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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Morrer 182 vezes Privilégio de Eduardo Coutinho!

Hoje ouvi a 180a. morte de Eduardo Coutinho.
Para mim, que sou um leigo em cinefilia, era um desconhecido.
E para 99% da população também, não se enganem.
Não o estou desmerecendo, mas sim o jornalismo barato que temos no brazuquinha.
Ele, nas suas 728 facadas (4x182) morreu nas primeiras 4, mas isso não conta, precisamos mostrar as 728.
Eu sei que o jornalista tem que caçar notícia, e mata e remata tantas vezes quanto o público quiser ouvir.
Pobres jornalistas, não se emocionam mais com a morte, até que de um companheiro.
O importante é a notícia.

Para mim, a notícia é pela vida.
O filho, um doidivanas, desperulitou e matou o pai, tentou mas ainda não conseguiu, matar a mãe e tentou (talvez de mentirinha) se matar.
Coisas da vida, acontece centenas, milhares de vezes todos os dias, mas não por doidivanas especiais como o filho do cineasta.
Mas pelos nóias que circundam nossa sociedade.
Deles ninguém fala, não dá mais notícia.
Mas tem tanta morte como a do cineasta, mais, muito mais.

Para mim, desculpem todos, a morte do cineasta e da Dona Eufrásia (o neto cortou-lhe a garganta por 10 mirréis nos Cafundo dos Judas) dão na mesma.

O Doidivanas vai ficar preso, assim a sociedade o pune e dará um monte de notícias. Solução nenhuma.

Algum filho da puta pensou na mulher do tal Eduardo Coutinho!
Alguém falou do drama dessa mulher que perdeu o marido esfaqueado por um filho despirutulado?
Fosse uma peça de teatro, um filme de tv ou cinema todos iriam aplaudir quem a iluminasse, mas é só vida real.
Haveria mil e um comentários "super inteligentes", "super plugados", "super qualquer merda"!

Ah! aquela mulher (talvez a sua), que o cineasta tanto queria retratar e que ninguém dá valor antes de ser sucesso, sim ela pode morrer, talvez seria uma bênção para ela.

Por vezes fico pensando porque vim para esta vida.
É meio tola não acham?