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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Feliz 2020!

Gostaria de desejar um Feliz 2020 a todos.
Sim 20 porque as perspectivas até lá são aterradoras e 2020 tá longe das previsões idiotas que sempre temos que ouvir da mídia nessa época.

Teremos alternativas?
Talvez, se mudarmos o modo de compreender e viver a vida.
Temos que redescobrir o sentido do menos é mais, aprender a dividir que é diferente de compartilhar que não passa do "mais com menos", onde com um clicar distribuímos lindas e até (por vezes) inteligentes mensagens.

Nestes tempos de efemeridades estamos desconstruindo as relações, talvez deva ser assim mesmo não sei bem.
Mas sou velho, de tempos outros, onde algo de mais profundo deveria pautar as relações ou simplesmente elas desapareceriam, não se manteriam desta forma maio que hipócrita que as mídias sociais e a informação na velocidade da luz permitem.

Tenho saudade de outros tempos, me comunicava muito menos, mas dividia mais a vida com os amigos, não havia atalhos.

Era olho no olho.

Essa falsa noção de que estamos conectados não nos trará felicidade nenhuma.
Estamos falando mais do mesmo, dia após dia.
Nossa sede de participação cidadã não será saciada por mídias sociais e opiniões dadas nos blogs e matérias da imprensa.
Enquanto não tomarmos consciência de que só tirando a bunda da cadeira e começando a agir da forma que desejarmos
nada mudará. 
Não podemos nos deixar levar pela "tendencia" manipulada pelas várias instancias de poder que nos cerca.
Assim fizeram povos árabes quando saíram as ruas para derrubar ditaduras, ou o pessoal do Ocupe Wall Street, ou os povos que estão sendo oprimidos pelo sistema econômico europeu, só para dar alguns exemplos.

Nós temos uma ditadura aqui no ocidente que é pior que as piores monarquias totalitárias do mundo árabe.
Baseada num poder sedimentado por milênios, baseado no capital, que se cristalizou e criou estados,  meios de comunicação, sistema monetário, mercados e tudo o mais que vemos hoje.

Mas não criou um homem mais feliz ou, no mínimo, mais civilizado.

Nossa violência é menos sangrenta que a da idade média, mas se ainda usássemos lanças e espadas veríamos o mesmo banho de sangue de então.
Ontem morreram mais de 400 pessoas só na louca e violenta Síria, só para exemplificar o quão rude é o homem atual.

A humanidade mudou pouco, não vamos tapar o sol com a peneira.
Está na hora de jogarmos para tras nossa hipocrisia e encaramos de frente o que está acontecendo na modernidade, não só da nossa realidade mas a da maioria.

Nações européias, autoproclamadas avançadas, tem crise profunda na convivência com os diferentes (e principalmente com aqueles que para lá migraram). Enquanto havia uma certa folga econômica podiam tolerá-los mas agora, cada vez mais, vemos hostilidades mais ou menos disfarçadas contra eles.
Falar que não é bem assim é de novo nossa postura hipócrita ou insensibilidade social não sei o que é pior.

Os EUA, que se autodenominam "América" (parece que com isso tentar nos fazer todos os demais países do continente como parte de seu violento feudo pós-moderno) tem uma massa de quase 50 milhões de pobres. É incrivel como pode um país dito rico ter tanta miséria?
Com certeza a sociedade de lá é tem uma insensibilidade crônica, o homem médio de lá não sabe disso? Se sabe e aceita atesta assim sua pequenes como ser.

A China está tentando virar um país de mercado, tentando fazer atrasadamente o que o ocidente já fez a mais de 3/4 de século atras. Mas usam um artifício de um comuno-capitalismo que faz sua nação ainda ter como base de desenvolvimento uma escravidão pós-moderna. Não posso muito falar de algo que desconheço, mas as notícias que nos chegam são aterradoras: suicídio coletivo em fábricas que abastecem o restante do mundo, jornadas sufocantes de trabalho, estratificação socio-econômica, e tantas coisas que se fazem contradição com a pretendida igualdade pregada pelo comunismo.
A Índia me soa como o país dos gênios toscos, dicotomia total entre visões espiritualistas, inteligência super avançada e homicídio de meninas indesejadas nas famílias pobres, estupro (até agora) praticamente autorizado pelos costumes e um atraso humano aceito por princípios religiosos que constroem algo que surreal por lá.
A Russia que não consegue escapar de seus caudílios, e que ao ter que libertar países da União Soviética mostrou o atrazo dos povos sob seu domínio que fizeram a dita faxina ética dizimando centenas de milhares de homens mulheres e crianças. Rudes, toscos e violentos tal como na idade média.

Cito esses países onde se deposita muito da expectativa do possível desenvolvimento econômico pretendido para salvar o sistema econômico mundial.
Talvez sejam somente um segundo tempo para esse capitalismo selvagem de mercado que assim demorará mais para ruir.
Mas a dura realidade que os países mais avançados estão vivendo atingirá a todos.

Estamos sem saída dentro do sistema, a história irá contar.
Daí minha crença que só a mudança da célula básica da sociedade que é o homem poderá mudar as coisas.
E não nos enganemos novamente com nossa hipocrisia, somos toscos e precisamos mudar isso.
A mudança de postura social irá acabar por desautorizar o estado, e os demais poderes que o capital criou.
Vai demorar porque os mais toscos que hoje ocupam lugares de poder não irão querer largar a rapadura sem lutar muito, mesmo que tenham que matar gente de seu próprio povo. 
A Síria não é um exemplo tão distante do que é capaz um poder ferido de morte.

O processo será anárquico (no seu melhor sentido) e irá demorar muitas décadas, mas esse é o caminho de saída que vejo para criar uma sociedade mais humana com todos os bons adjetivos que o homem pode ter.
O simples fato de procurarmos o mais com menos irá ruir as instâncias deste poder.
Ao deixar de consumir, ou reduzir drasticamente, esse mundo que nos ofertam no que for possível estaremos ajudando essa mudança.

Mais letrados poderão me contradizer, mas essa desconstrução do poder já se iniciou com movimentos ecológicos, de direitos humanos (despolitizados) e muitos outros que se espalham pelo planeta como ONG´s sérias.

O início já foi dado, cabe a cada um de nós construir a mudança interna que irá fomentar mais e mais essas transformações.

Mesmo que não seja 2020, seja 30 ou 40 construamos um Feliz Ano Novo.!