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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Feliz 2020!

Gostaria de desejar um Feliz 2020 a todos.
Sim 20 porque as perspectivas até lá são aterradoras e 2020 tá longe das previsões idiotas que sempre temos que ouvir da mídia nessa época.

Teremos alternativas?
Talvez, se mudarmos o modo de compreender e viver a vida.
Temos que redescobrir o sentido do menos é mais, aprender a dividir que é diferente de compartilhar que não passa do "mais com menos", onde com um clicar distribuímos lindas e até (por vezes) inteligentes mensagens.

Nestes tempos de efemeridades estamos desconstruindo as relações, talvez deva ser assim mesmo não sei bem.
Mas sou velho, de tempos outros, onde algo de mais profundo deveria pautar as relações ou simplesmente elas desapareceriam, não se manteriam desta forma maio que hipócrita que as mídias sociais e a informação na velocidade da luz permitem.

Tenho saudade de outros tempos, me comunicava muito menos, mas dividia mais a vida com os amigos, não havia atalhos.

Era olho no olho.

Essa falsa noção de que estamos conectados não nos trará felicidade nenhuma.
Estamos falando mais do mesmo, dia após dia.
Nossa sede de participação cidadã não será saciada por mídias sociais e opiniões dadas nos blogs e matérias da imprensa.
Enquanto não tomarmos consciência de que só tirando a bunda da cadeira e começando a agir da forma que desejarmos
nada mudará. 
Não podemos nos deixar levar pela "tendencia" manipulada pelas várias instancias de poder que nos cerca.
Assim fizeram povos árabes quando saíram as ruas para derrubar ditaduras, ou o pessoal do Ocupe Wall Street, ou os povos que estão sendo oprimidos pelo sistema econômico europeu, só para dar alguns exemplos.

Nós temos uma ditadura aqui no ocidente que é pior que as piores monarquias totalitárias do mundo árabe.
Baseada num poder sedimentado por milênios, baseado no capital, que se cristalizou e criou estados,  meios de comunicação, sistema monetário, mercados e tudo o mais que vemos hoje.

Mas não criou um homem mais feliz ou, no mínimo, mais civilizado.

Nossa violência é menos sangrenta que a da idade média, mas se ainda usássemos lanças e espadas veríamos o mesmo banho de sangue de então.
Ontem morreram mais de 400 pessoas só na louca e violenta Síria, só para exemplificar o quão rude é o homem atual.

A humanidade mudou pouco, não vamos tapar o sol com a peneira.
Está na hora de jogarmos para tras nossa hipocrisia e encaramos de frente o que está acontecendo na modernidade, não só da nossa realidade mas a da maioria.

Nações européias, autoproclamadas avançadas, tem crise profunda na convivência com os diferentes (e principalmente com aqueles que para lá migraram). Enquanto havia uma certa folga econômica podiam tolerá-los mas agora, cada vez mais, vemos hostilidades mais ou menos disfarçadas contra eles.
Falar que não é bem assim é de novo nossa postura hipócrita ou insensibilidade social não sei o que é pior.

Os EUA, que se autodenominam "América" (parece que com isso tentar nos fazer todos os demais países do continente como parte de seu violento feudo pós-moderno) tem uma massa de quase 50 milhões de pobres. É incrivel como pode um país dito rico ter tanta miséria?
Com certeza a sociedade de lá é tem uma insensibilidade crônica, o homem médio de lá não sabe disso? Se sabe e aceita atesta assim sua pequenes como ser.

A China está tentando virar um país de mercado, tentando fazer atrasadamente o que o ocidente já fez a mais de 3/4 de século atras. Mas usam um artifício de um comuno-capitalismo que faz sua nação ainda ter como base de desenvolvimento uma escravidão pós-moderna. Não posso muito falar de algo que desconheço, mas as notícias que nos chegam são aterradoras: suicídio coletivo em fábricas que abastecem o restante do mundo, jornadas sufocantes de trabalho, estratificação socio-econômica, e tantas coisas que se fazem contradição com a pretendida igualdade pregada pelo comunismo.
A Índia me soa como o país dos gênios toscos, dicotomia total entre visões espiritualistas, inteligência super avançada e homicídio de meninas indesejadas nas famílias pobres, estupro (até agora) praticamente autorizado pelos costumes e um atraso humano aceito por princípios religiosos que constroem algo que surreal por lá.
A Russia que não consegue escapar de seus caudílios, e que ao ter que libertar países da União Soviética mostrou o atrazo dos povos sob seu domínio que fizeram a dita faxina ética dizimando centenas de milhares de homens mulheres e crianças. Rudes, toscos e violentos tal como na idade média.

Cito esses países onde se deposita muito da expectativa do possível desenvolvimento econômico pretendido para salvar o sistema econômico mundial.
Talvez sejam somente um segundo tempo para esse capitalismo selvagem de mercado que assim demorará mais para ruir.
Mas a dura realidade que os países mais avançados estão vivendo atingirá a todos.

Estamos sem saída dentro do sistema, a história irá contar.
Daí minha crença que só a mudança da célula básica da sociedade que é o homem poderá mudar as coisas.
E não nos enganemos novamente com nossa hipocrisia, somos toscos e precisamos mudar isso.
A mudança de postura social irá acabar por desautorizar o estado, e os demais poderes que o capital criou.
Vai demorar porque os mais toscos que hoje ocupam lugares de poder não irão querer largar a rapadura sem lutar muito, mesmo que tenham que matar gente de seu próprio povo. 
A Síria não é um exemplo tão distante do que é capaz um poder ferido de morte.

O processo será anárquico (no seu melhor sentido) e irá demorar muitas décadas, mas esse é o caminho de saída que vejo para criar uma sociedade mais humana com todos os bons adjetivos que o homem pode ter.
O simples fato de procurarmos o mais com menos irá ruir as instâncias deste poder.
Ao deixar de consumir, ou reduzir drasticamente, esse mundo que nos ofertam no que for possível estaremos ajudando essa mudança.

Mais letrados poderão me contradizer, mas essa desconstrução do poder já se iniciou com movimentos ecológicos, de direitos humanos (despolitizados) e muitos outros que se espalham pelo planeta como ONG´s sérias.

O início já foi dado, cabe a cada um de nós construir a mudança interna que irá fomentar mais e mais essas transformações.

Mesmo que não seja 2020, seja 30 ou 40 construamos um Feliz Ano Novo.!

domingo, 28 de outubro de 2012

Tristes emoções da nossa política

As eleições sempre emocionam as pessoas.
Não deveria, mas fazer o que?
Ainda não estamos preparados para uma democracia de verdade, não só no Brasil, mas mundo afora votamos sem pensar, e isso é grave, pois delegamos aos mais demagogos, que sempre acabam se elegendo, o nosso destino.
Dia a dia o poder do estado cresce, e na maioria das vezes os cidadãos não são consultados para as medidas que os governantes adotam.
O poder real representado pelo capital, esse não muda.
Ele continua mandando em tudo o que ocorre, pois é baseado em um principio básico do ser humano que é a ganância e apego ao dinheiro.
Enquanto o homem assim for assim será a sociedade, meio tosca para dizer o mínimo.
E sempre o dinheiro comprará o poder.
Engana-se quem acha que há alguém realmente bem intencionado na atuação pública. Excessões farão somente a regra, são impotentes, insignificantes.
Esse poder do capital resolveu eleger uma caricatura de presidente que foi o Collor, mas este quando no poder, encheu os olhos e quis talvez botar a mão em mais do que se estava acostumado foi defenestrado. O mesmo poder o elegeu e o derrubou.
O PT só chegou ao poder quando fez uma declaração explicita que não iriam romper com o sistema atual em que se encontrava o estado.
Lhe foi permitido então ser ungido pelo poder nacional, e acabou por se eleger.
Já aí de mãos e rabo presos pelo tal poder se elegeu.
Nasce também aí sua incoerência nestes 3 governos em que até agora atuou.
Quando então no governo, e diante de postura neo liberal de sua gestão, Lula deixou claro a que veio.
O interesse era o poder pelo poder, sem a menor ideologia, coisa que sempre passou ao largo de seus pensamentos políticos, sem ética nenhuma pois sua miliitância sindical o fez abandoná-la já nos primeiros passos.
Como em política agente continua agindo emocionalmente, todos os desvios de uma postura mais à esquerda, que visasse o bem do cidadão comum, foram esmaecidos por propaganda massiva que eles aprenderam a fazer muito bem pois é a base de sistemas totalitários.
E quem o criou o embala até hoje.
O mote mercadológido de operário filho de imigrantes nordestinos pobres que chega à presidencia deu a ele uma popularidade incrível, fosse merecida realmente, poderia fazer todas as reformas que a nação precisa sem precisar comprar votos de ninguém, era só enfrentar o poder constituído e conclamar a população a apoia-no nestas reformas.
Mas não, ele já havia vendido sua alma ao poder do dinheiro que mantem nosso país no atraso em que estamos aquela carta de março era como que seu contrato com o diabo que nos sufoca.
Foi uma frustração para os eleitores, e para boa parte dos militantes do PT que abandonaram o barco por ver com clareza o que Lula estava fazendo em nome de um partido de esquerda que se dizia defensor de coisas importantes para o povo como a ética, a justiçca social.
Não estou inventando nada, esses são os fatos fartamente documentados nestes últimos 10 anos. Quem tem o mínimo interesse pela política os constatou.
Se o dinheiro do mensalão fosse dirigido à aprovar reformas necessárias como a eleitoral, fiscal, da gestão pública, educacional, ainda poderíamos entender mas não. era para obter uma apoio às pequenezas que o governo anda votando ultimamente para se garantir no poder.
Sabendo do lamaçal que deveria atravessar para chegar a um plano mais limpo preferiu ficar nele e dele se locupretar. Terno Armani é coisa de quem nunca comeu melado como dizia o velho ditado, absolutamente desnecessário e até ofensivo. Uísque 24 anos ao invés de uma boa caçacinha mineira como sempre tomara também denota esse sintoma de alguém que estava despreparado para estar ao lado do poder sem se corromper, ao menos no nível que chegou.O triste de tudo isso é que a história acabará sendo contada e recontada maldizendo os pobres e pixando de incompetentes todos os que não compactuam com esse podre poder que rege nosso país.
Primeiro cooptaram o PT como o fizeram também o PSDB depois os jogam ao lixo pois sabem da fraquesa humana que a maioria de seus líderes e apoiadores tem, e dela fazem inteligente uso.
Assim como Lech Walesa lula passará para a história como um pobre sindicalista filhos de nordestinos que, tendo perdido as referências sociais foi cooptado pelo dinheiro e para ele vendeu sua alma e sua honradez.
Não falo isso com alegria, pois tinha esperança nas mudanças que o PT prometia, mas foram promessas em vão, são eles iguais a tudo o que sempre houve neste país.
Ainda não nos libertamos do julgo mítico de D.João que trouxe para cá mazelas políticas das quais ainda somos prisioneiros.
Que pena, parece que estamos predestinados a exportar nossas materias primas (que agora chamam de comodities) e deixar nosso povo analfabeto funcional e politicamente.
Estamos como éramos ha três séculos atras.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

O bem pensar

Ao dobrar a marca dos sessenta anos fico refletindo no que realmente fez diferença ao longo da vida.
O fator principal do existir é nosso relacionamento com as pessoas.
Eu cheguei à conclusão de que existem dois grandes grupos de pessoas: as que tem o que chamo de bem pensar e as outras.Eu não sei definir o que seria esse bem pensar, isso é coisa para psicologos, filósofos e outros humanistas.
Mas minha crença nesta divisão das pessoas não muda por isso.
O pouco que sei sobre nosso cérebro é de ele tem dois lados operacionais, e uma retaguarda que é uma espécie de força motora que faz esses dois lados, emoção e razão,trabalharem.
O que chamo de bem pensar não é simplesmente uma operacionalidade mental que mantenha o equilíbrio entre esses dois lados, apesar de muito frequentemente quem não tem o bem pensar acabe por desequilibrar sua conduta pendendo para um deles em certos momentos.
Sei que ao longo da vida somos marcados emocional e racionalmente pelas interações que temos com o mundo e principalmente com as pessoas. Criamos cicatrizes que além de marcar essa camada operacional atua principalmente nesta outra, a da retaguarda.
Como não estudei sobre a psique humana não a nomeio tecnicamente por ignorância. Prefiro chamar aqui simplesmente de alma.
É ela que motiva nossa mente a funcionar (quando essa é fisiologicamente sã).
Mas essa anállise profunda não é relevante para o que quero expor. Sou mais razo e objetivo.As pessoas do bem pensar tem uma conduta que, acredito eu, seja mais sadia não só para a sociedade, mas para ela mesma.
São mais honestas e assumidas em suas emoções.
Tem capacidade de relativisar as verdades mediante reflexões lógicas. Trocando em miúdos: aprende a aprender e não se envergonha de sua ignorância transitória ou conclusão equivocada, se permitindo se corrigir sem sofrimento, como processo natural.
Ou seja são mais honestas e assumidas em seu conhecimento.
Com isso se adaptam com mais facilidade, promovem mais avanços do que os que não tem o bem pensar.
Equilibram-se na turbulência da contemporaneidade e com naturalidade convivem com as mudanças.

Mas por que diabos fico pensando nestas coisas?
Tem a ver com uma certa desilusão que ando tendo com as pessoas em geral.

O mecanismo que constrói o bem pensar parece-me estar se deteriorando, seja lá qual for ele.
Dia a dia vejo menos pessoas do bem pensar.

Para cair em exemplos paupáveis: vemos dia a dia um número maior de religiões, seitas e/ou igrejas pouco confiáveis e que arrebanham hordas que se amoldam em condutas absurdas tanto sob o ponto de vista individual como coletivo. As pessoas que as adotam na maioria não contam com o bem pensar. Caem em um ufanismo irracional maluco.

Um outro exemplo, agora na política brasileira: convivi na década de 70 com muita gente do PC - Partido Comunista Brasileiro. Pessoas inteligentes, algumas do bem pensar outras não.
As do bem pensar tinham a inquietação que a autocrítica promove. Será que os modelos soviético ou chineses ou ainda cubanos seriam aqueles que iriam trazer as mudanças que precisavamos por aqui?
E mesmo que algumas tenham sido mandadas à Cuba ou à Rússia vieram depois de um tempo a abandonar esse modelo, como processo natural de aprendizado de aceitar os erros e tentar novos e nem sempre vitoriosos acertos. Mas acreditam no processo e com isso fizeram sua carreira. Hoje muitos estão num partido que até mudou de nome para mostrar sua nova postura.
Já os que não tinham o bem pensar (note que não consigo chamar de mal pensar, penso ser somente uma ausência do bem pensar o que é diferendo de algo mal) ficaram marcando posição em teses que já ruiram a muito tempo e ainda  estão militando em partidos radicalóides como o PCdoB (que nasce de uma dissidência do PCB) e outros que não necessitam ser mencionados.
Tendem ao radicalismo e principalmente ao totalitarismo, pois dentro destes princípios suas fraquesas em não disporem do bem pensar são escamoteadas.
Já o PT que tinha em seus quadros pessoas dos dois tipos, acabou por se tornar algo que boa parte de seus fundadores se arrepiaram ao ter que admitir.
Os que tinham o bem pensar acabaram por abandonar o barco, pois esse assumiu rumos muito duvidosos. Os demais tentam as fórmulas do radicalismo, da doutrinação e do totalitarismo como única saida, por pura incompetência de assumir erros, tentar corrigi-los e fazer aquilo a que se propunham quando na oposição.
Ficaram à merce das velhas forças da sociedade brasileira para galgar o poder e pouco avançaram.
Eu não gosto de estatísticas, mas quem quiser que procure os dados que mostram como é ínfima a verba das tais bolsas-esmolas em relação àquelas destinadas ao BNDES para financiar entre outras coisas empresas e empreendimentos estrangeiros.
Não, não estou com isso concordando com muitas coisas do governo do PSDB, que a título de uma militância de esquerda moderada em seus primórdios tornou-se neoliberal e se curvou às reformas exigidas pelo FMI, na base do custe o que custar.
As privatizações são exemplo cabal desta incompetência daquele governo. Cedemos muito do patrimônio público para grupos estrangeiros e ainda financiamos boa parte da compra com dinheiro do BNDES.
Para completar, o Lula se vangloria de ter pago o FMI, meu deus! Sempre pregaram que deveríamos no mínimo rediscutir nossa dívida com eles. Qual nada, pagou e ainda colocou muito dinheiro nosso naquela instituição que é ícone da opressão do capital sobre as nações e ainda se vangloriou. Tudo só jogo de cena, nossa dívida é monumental e só aumentou na gestão petista.
Quem não acredita nisso é porque não vê as notícias que veem da Grécia, Espanha, Potugal e Itália que estão sendo obrigados ao mesmo massacre do capital ao qual nos sujeitaram.

Eu acredito que FHC e Lula não tieveram o bem pensar em muitas de suas ações.
Teriam outras saídas?
Se radicalizassem como o governo argentino, poderiam até deixar de pagar a conta do FMI pois se os juros que nos cobravam fossem razoáveis a conta já poderia ser considerada paga.Mas mesmo sem radicalismo, a renegociação destes juros teriam nos levado também à quitação do débito quase sem pagamento.
A reforma do estado brasileiro que precisa ser feita foi abandonada pelos dois governantes. Sem ela o Brasil vai ficar cada vez mais inviável.
Faltou-lhes o bem pensar.
Falta às todas as instâncias do poder brasileiro, público e privado, o bem pensar.
A economia sofre e sofrerá ainda mais com a falta de uma educação a altura da realidade moderna.
E não pensem que treinar um monte de técnicos resolverá o problema, a educação é algo mais amplo que o aprender a fazer, é necessário aprender a ser cidadão e isso nossas famílias e escolas não andam fazendo.
Aqui quando alguém critica nosso erro agente esconde, joga para baixo do tapete como o caso dos ministros defenestrados por denúncias da imprensa, ou pior faz vistas grossas quando os caras são "mais amigos" do poder. A falta do bem pensar os torna cegos às críticas.

A mim parece que o bem pensar é algo que vem da profundeza da alma, algo que se tem ou não.
Será algo que pode ser construído ou é inexorável marca "de nascença".
Como acredito na evolução da espécie, e julgo a alma a essência sou forçado a acreditar que essa pode sim conquistar o bem pensar, parar de esconder seus desacertos tanto da emoção quanto da razão e tentar corrigí-los. Enfim ser mais honestos consigo mesmo.
Sei que é tarefa difícil pois trata-se de mudar vícios de nossa alma e fazer com que isso se traduza em ações no plano consciente, mas se não tentarmos ficaremos sempre a mercê desse ridículo que somos.
Fossemos assim, muito da baboseira que lemos e ouvimos hoje não seria produzida, talvez nem esse meu texto.
Ah! estão querendo saber como me julgo? se tenho esse tal bem pensar?
Não sei, e não saber já é um passo na direção dele, acho eu.

domingo, 9 de setembro de 2012

A farsa está no fim, acreditem!

Li uma matéria no WP que computava uma perda no Mercado de Capital mundial de mais de Us$ 14 Trilhões.
E a derrocada econômica ainda nem mostrou sua verdadeira grandeza, dia a dia novos problemas aparecem no sistema.
Os governantes e os economistas (que de ciência não tem nada ficando só no "achismo") aliam-se à imprensa e não mostram o tamanho do buraco em que o capitalismo se meteu.
Fazem jogo de cena mas os fatos é que importam.

A Merkel está apavorada com a saída da Grécia da zona do euro.
A verdade é que essa saída representa um calote brutal à economia da região.
Se a contaminação ocorrer, ninguém imagine que Portugal, Espanha, Itália não acabarão adotando a mesma saída e se livrando das amarras deste sistema.
Ela sabe disso e como representante da grande credora que é a Alemanha teme as consequencias.

O que Hitler não conseguiu fazer com as armas, da segunda metade do século passado para cá a Alemanha e os EUA conseguiram com sua agressividade comercial (e também bélica deste último), ocuparam amplos segmentos de mercado com seus produtos e exportaram suas indústrias para o mundo todo ganhando dinheiro sem derramamento de sangue como o tolo do Hitler fez.
E conseguiram!
Invadiram o mundo com dinheiro e tecnologia e não com exércitos.

Mas o fato é que esse enorme superavit, no caso alemão, foi investido também no projeto de uma europa unificada muito mais esperto que a invasão hitlerista.
Boa parte deste capital foi emprestado para gerar desenvolvimento nos países participantes. Desenvolvendo seus mercados claro, pois é disso que precisam para fazer crescer seus patrimônios.

Emprestaram e queriam receber seus juros.

Acho que já entenderam que não os receberão mais e sua meta agora é tentar conseguir manter o capital investido, já na iminência de uma série de calotes que estão se descortinando.


O capitalismo, que sempre precisou de ações imperialistas para se manter mudou de tática, usou a infeccão de seus gens mais vis via capital e conhecimento de como explorar mercados para fazer esse mesmo capital crescer.
Não é preciso citar exemplos como os conglomerados industriais nas áreas quimicas e farmacêuticas, automobilistica, de base, de comunicações e tantas outras invadiram o mundo. As bélicas sempre em seus territórios.
No Brasil os casos são muitos.

Esse capitalismo de mercado, que visa somente o resultado do capital, além de gerar soluções para os problemas da sociedade, geraram também - e principalmente - novas necessidades, criando um círculo vicioso que primeiramente faz crescer seus lucros, e como efeito colateral nos faz refem de um conforto aos homens das áreas, por assim dizer, civilizadas do mundo e levando à mais absoluta miséria, condenando à morte mesmo, vastas camadas sociais de excluídos.

Com certeza quem tem foco neste capitalismo antropófago preferiria que essas tais camadas fossem eliminadas, Hitler até tentou excluir aquelas que ele julgava desnecessárias.
Que tolo! Seus métodos eram muito condenáveis.
Hoje, de forma muito mais barata e sem nenhum envolvimento aparente, o mundo civilizado faz o que ele não conseguiu via capital, globalização, mercado e subornos. Por vezes, e só para manter os lucros das indústrias bélicas e de petrolíferas, invadem um ou outro país mal comportado.
Mata por atacado com seus métodos modernos e não é acusada por isso, não "suja as mãos" e, na maior hipocrisia do mundo, ainda condena os morticínios e as desigualdades a título de defensores da democracia moderna.

Mas algo está mudando e nós, imersos nos acontecimentos, não temos a verdadeira noção dos fatos.

Vou citar um exemplo.
O Lula primeiro depois a Dilma abriram mão de arrecadação de parte dos impostos favorecendo os mercados automobilísticos e da linha branca. Lembremo-nos que todas as empresas beneficiadas são multinacionais e remetem seus lucros aos países de origem.
Nossa população mais simples, faminta de consumo propalado pela mídia também vendida ao sistema pois refém de seus anúncios, caiu de boca comprando e comprando, além de sua capacidade de endividamento.
A inadimplência é alta.
Por exemplo o Banco Votorantim (voltado principalmente ao financiamento do setor automobilistico) já deu sinais de que pode precisar de uma "ajudinha" como foi dada ao Panamericano.

Carros recolhidos por falta de pagamento seriam até rentáveis pois normalmente o comprador sai perdendo um monte de dinheiro na ocorrência. Mas quem vai querer comprar essa toda essa massa de carros semiusados?
Essa equação não vai fechar, tenho certeza que da missa não conhecemos mais que o amém que nos contam.
 Nos bastidores a coisa está feia.

O Mantega se derrete para justificar o injustificável, parece mesmo o coitado da turma que vai pedir para a vizinha a bola que quebrou sua vidraça.
Não teremos crescimento significativo, o da China despencando como está irá derrubar mais ainda o nosso e o de outros emergentes.
A recessão será muito forte e está só começando.
Em 29 a crise deixou norteamericanos passando fome.
Chegaremos a isso em algum momento nos próximos anos, não obrigatoriamente nos EUA mas em muitos outros países isso deverá ocorrer.

Daí minha fé na transformação.
Não se muda time que está ganhando, mas quando perde algo tem que ser feito.
Estamos caminhando celeremente para o fundo do poço deste sistema.
Paralelamente surgem novas experiências de relações econômicas (como a economia solidária) que irão começar a tomar corpo numa situação de crise.
A consciência de nossa efemeridade e a necessidade de deixar um legado positivo para as próximas gerações estão deslocando o foco de atenção do lucro para a sustentabilidade, da coisa para o homem.

Os governos começarão a ser desautorizados por absoluta falta de capacidade de sustentá-los, a saudável anarquia irá tomar conta do ambiente socio-político-econômico.
Digo saudável pois processos anarquicos requerem forte participação cidadã para poderem ir adiante, e com esta surge uma nova democracia muito mais participativa e menos sujeita ao malcaratismo dos políticos atuais, respeitadas as raras excessões.

A mentira dos governantes virá à tona quando nada mais restar de paliativos.
A cara da Merkel e do Sarcozi nas aparições dos últimos anos deixavam claro suas incapacidades. Os fatos comprovaram aquelas caras de bunda que faziam, me desculpem o termo. A do Holande atualmente não é muito melhor.
Os dirigentes, quando assumem o poder, descobrem que terão que entrar no jogo da mentira instituída, a título de não alarmar as populações.
Mas os fatos, esses não negam, estão aí só não ve quem não quer, ou não consegue não sei o que é pior.
Quando a mentira vem a tona a população reage como vemos nos países que estão tentando "apertar os cintos " para se enquadrar no sistema. Querem tirar o pirulito que a criança acostumou a chupar!

Não imaginemos que as transformações serão muito pacíficas, pois os governantes e agentes públicos que usurpam-nos a verdade sofrem da doentia inebriência do poder, são viciados nele.
Teremos muitos palcos como os da Siria ocorendo em países que nunca iriamos imaginar que pudessem ocorrer para poder transcender esse sistema político-econômico destrutivo.

Por último, resta nos concientizarmos sobre o que esse tal conforto moderno tem nos trazido de bom, digo para quem os acessa.
Somos mais felizes porque temos um carro mais confortável para ficarmos nos congestionamentos?
Somos mais felizes porque podemos contatar qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo para falar uma bobagem qualquer?
Somos mais felizes com mesas fartas de porcarias que nos fazem engordar e adoecer?
Somos mais felizes quando nos trancamos nos nossos mundos cibernéticos e carros insulfilmados e nem dizemos um bom dia aos nossos vizinhos?

Tenho certeza, quem pensa está questionando tudo isso, quem não pensa... bom esses continuam votando no lixo que nos oferecem, se "instruíndo" pelas mídias que nos apresentam e comprando as inutilidades que tanto nos fazem falta.
Quer dizer, a humanidade está se dividindo entre o homo-sapiens e o homo-idiotis (como dizia o saudoso Muçum).

sábado, 12 de maio de 2012

Corrupção endêmica das "elites" brasileiras.

Definitivamente tem um monte de gente fazendo jogo de cena para analfabetos políticos verem.
Quem duvida que o sistema de arrecadação de fundos para o PT (talvez o mais ávido por recursos para chegar ao poder mas nem por isso o único partido a usar a fórmula) passou pela morte do Celso Daniel (que ao que tudo indica não era contra a arrecadação ilegal para o caixa 2 partidario, e sim contra aqueles mais cafagestes que ainda levavam para seus bolsos uma "taxa por cumplicidade")?
Quem duvida que a arrecadação ilegal para subsidiar o esquema do mensalão foi real e gerida por pessoas próximas (e da confiança) de Lula? Sistema aliás que não tem nada de novo, pois o Collor e o PC Farias já tinham usado - exacerbadamente e sem dividir com o resto da quadrilha brasiliense - fator esse sim que o derrubou).
Quem duvida realmente que os esquemas de compra de votos uns mais outros menos corruptos existiu tando na reeleição de FHC como na de Lula assim como na eleição da Dilma (porque o planalto se cala diante da promiscuidade escandalosa entre a Delta e os poderes executivos e legislativos e sua falsa venda para a F&S)?
Quem duvida dessa relação promíscua, entre o poder econômino e o estado em seus vários níveis e instâncias de poder existe desde a Corte (aquela do Imperador covarde que trouxe esse belo hábito no bojo de sua corte de inescrupulosos nobres).
A Delta foi aquele que interessava no momento aos interesses do Lula para tentar abafar o mensalão. Um grande articulador que está dando um passo bem arriscado pois para tentar queimar o Procurador Geral, pode acabar queimado com a própria tocha que acendeu chamada CPI do Cachoeira.
A temperatura sobe dia a dia em Brasilia.
Quando a pressão aumenta, as pontas mais fracas começam a se romper, alguns são emburrados como bois de piranha, mas nunca se sabe da voracidade delas não é?
São muitos os que podem se rebelar e aí a sujeira acaba aparecendo cada vez mais.
É minha esperança (fraca, muito fraca) de que se comece a purgar um pouco do cenário  político a grande quadrilha que se instalou depois da volta da democracia.
Não tenho saudades da ditadura, mas pô não pensei que redemocratizar um país subdesenvolvido iria custar tanto dinheiro à nação, e que a imoralidade iria se avolumar como se todo o discurso das utopias tivessem sido em vão.
Acho mesmo que não haviam utopias, só mentiras disfarçadas!