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quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Mares de Lama Brasileiros - Os Metafóricos

Começo a achar injusto manter presos o Beira-Mar e o Marcola!

Afinal os grandões, os que lavam o dinheiro criminoso lá fora, poderão ter seu Indulto de Natal da Dilma e do Congresso.
Pagando imposto e multa, qualquer bandido de alto escalão esquentará seu dinheiro para continuar mantendo seus negócios criminosos.
Beleza né?

Não acredito que outros detentores de dinheiro no exterior, não declarados na Receita Federal, vejam como interessante trazer seus valores bem protegidos pelo dólar, deixarem 30% para o governo jogar fora como sempre faz, e ainda ficarem sujeitos à instabilidade da economia decadente brasileira.
Só se fossem burros, e isso não são caso contrário não teriam esse erário investido lá fora.

Conclusão: é a bandidagem de grosso calibre que irá esquentar o seu dinheirinho por aqui, e olhe que mesmo assim muitos vão preferir continuar pagando as drogas, armas e propinas em dólar.

É burro ou no mínimo ingênuo mesmo quem propôs tal projeto, como sabemos que essas espécies de gente não circulam na política nacional, são bandidos mesmo.
Ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de perdão.
Ladrão que beneficia ladrão tem 100 dinheiros de comissão.
É isso.

Mares de Lama Brasileiros - Os Literais II

No post onde descrevo Brucutu, não quis entrar num mérito importante o que faço aqui.
Fomos e estamos sendo um país de economia primária (matérias primas e agropecuária).
Regredimos muito na indústria nos anos do PT no poder.
Ainda não temos um projeto de nação onde a venda de minério deveria ser proibida, pois temos tecnologia suficiente (umas das melhores do mundo) na produção de aço.
O aço agregaria valor ao minério, isso quer dizer, daria empregos e muito desenvolvimento periférico na sua produção.
Ao contrário estamos fechando indústrias, como exemplo a Cosipa está assim.

Na foto acima dá para entender o que uma empresa como essa representa para o município de Cubatão, para o Porto de Santos, e claro para o Estado e País.
Alegando não ter mercado para o aço produzido fechou!
Mas exportar minério bruto e importar vagões da China pode né?
Pra acreditar no brasil teremos que jurar de pé junto que o Papai Noel, coelhinho da Páscoa, Saci-Pererê e honestidade petista existem.

Mares de Lama Brasileiros - Os Literais

Fiz um projeto de pesagem de vagões no carregamento da mina de Brucutu, da Vale que parece à tempo tirou o Rio Doce do nome pois uma controlada sua acaba de amargar o pobre rio com sua lama fétida e contaminada.
Minha primeira sensação ao me defrontar com a mina foi de perda, como se tivéssemos ali arrancando pedaços de nossa terra para mandar para a China, que à época já importava tudo o que extraímos de lá.
Enfim, são negócios tentava contra-argumentar com meus maus pensamentos.
Só que não, não são só negócios, é um negócio brutal que não tem trazido melhorias para a nação.
E para "limpar" o minério que vem misturado com material indesejado para sua utilização nas siderúrgicas há um tratamento feito por esses  mega-tanques que separam a parte mais pura do minério dos dejetos e no qual se usam produtos químicos.
É um processo contínuo, que resulta em um minério mais valioso, e cujo transporte sai mais barato pois não se carrega partes inúteis.
Extraída a parte nobre do minério, que é transportada (salvo engano meu) para os tanques menores à esquerda para última lavagem, os dejetos são então descarregados em uma represa que está mostrada abaixo.
Um projeto que, sem discutir o mérito, muito bem executado diante as necessidades.
Na parte inferior à direita, temos a barragem típica, semelhante às que ruíram em Mariana.
Barão de Cocais, onde fica a mina de Brucutu, fica próxima de Mariana, toda a região é muito rica em minérios de ferro. 
Tanto que a cidade é toda meio avermelhada, parece que estamos usando um filtro vermelho ao olhar para suas ruas e casarios.
Porque todo esse bla bla blá?
Primeiro para entendermos que estamos sujeitos a 700 desmoronamentos como os de Mariana, e que algo muito sério deveria ser feito de modo a garantir o mínimo de segurança dessas barragens, o que se mostrou absolutamente baixo no caso das desmoronadas.
Há que se ter um monitoramento contínuo dessas obras pois podem sim, por pequenos abalos sísmicos, constantes, ir perdendo sua estabilidade.
Mas não rompe sem aviso, há sinais detectáveis de ruptura que podem muito bem prevenir acidentes como esse.
Houve irresponsabilidade civil e criminal da direção da Samaco, os diretores devem sim ser processados por assassinato, irem para a cadeia, e cumprirem pena por matarem a granel, provavelmente 27 pessoas.
Só pelo medo de uma punição severa esses burocratas irão tomar mais cuidados com suas administrações que priorizam somente o lucro mesmo que matem dezenas de pessoas e milhões de seres à jusante da barragem.
A mineradora tem que restaurar o meio ambiente danificado, cidades e distritos devem ser reconstruídos tal como eram, mesmo que seja nas suas misérias anteriores, mas tudo às custas da mineradora, e suas sócias qualquer que sejam.
Não adianta desculpas.
Perspectivas
Sabemos que nada disso acontecerá, isso é brasil (sim com letras minúsculas mesmo, não está merecendo um B mais digno).
As populações atingidas irão sendo atendidas precariamente até que na desgraça tenham que recorrer na nossa "ágil" justiça que garantirá seus direitos daqui a uns 20, 30, 50 anos; ou o que é mais provável: nunca!

Cada vez mais ficamos sem saída, mas tem mais lama no próximo post.

domingo, 8 de novembro de 2015

Vocacionais um Mito?

Estudei num Ginásio Vocacional em São Paulo, o Oswaldo Aranha, no Brooklin.

Tive que ser teimoso (com ainda 10 anos de idade) para poder entrar lá, pois o Pe. Carlos diretor do Meninópolis onde eu estudava marcou exame final do primário para a mesma data/hora.

Quebrou meu galho a inesquecível Prof. Berenice, cujo rosto continuo recordando agora 55 anos depois que me deixou fazer o exame final na sala da casa dela. Eu era bom nos estudos e acho que isso fez a diferença.

Mas voltando ao Vocacional, foi talvez a melhor experiência que ocorreu no Brasil para transformar o ensino público, gratuito em algo que fizesse a diferença para as gerações futuras.

Era um projeto com certo cunho anarquista.
Criou um "Serviço Vocacional" que funcionava absolutamente independente da estrutura da Secretaria da Educação, não se reportando à hierarquia burocrata típica do estado patrimonial brasileiro (daí meu pensar no princípio meio anarquista da proposta).
Foi talvez um sonho à época, agora depois de 50 anos, e vendo a realidade brasileira, acho que seria hoje um delírio, doce delírio.
Modelo
Muito se tratou do projeto criado e coordenado por Maria Nilde Mascelani com uma equipe pra lá de competente e dedicada como a Prof. Olga Bechara, Prof. Glorinha nossa querida orientadora, e tantos outros jovens professores daquele tempo em tornar nosso futuro melhor.
São muitos os nomes pois todos os professores foram absolutamente engajados no projeto, tinham tempo integral, cada um com seu espaço, seu tempo de planejamento, de coordenar as aulas (não se pretendiam os sabedores, mas orientadores do aprender), e mesmo de ter um tempo para nós quando precisássemos ou quiséssemos conforme nossos interesses.


Não vou falar muito sobre o projeto pois existe uma organização a GVive, que se pesquisarem na internet encontrarão muito material.
IndigNação

Não é minha intenção aqui divulgar o Vocacional.
Tenho recebido muitos links sobre ele de queridos amigos (que os tenho com orgulho a mais de 50 anos), falando do Vocacional.
Há muito material, alguns que dizem ter "aproveitado" algum ideário do sistema, mas nada disso para mim pode realmente ter eficácia.
Por exemplo, não me interessa quando alguém de uma instituição particular, diz que aproveitou isso ou aquilo do sistema.
Ora, um dos pilares do sistema era ensino público e gratuito.
A busca pela qualidade era o terceiro pilar que fundava o projeto.

Quero dizer que não existirá um modelo de ensino que tenha meu respeito se não for baseado nesses três pilares: Público, Gratuito e de Qualidade.
Porque
O marido de minha prima foi Diretor até há pouco tempo do Colégio Santo Américo, escola para a alta burguesia que tem um programa educacional muito próximo ao do Vocacional, só que não!
Não sendo público quem manda no ensino é o pagante, o poderoso pai cheio da grana que decide o que a escola deve fazer para seu filho senão ele muda.
É a regra do capitalismo, do burro capitalismo: se meu filho não quiser seguir uma carreira "vitoriosa" ou porque não a minha, não poderia ser "orientado" com táticas da "mais alta pedagogia" para conduzi-lo a isso.

A educação deve ser feita pela família, se esse tiver condição pois caso contrário o estado deve supri-la.
O ensino feito pelo estado que deveria representar a vontade da nação (que infelizmente não somos) com um projeto eficiente e duradouro.

Onde quero chegar?
O Vocacional só existiu porque havia vontade política no governo de Carvalho Pinto, e de seu secretário de educação Luciano Carvalho em criar um modelo para ser replicado para todo o sistema de ensino paulista, quiçá brasileiro.
Foi exitoso até a ditadura invadir as escolas, prender muitos dos professores, roubar ou destruir a documentação, e mesmo apavorar os adolescentes que estudavam nessas unidades.
Isso em 1969, quer dizer o sonho durou 8 anos se muito.

O que a ditadura destruiu, até agora meio século depois, não houve mais interesse político em reconstruir.
Não falo dos Vocacionais em si, falo de um ensino público, gratuito e de qualidade.
Isso não interessa aos políticos e poderosos brasileiros que, de Maquiavel a Goebbels leram todas as cartilhas da manipulação de um povo, que quanto mais ignorante melhor de ser conduzido aos interesses deles.

Há tempos conversando com a Prof. Olga Bechara talvez tenha sido rude ao dizer que os educadores não fazem a boa educação, somente a implementam quando o projeto político assim desejar.
Não desmerecendo os educadores, mas temos que entender que o seu lugar depende de diretrizes que os fazem frustrar vida afora pela pouca eficácia de seu trabalho, o que não é absolutamente culpa deles.
O que não falta no Brasil são bons educadores.

Ficar discutindo cotas é assumir nossa incapacidade de projetar um país justo.

Como disse Lenon: o sonho acabou!
... e com ele a esperança num Brasil melhor.

A pobreza do raciocínio Zero ou Um

Já escrevi há tempos sobre o que chamo de "mal pensar", uma conduta de pessoas que misturam lógica e emoção e acabam numa conduta confusa e na contrapartida partem para o raciocínio 0 ou 1, binário e insuficiente.

Não sei se é falta de cognição, ou simplesmente uma disfunção do cérebro que mistura os lados quando deveríamos estar trabalhando só com um deles, ou pior, pela falta de consistência do lado razão fica a emoção dominando as ações.
Eu por exemplo gosto muito de música mas ela desperta sempre nosso lado emocional.
Quando escrevo acabo desligando o som, pois ele interfere no meu raciocínio.
Quando estou programando ouço clássicos ou jazz, bem baixinho, mais para não me sentir solitário que para outra coisa.
Ou seja, devido às minhas limitações naturais, tento aproveitar o máximo possível de minha capacidade cognitiva para desenvolver minhas tarefas.

Estudei bastante matemática e sei que um dos maiores passos que foi dado pela humanidade foi quando cogitamos da existência dos números fracionários e depois os irracionais, e com isso descobre-se a possibilidade de uma linha contínua que liga o 0 ao 1 com um número infinito de valores entre eles.
Na verdade é do desenvolvimento do raciocínio abstrato que estamos falando.
Confusas palavras?
Penso que não, mas se o leitor não entendeu corre o risco de ficar prostrado no 0 ou no 1, sinal que lhe falta imaginação no lado racional para entender.

Se você não gosta de matemática, mas sim das artes ou mesmo das ciências humanas, vamos ver esse conceito 0 ou 1 na relação humana.
Quantos são os relacionamentos que temos que apresentam condutas que discordamos?
O cara é meu amigo mas faz cada besteira que não posso concordar...
Sim, a gente aceita nossas relações mesmo que elas se deem com pessoas que não estão exatamente em acordo conosco.
Nem ela nem você é 0 nem 1, ficamos todos no intermédio, considerando cada aspecto das personalidades humanas como a moral, a ética, a estética, o poder, a inteligência, a amorosidade e por aí vai.
Mas se você não entende isso, deve ter poucas relações verdadeiras.
Seu lugar é sempre no 0 ou 1, ou seja no "é do meu lado ou é contra mim", no branco contra preto, no homem x mulher, no pobre contra rico, e em tantas outras polaridade tolas que assistimos hoje.

É essa pobreza mental que lhe fará ser uma pessoa egocentrada, onde suas alianças (esse é o termo e não relações) são sempre baseadas em seus interesses e, claro, que combinados com os que se propõe a se relacionar contigo.
São espíritos pobres, infelizmente cheios de poder, dinheiro, e de baixíssimo nível ético e moral.

Vivemos no Brasil de hoje uma proliferação desse tipo de gente, desses pobres mentais, que ocupam nosso estado, nossas empresas, e instituições em geral.

Todo o resto que se passou nesta semana, como:
  • o filho do Lula ser enquadrado no Cirque de Soleil por sua prepotência típica de um sem carater, 
  • no movimento do #meuprimeiroassédio, 
  • no movimento das mulheres contra as idiotices tentadas contra elas pelo Cunha, 
  • pela prepotência do Ministro da Justiça acusar a PF de programar blitz na casa do outro filho de Lula em "horário inconveniênte",
  • pela desfaçatez do mesmo Cunha falar que os seus 20mi guardados lá fora não eram dele eram para seu "usufruto", e fora resultado de venda de carne enlatada da qual ele não sabe o nome nem tem documentação,
  • do silêncio das oposições, paradas no "quanto pior melhor" vendo a mononeural se dar mal a cada passo, o Cunha indo pras cucunhas (para rimar), 
  • os tribunais superiores sendo manipulados, trocando a boa pelo pior, se é que entendem,
é somente fruto dessa corja de gente que ainda não saiu do tempo onde a matemática se fazia contando pedrinhas e as relações humanas eram baseadas em tacapes.

Será muito difícil mudar isso.
Primeiro deveríamos pensar em como elevar a participação pública dos que já entenderam que a realidade é mais que 0 ou 1.
Ou articular nossas cabeças para um projeto de mudança que só ocorrerá com a desconstrução desse estado brasileiro tornando-o desinteressante para a canalha que se beneficia dele, sim só a bancarrota do estado me parece uma saída plausível.
Fica a pergunta, como construir uma forma de organização paralela que ao mesmo tempo que desconstrua o estado, expulsando os 0 ou 1, refaça uma organização sócio-economico-política que venha a ser algo promissor a legar aos nossos descendentes?