises, infelizmente...