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sábado, 2 de novembro de 2013

IPTU - A Motivação Eleitoreira

Petistas me rebateram  nas redes sociais quando falei que o aumento do IPTU é mais um golpe eleitoreiro que uma real reajuste da tributação paulistana.
Porque? porque aplica taxas elevadas para certas áreas e chega a abaixar o valor em outras.
O interesse é eleitoreiro pois onde o valor foi mantido ou rebaixado foram analisadas mais sob o prisma dos mapas de votação do que pela planta de valores imobiliários da cidade.
Os pobres (mais de espírito que de dinheiro) são o alvo para as eleições para governador do ano que vem .
O que está errado?
É uma solução rasa e simplista fruto da incompetência administrativa de quem decidiu isso ou, o que pode ser muito provável, fruto de uma pressão política que nada tem a ver com e meritocracia que a dona presidente tanto propalou e nunca praticou.

É simplista, pois quem conhece um mínimo da estrutura de composição do valor venal sabe que ele envolve no mínimo:
a) valor do metro quadrado do terreno numa determinada área, que não pode ser confundida com todo um distrito, pois dentro de um mesmo podemos ter manchas de valores de terrenos diferentes.
b) valor do imóvel que depende de:
   1) Área Construída
   2) Padrão da Construção
   3) Idade da Construção
c) Tipo de Uso
Ora, como poderemos definir que dentro de um distrito todos esses parâmetros de comportam uniformemente para todos os imóveis nele contidos?
Impossível! Ou tudo o que estudei de estatística estava errado.
É óbvio que o IPTU tem que trazer uma justiça social cobrando algo que seja proporcional ao valor venal dos imóveis independente do distrito onde se insere o cidadão.
Mas ela não se constrói com canetadas incompetentes e eleitoreiras, e sim com um trabalho técnico, sério, analisando caso a caso e ajustando o valor do reajuste como se deve.
É um absurdo aumentar igualmente imóveis entre Pinheiros e Vila Nova Conceição!
Talvez, até, a média dos aumentos de Pinheiros merecesse um aumento um pouco menor do que teve, e provavelmente Vila Nova Conceição tivesse esse média até maior que o índice publicado.
Uma construção de alta qualidade e nova numa região onde o IPTU foi minorado é impossível de existir?
Exemplos bestas e clientelismo
Uma casa com 50 anos de um padrão baixo (o que foi realidade na região) e um casal aposentado na Vila Leopoldina (para citar uma região com valorização em alta celeridade) não pode ter o mesmo índice de reajuste que o prédio vizinho (que ainda mais lhes roubou a luz do sol).
Ah! coitados dos aposentados, então isenta eles!
Outra solução idiota, da mais profunda ignorância administrativa mas eleitoreira novamente, pois provoca muita propaganda e manchete em jornal mas não resolve o problema.
Se a cada caso que o reajuste se tornar inadequado uma exceção for aberta não haverá limite para esse processo de reclama&muda.
Só que não, é isso que uma administração incompetente e populista quer, criar dificuldade para, ao resolve-la, tentar cooptar o pobre eleitor ameaçado para sua horda de tolos.
Isso é tática fascista da melhor espécie.
Isenção pra que e por que?
De graça só injeção na testa, diz o ditado.
Milhares e milhares de pobres coitados isentos de IPTU não vem sua colaboração naquilo que usufruem e isso é um erro, uma esmola que leva a criatura a um lugar de indigente. Esse cidadão, não tendo o Carnê do IPTU, não tem o mote para discutir sua cidadania.
É um tipo de cala-boca que a cidade lhe dá, roubando-lhe esse direito básico.
Que seja mínimo o valor cobrado e ele terá seu carnê e poderá discutir numa roda de amigos o que pagá-lo representa. Isso é respeitar os moradores e resgatar sua cidadania.
São os mais humildes que acabam (por absoluta falta de opção ou por vezes malandragem também)  usufruindo mais dos serviços de saúde, educação e laser que a cidade oferece.
Tudo bem que assim seja, mas é bom que um mero carnê lhes aguce a memória de onde vem o dinheiro para cada benefício destes.
Se quiserem abreviar a leitura pode pular a divagação grafada em azul.
A Gestão da Coisa Pública na Privada.
Quando, depois de 4 anos atuando na política paulistana, por fim aquele ciclo terminou decidi deixar essa prática de lado, apesar de convidado a me candidatar a vereador.
Não há como entrar na política sem se sujar no lamaçal instituído. 
É como se fosse parte da iniciação para que se mantenha tudo como está. 
Você recebe ajudas financeiras e de transferência de popularidade e, lá adiante, quando lhe pedirem para fazer "a rebinboca virar para o outro lado" fica difícil dizer não! 
Pronto está com o rabo preso para sempre!
O que isso quer dizer?
Que todos, fora honradas e raríssimas exceções, estão imersos em um caldo de cultura podre.
Como esse jogo de podres poderes é endêmico, temos no Brasil os três poderes sofrendo com a falta ética e moral .
É grave, pois isso está sufocando a nação, e não é de agora, foi assim desde quando nos tornamos sede do império. O maucaratismo se instalou ali e nunca mais nos abandonou.
Algumas tentativas de reação contra esse status quo foram feitas, mas a podridão que o poder impõe as abafou rapidamente.
Conclusão:  
a) nossa administração pública é dominada pela política, pela falta de ética, pela imoralidade e desrespeito ao povo que os elege,
b) nosso empresariado em decorrência é desprovido de ética e engajado nesta conjuntura. Inicialmente como meio de sobrevivência e depois - destruídos seus escrúpulos - tornam-se parte da grande quadrilha. Nossa indústria da construção civil trabalha com propinas desde sempre os 4 presos anteontem da PMSP são só uma amostra representativa desta realidade.
Nossos banqueiros são agiotas da pior espécie, pois se aproveitam da podridão instituída e sangram o pobre cidadão sem trazer nenhum progresso à nação.
Com isso nossa administração privada também é incompetente no mínimo na questão ética. Estamos muito defasados do mundo civilizado e cada vez mais voltaremos a ser exportadores de matérias primas que mudaram o nome para commodities. Quer dizer andamos de ré. Voltamos ao tempo do império!
Concluindo
Fosse o PT um partido competente teria promovido as mudanças que o Brasil precisava e estamos cansados de saber quais. Com a popularidade do Lula em seu primeiro mandato poderia ter feito uma boa revolução na vida pública brasileira.
Mas não era de seu interesse, aliou-se ele o PT às forças reacionárias (a quem já tinham vendido a alma na Carta de 2002), e resolveu se locupletar do poder. E tentam mantê-lo exatamente como o fez os governos militares para continuar essa sangria no erário público, além de inibir as investigações que outros partidos no poder acabarão fazendo..
Claro que não dá para esperar do Haddad uma competência e seriedade que seu criador não tinha.
Filho de poste postinho é, diz o dito popular.