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domingo, 8 de março de 2015

Dando voz aos idiotas, ou quase!

Economia Solidária e Anarquia
No ano passado escrevi sobre a dificuldade que tive de entender equações de mecânica dos fluidos com integrais quádruplas quando estudava engenharia.
Naquele post, critiquei os economistas que, muito menos afetos à matemática que os engenheiros, falam sobre algo que é baseado no valor do dinheiro, algo que seria matemático.
Claro que o lado de ciências humanas da formação de economistas é mais light, fácil de digerir, e principalmente mais fácil de ser aprovado pois tem respostas que permitem maior flexibilidade como as de cunho histórico-socio-cultural mais fáceis que aquelas "malditas" da matemática que querem um número ou conjunto deles preciso, exato.
Baboseiras Quádruplas
Volto ao tema pois estou estarrecido com o besteirol que ouço atualmente sobre a economia no mundo todo.
Aliaram-se à esses economistas, pouco afetos a números, uma horda de jornalistas "especializados" em economia que ficam repetindo as baboseiras que um ou outro economista, por sua vez pouco assertivo, bradou na mídia em algum momento.
O fato é que a humanidade, e suas ciências humanas estão absolutamente atrasadas em relação ao nosso desenvolvimento tecnológico e está sendo atropelada por essa última.
Se as "equações humanas" já eram difíceis sem tanta tecnologia, o que se dirá agora, onde supostas estatísticas apresentam precisão de centésimo percentual, mas estão fundadas em pressupostos absolutamente falsos.
As baboseiras começam então a se maquiar como grande verdade, mas não passam do "discurso do burro" do universo das fábulas.
Pelo Mundo
A economia americana está se sustentando, volta a crescer, não por brilhantismo na gestão econômica, mas por uma característica intrínseca de grande parcela daquele povo que se torna obstinado em princípios básicos de livre iniciativa, e tantos outros do "american way of life".
Obstinação que vemos ainda em parcelas dos povos de alguns países asiáticos.
São populações que se focam em modelos impostos, aceitando-os e se sujeitando a tudo o que essa visão estreita promove, para o bem e para o mal.
Em alguns casos como o norte americano e o chinês, a parcela que se sujeita ao sistema despreza que esse sistema relega à miséria parcela importante de sua população, e usam ambas a repressão para conter os menos favorecidos, no caso os negros e pobres americanos, e escravos-pós-modernos da China.
Já a Europa parece não encontrar mais o caminho do que poderia ser um "sistema econômico" e usa os velhos processos de opressão que estão fazendo água não só na Grécia, como em muitos outros países da UE e continuarão a afundar. Deveriam focar o termo União muito mais em aspectos culturais, sociais e históricos, e na defesa destes, do que num sistema econômico obsoleto.
Mas há um mérito no processo civilizatório que se vê brotar por lá.
Explico.
A falência do sistema econômico, nessa fusão promíscua entre o dinheiro e o estado criou uma elite do dinheiro mundial (1% detém 50% do capital do planeta), um estado anacrônico, e uma inviabilidade de oportunizar vida digna aos jovens.
Na Espanha, como 50% dos jovens estão bem preparados mas sem colocação na sociedade, a economia solidária esta sendo a alternativa para se manterem dignos.
O que me agrada nessa proposta é que ao adotá-la estamos desconstruindo as formas atuais da economia e de estado e criando novas formas de organização política e econômica.
Há uma mudança de paradigmas, e só assim o novo virá.
Sem o menor embate com o sistema que acabará se esfacelando, a troca utilizando uma moeda própria aceita como princípio moral de um agrupamento humano irá gerar uma economia que não paga impostos aos governos, e nada pode impedi-los de assim proceder sem tolher a liberdade humana.
Na contrapartida, os cidadãos imersos em economias solidárias terão que ser muito mais participativos em nas decisões que envolvem a coisa pública que os afeta.
É o processo proposto pelas ideias anárquicas originais do início do século 19.
O Velho Terceiro Mundo
Sei que a modernidade não gosta dos termos subdesenvolvimento e terceiro mundo, aos quais fomos habituados a usar para definir a América Latina, a África, muitos países do Oriente Médio e a Índia.
Mas são termos muito mais honestos com a realidade destes lugares.
Eles estão hoje, mais que nunca, mostrando seu atraso.
E cada vez mais atrasando-se em relação ao resto do planeta.
A América Latina dividida tentativas de um bolivarianismo anacrônico que tenta, assim como o Putin na Rússia e os Aiatolás do Irã, resgatar um sistema que já se provou ineficaz, está afundando os países em que se implantou ou esta ainda tentando se implantar.
Os que escapam desta sina, tem economias pouco ativas e não conseguem gerar uma união Latino-americana como fez a Europa.
A Rússia por sua vez cada vez mais se isola e cria dificuldades internas que acabarão explodindo novamente.
Estamos por aqui atrasados no quesito tecnologia-produtividade e mais ainda no humano que agrupa economia, política, educação & cultura e bem estar.
A queda destas pretensas democracias socialistas, que não passam de um patrimonialismo oligárquico travestido, é inexorável.
Mas daí a retomar o caminho do desenvolvimento, principalmente humano, muita água terá que passar sob a ponte.
Ah! e sobre a Economia Brasileira
Na lógica linear do pensamento do ex-ministro que se passava no pão (e de tantos outros economistas da esquerda caolha), aquela das medidas anti-cíclicas na economia tem até seu lugar.
SE Os juros altos da Selic favorecem somente o capital, principalmente o especulativo, ENTÃO vamos baixar os juros na marra, eles param de ganhar especulando e se voltam para a produção.
=> CONCLUSÃO: mentira, esse dinheiro foge para portos seguros e ficamos a ver navios... zarparem claro.
SE os bancos públicos financiarem o consumo a juros baixos a economia cresce e os demais bancos tem que baixar os juros, ENTÃO crédito pro que der e vier.
=> CONCLUSÃO: os demais bancos preferem aplicar o capital em porto mais seguro que uma limitada classe média tanto no tamanho como na longevidade. A festa acaba logo pois as famílias tem parco poder de endividamento, neste universo onde ser banqueiro é o mesmo que ser agiota
SE financiarmos empresas "top" nacionais, elas irão empurrar o crescimento, ENTÃO vamos alimentar o BNDES com nossa dívida cara e emprestar baratinho para as empresas top.
=> CONCLUSÃO: top-top, as empresas pegam nosso dinheiro, baratinho no BNDES, e aplicam na Selic, o resultado é garantido e o único problema são as feridas de tanto ganhar dinheiro coçando o saco.
Teríamos muitos SE & ENTÃO dessa lógica pobre e linear que chamam de medidas "anti-cíclicas". Sabe porque a CONCLUSÃO será sempre negativa? Pois o que é anti qualquer coisa usa o mesmo paradigma do pró essa coisa.
O que precisamos é mudar os paradigmas, e isso só com mudanças de comportamento que teremos que ter, não por livre vontade afinal somos todos uns comodistas, mas forçados pelas sucessivas crises que já começaram e que virão cada vez mais.