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sábado, 19 de novembro de 2011


Boa matéria do Merval do dia 19/11/2011 no Globo, vale ser lida.
Mas a raiz da questão me parece clara: a dependência indesejada e podemos dizer até inconstitucional dos poderes do estado brasileiro.
O legislador é um fisiológico nato desde a vinda do nosso indesejável D.João. Trabalha com olhar interesseiro para o executivo e não para o povo. Depois da República, com a possível alternância de poder passam a se dividir em dois grupos, polares, dos prós e dos contra. Hoje temos muitos partidos, mas ainda só os dois grupos. A paixão mediocrizante só enxerga polos, não tem a sutileza de ver os intervalos entre eles.
O Presidente da vez se comporta mais como um rei que como um funcionário público cuja delegação de poder fora conquistada com votos, infelizes na maioria das vezes. Não vê a coisa pública como seu objetivo maior, mas a sua sustentabilidade política ameaçada sempre pela mesma falta de interesse público que se instala nos outros dois poderes. É um tal de cada um pra si e ninguém para todos, pois nós, a maioria do tal "todos" somos abandonados por esses que se dizem líderes. Delegamos a eles poderes pelo nosso voto infeliz, e somos corresponsáveis pelas mazelas nacionais.
A Justiça então, ao ter seus mais altos escalões nomeados pelo Presidente-Rei, já tem em cada um de seus membros uma conduta de fiel-escudeiro, claro que não declarado, mas são todos tendenciosos pois tiveram sua boquinha no poder perpetrada por este ou aquele mandatário. É, perpetrada pelo forte interesse dos que deixaram o poder em ter alguém por lá que os defenda, que esconda suas falcatruas.
Nossos 3 poderes, mesmo que republicanos, estão na inconstitucionalidade pois mantem uma interdependência que os empurra ao fisiologismo, ao favorecimento pessoal e à corrupção quando se trata de atores externos (por vezes nem tanto externos assim) ao estado.
Isto se comprova em todas as esferas do estado brasileiro.
Não existe município ou estado que esteja livre desses males.
São cidades querendo aumentar o número de vereadores e em muitas delas o povo se reunindo para impedir esse aumento de seu número. Prefeitos, presidentes de Câmaras Municipais e Secretários de pequenas, médias e grandes cidades a sendo cassados, muitos sendo (claro que temporariamente) presos, mostrando muitas vezes cúmplices familiares. Quadrilha que se reúne cotidianamente ao jantar. Um descalabro. Quadrilhas às vezes permanentemente no poder como o clã dos Sarneys que deve o desplante de dizer que é normal um helicóptero do estado maranhense (o pior nível salarial do país segundo pesquisas publicadas ontem) leva-lo a sua ilha particular e deixar um moribundo à espera. É definitivamente o Rei do Maranhão, ou seria Acre?
Estados como o  Distrito Federal, com um governo imundo, cujos governantes se mantem relativamente impunes com a ajuda das quadrilhas montadas no congresso que conseguem ter a cara de pau de inocentar a Sra. J.Roriz, argumentando que fora sim indecorosa e desonesta, mas antes de ser deputada. Céus é uma afronta à cidadania pensante, que acredito estar em franca extinção.
Resumindo, um povo muito mal acostumado com a ideia de Corte aceita tudo de forma pacífica. Corte que acredito resuma bem esse estado promíscuo e atrasado em que vivemos no Brasil.

Reverter esse quadro é missão para novas gerações, hoje os atores estão todos muito comprometidos.
Mas depois do resultados divulgados sobre nossas universidades fico na dúvida de quando teremos novas gerações com força e competência necessárias.

É definitivamente somos o país do futuro... longínquo futuro pelo andar da carruagem.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Roçando a Rocinha

A ocupação da Rocinha e do Vidigal teve um planejamento que não sei dizer se estratégico ou midiático apurado.
Na introdução a prisão do Nem e mais alguns chefões.
Prisão sem querer?
Por sorte.
O cara já havia fugido dezena de vezes, é safo e foi pego num portamalas, numa mera blitz?
A história do delegado que chega para redirecionar o destino do comboio também é para lá de estranha.
A morte da funcionária do afroregae (que frequentemente entra nas intermediações tráfico-sociedade) também pouco divulgada não terá algo a ver com todo esse show.
Achei um tanto midiática essa ocupação, não acham?
As casas dos chefões vazias (mudancinha rápida essa)!
Nenhuma resistência.
A mim parece que estava tudo combinado previamente entre os principais atores, ou seja a polícia e seus coadjuvantes, a imprensa, os traficantes e os políticos envolvidos.
Saiu todo mundo bonitinho na foto, salvo engano meu até o Nem esboçou um sorriso sarcástico numa daquelas tomadas maravilhosas de algum repórter cinematográfico.
Ah! sim, o resto da população, aqueles que realmente deveriam contar para o poder público, esses ficaram à mercê da própria sorte… será isso!
E enquanto a UPP não se instala eles, os favelados (ops desculpem o termo politicamente incorreto), ficam subjulgados aos homens truculentos que fazem a segurança e a limpeza da área.
Algo muito temeroso.
Em tempo, o que está sendo feito não tem nada de excepcional, só corrige um erro de atuação do poder público que se inicia, décadas atras, com a tolerância à ocupação destas áreas de risco da cidade antes Maravilhosa, por favelas que não permitem um vida digna para seus ocupantes, um poder público que, apesar de tolerar a ocupação irregular, não as reconhece como espaço urbano sujeito a muitos dos serviços obrigatórios que este deve ofertar. Algumas excessões audaciosas me permitiram ver um prédio do tempo dos CIEP´s lá instalado. Mas é pouco.
Está bem, melhor não ter tido que usar a força.
Melhor um acordo que uma boa demanda.
A mídia agradece, e com ela a Copa 2014 e as Olimpíadas 2016.
Mas e depois?
Será como na África do Sul?
Quem viver verá...