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quinta-feira, 24 de abril de 2014

Falta água, energia e vergonha na cara!

Não sei quem resolveu por aqui que as hidrelétricas são danosas ao meio ambiente.
Já devo  ter postado algo sobre isso, inclusive mostrando que a visão de mega hidrelétricas é equivocada, pois essas sim geram áreas de inundação muito grandes e concentrada.
Mas o mesmo não acontece com pequenas e micro usinas de geração de energia.

O desequilíbrio meteorológico tem começado, e acho mesmo que é só o começo, a gerar secas muito fortes nas regiões centrais, sudeste e sul do país.
Secas que comprometem o abastecimento de água e de energia.
A incompetência e a corrupção brasileiras não dão chance do país andar adiante.
Há ameaças de racionamento de água e energia.
Ameaças porque os governantes não tomam coragem de promover o racionamento que também é uma forma de melhorar o uso desses bens tão necessários.

As pequenas e micro usinas são alternativas viáveis pois:
  1. Geram pequenas áreas inundadas, que beneficiam o meio ambiente mais do que prejudicam,
  2. Melhoram o armazenamento de água aumentando o nível do lençol freático e a irrigação nas suas redondezas, 
  3. Geram energia próxima do ponto de utilização não necessitando custosas linhas de transmissão,
  4. São possíveis de serem instaladas por particulares, ou cooperativas garantindo multiplicidade na implantação de um programa de abrangência nacional.
Sabe porque não são estimuladas?
  1. Porque são soluções descentralizadas, 
  2. Podem ser promovidas por particulares ou cooperativas, 
  3. Tem baixo custo e rápidas implantações e não dependem do estado a não ser por um programa de financiamentos,
  4. Na maioria das vezes não irão gerar impostos para alimentar a ganância de nossos políticos,
  5. Não irão alimentar distribuidoras de energia que são também uma fonte rica de impostos,
  6. E infelizmente para os corruptos não dão margem à roubalheira.
É uma pena que tenhamos um estado dão danoso à nação.
Cada vez mais acredito no estado mínimo, e na participação cidadã máxima, essa nossa democracia de mercado e marketing está nos matando, esse é o fato.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Não foi mole a ditadura militar.

Entrei na faculdade em 1970, um dos piores anos da ditadura militar.
A violência recrudescia contra tudo o que não fosse um amém aos desmandos que se via na administração de nosso estado.
Todos do Grêmio Politécnico foram presos, e eu apesar de ser da diretoria pois fui eleito Presidente da Comissão de Trote, não fui para a tortura.
Mas a OBAN ficou no meu calcanhar diuturnamente por uns meses.
Situação aterradora que por vezes ficava ridícula.
Eu tinha que andar uns mil e quinhentos metros para pegar um ônibus para ir para a escola a C14 tinha que me seguir dando uma que não estavam.
Dava até vontade de falar para me darem uma carona, mas honestamente os trogloditas que atuavam na OBAN não tinham nenhum senso de humor, aliás não tinham senso algum, e o medo era real.
Acho que esperavam que os levasse até a minha namorada de então que era do PCB, assim como toda a família dela. Até o papagaio era mais vermelho que verde e amarelo.
Eu não concordava com o alinhamento do PCB com o regime russo, ou cubano ou ainda chinês. Sempre achei que deveríamos ter uma reforma no Brasil que fosse diferente de tudo aquilo.
Mas ela e sua família sumiram, eu não soube dela por anos, mas felizmente depois soube que sobreviveram.
Um dos amigos da diretoria do grêmio depois de torturado acabou entrando para a ALN e foi pro Araguaia. Sua indignação só era comparável com sua inteligência. Nunca mais voltou, é um dos desaparecidos.
Conto essa história para mostrar que estava no olho do furacão repressivo que a ditadura militar impôs ao nosso povo.
Hoje 50 anos depois de 1964 todas as análises sobre o regime militar dizem que o golpe foi apoiado por vários setores civis que queriam que a economia se estabilizasse e que nos afastássemos do terror comunista.
Isso foi real no momento do golpe que depôs João Goulart, mas o poder embriaga qualquer um, uns (a maioria) se aproveitam para enriquecer, outros não conseguem se recolocar fora do poder e do status que esse lhes dá, mesmo que não tenham por objetivo o enriquecimento.
No caso há quem afirme que os generais que circulavam pelo poder não tiveram enriquecimento acima de suas possibilidades de ganhos nos cargos que ocupavam. Até acredito, penso mesmo que os militares tem um senso cívico que fica acima da média da população.
Mas isso não foi suficiente para ajudar o Brasil.
Embriagados pelo poder e pressionados pelos EUA, não conseguiram delegá-lo por meio de eleições que se restabeleceriam em 1965.
O pior de tudo é que esse regime se mostrou incompetente politicamente, e acabou cooptado pelo poder que sempre foi exercido no Brasil, pelas velhas oligarquias que não queriam mudanças e que queria como sempre se locupletar nas tetas do estado.
E assim foi, com Delfim Neto (esse mesmo que pela ausência de caráter apoiou Lula e apoia Dilma) no comando de um programa econômico demagógico que endividou o Brasil num nível que que demorou décadas para que pudéssemos sair do grande buraco e  o pior, destinou toda essa dinheiro aos mesmos poderosos que os apoiaram no golpe, concentrando a renda e tornando nosso povo mais miserável do que já era.
Ontem num programa da Mirian Leitão com o Edmar Bacha pode-se ver o descalabro econômico e social que o regime militar nos legou.
Os militares quando viram a batata quente que produziram quando quebraram nossa economia , resolveram "abrir o regime"  mas o que queriam mesmo é se livrar da batata quente.
Aí o desenrolar da história foi tipicamente brasileira, cheia de jeitinhos.
A anistia inocentava os torturadores e aqueles que atuaram violentamente contra a ditadura, num conluio interessante passou-se a indenizar os que se sentissem oprimidos pela ditadura com gordas quantias e pensões vitalícias e para os militares torturadores, ou mandantes destes, a declaração de inocência, também vitalícia.
Compraram com muito dinheiro o silêncio dos que se diziam de esquerda.
Se não há o reconhecimento dos erros, não há história a se contar, o que se conta é uma novela das mais baratas.
Assim como a sociedade de consumo absorveu o movimento hippie, as oligarquias e suas derivações absorveram os tais ativistas contra a ditadura comprando seu silêncio.
E como gostaram do dinheiro esses últimos, agora todos (salvo raríssimas exceções) se locupletam de nosso pobre dinheirinho e nós os eternos bobos da corte ficamos pagando impostos para a canalha nacional.