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quarta-feira, 15 de abril de 2015

Tempos de Crise ou Crise dos Tempos



Quase um manifesto anarquista, não fosse o paradoxo!
Sim estamos em um país desgovernado.
Enquanto o Congresso tenta aprovar uma nova lei da terceirização de mão de obra para restringir direitos trabalhistas (assunto que abordarei em outro post), o governo federal terceiriza suas atividades atestando sua incompetência em gerir o país quando estamos em crise.

É verdade quando a presidente diz que a crise vem de fora, pois houve corte acentuado na pauta de exportações que fizeram o sucesso da gestão Lula.
Um país que teima em ser somente produtor de insumos básicos, produtos primários, que elegantemente querem chamar de commodities nos dias de hoje.
Historicamente fomos por sempre exportadores de matérias primas, a mais tosca economia.
A crise vem de fora porque não resolvemos nossos problemas aqui dentro como toda republiqueta que faz sua demagogia na exportação deste tipo de produto.
Venezuela e Rússia são exemplos de “cumpanheiros” tão mal geridos como o Brasil, como o foi Cuba também.
A industrialização nacional sempre foi deixada de lado pelos últimos governos, e o que restava dela atualmente foi jogada na lata do lixo sem o menor escrúpulo.
A demagogia da falsa esquerda, a eterna festiva, sem bom senso, enterrou o país nesta crise, que será difícil de sair.
Fogem da raia, terceirizam suas responsabilidades, Lula se esconde e só fala nos redutos que o apoiam.
Os pobres que tiraram o nariz para fora da água a estão vendo subir novamente. Seus parcos, muito parcos ganhos estão ruindo com a recessão e inflação, matando seus sonhos.
Explique-lhes isso na próxima eleição PT!
Instituições Falidas
Sem dúvida que vivemos uma crise institucional no país, e se não forem feitas mudanças profundas na corte brasileira, estaremos fadados ao insucesso eternamente.
Denomino corte as nossas instituições de estado que não deixaram de ter o mesmo ranço criado por D.João como bem explicou Laurentino Gomes na sua trilogia sobre a corte brasileira.
Os 15 mil que vieram com o espertalhão que, por covardia, ludibriou Napoleão (como se isso fosse mérito) se multiplicaram mais rápido que os ratos que lhes fizeram companhia na viagem. 
São o DNA dos que formam nossa corte atual.
Temos os 3 poderes deteriorados, frequentados pelos piores dos cidadãos que o país tem.
Exceções somente fazem a regra. Não bastam para pensarmos que irão um dia vencer essa falta de caráter do brasileiro que põe seus melhores piores na política, na gestão do estado em seus vários níveis e poderes.
Os bandidos de verdade
Quando damos aos dignatários de cargos públicos o poder de autorregulamentarem salários, benefícios e mordomias criamos o ambiente ideal para que os indivíduos de duvidosas intenções (para dizer o mínimo) se locupletem desse estado de coisas.
Os gestores dos 3 poderes agem como se não tivéssemos uma crise econômica que vem de há muito, e que não permite o país se desenvolver.
Bem dizia o ex-ministro Roberto Simonsen, “o estado brasileiro não cabe na economia do país”. E de seu tempo para cá só aumentou a diferença, e muito.

Aliam-se a esse quadro escabroso, os detentores do alto capital, que agem como agiotas, nunca pensaram na nação, vivem de extorqui-la, não dando nada em troca.
E junte-se uma imprensa escrava do patrocínio do capital, seja ele privado seja público, de alma vendida que manipula a opinião pública ao mando dos patrocinadores.
Para um povo ignorante como o nosso, despolitizado, alienado para ser mais preciso, essa manipulação é prato cheio para esses os seguidores de Goebbels disfarçados.

É a coisa está feia mesmo, principalmente por sermos esse povo vira-latas que aceita tudo e a tudo adere sem pensar.
As Saídas?
Os portos e aeroportos seriam de grande valia, não fosse sermos mal reconhecidos como cidadão pelo resto do mundo. Nossa incivilidade contrasta em países onde poderíamos esperar um pouco mais de organização, educação, cidadania, hombridade, ética. Essas coisas que esquecemos que existe.
Resta-nos pensar em alternativas por aqui mesmo.
Sou anarquista, dos Bakunianos, que acredito que somente a desconstrução desse estado que está aí poderá levar-nos a um estágio mais avançado.
Essa democracia representativa faliu, ao menos por aqui. Agoniza mesmo nos países mais avançados.
Precisamos sim de uma gestão pública e de instituições de governo, mas não tal como são organizadas hoje, baseada em na eterna mentira de defender os menos favorecidos mas sendo dirigidas pelos mais favorecidos que criam os tais dos “menos”.
Uma organização social que exigirá muito mais do cidadão, sem lhes dar chance de delegar suas responsabilidade para um representante que acaba agindo em interesse próprio e não público.
O caminho é longo pois dependerá inicialmente da desconstrução deste estado.
Se inicia com sua desautorização.
A sonegação é, apesar de crime, uma forma de dar inicio à essa movimento.
Já existe há muito por aqui e até está sendo "descoberta" agora.
Economia solidária, escambo e outras formas de compartilhamento de bens e serviços sem passar pelas moedas oficiais acabarão por se tornar sonegação lícita, difícil de ser impedida por esse estado que queremos eliminar.
Minar seus recursos tornará o estado desinteressante para os mal intencionados, será repensado, esse é o único jeito que posso ver.
Trabalho árduo que irá ensinar muito de cidadania ao povo, e décadas à frente talvez se crie um país de oportunidades iguais.