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quarta-feira, 18 de maio de 2016

Um ministério pra chamar de meu...


Um ministério pra chamar de meu... mesmo que seja só eu.

A classe artística, barulhenta por dever de ofício, fica alardeando:
a) Que foi Golpe o afastamento da Dilma e
b) Que é retrocesso na cultura a eliminação do MinC.

a) Processar difamações contra o Brasil

Ontem deu na imprensa um bando de atores, quase todos rindo (acho que é da nossa cara mesmo) e empunhando papeis reclamando de golpe no impeachment da Dilma.
Ao que me consta a Sônia Braga (a única que identifiquei ali) mora nos EUA há décadas e tem por lá uma carreira cinematográfica. Que sabe ela de nossa realidade? 
Não sei sobre os demais, mas se fosse meu papel cuidar da imagem do Brasil eu imporia processos acusando de difamação contra cada um desses personagens que querem aproveitar seu segundo de fama para falar mal do país, pois no fundo é isso o que fazem.
Não, não defendem o Brasil, esculacham nossa imagem lá fora. 
Por sorte sua significância é ínfima, e sobrevivem no tempo do cheiro de um peido.
Mas merecem processo, e quem mais o fizer.
Não ouvi sobre a manifestação das aprendizes de princesas vovós com o Requião que foram passear às nossas custas pra falar mal do Brasil. Se afirmarem que é golpe merecem um processo por difamação, ou sei lá mais o que os juristas podem usar.

a) Meu ministério

Se a tese dos artistas vociferantes é de que as ações culturais só acontecem se existir um ministério para elas, quero um ministério pra cuidar de mim também.
O ministério da atenção ao RVA (só as iniciais para esconder a bizarrice).
O ministro serei eu claro, e nomearei um monte de estafetas, e ninfetas para cuidarem de mim.
Com certeza serei um cara bem feliz, com carro, avião por conta da FAB, moradia e o escambau.
Você também não quer?
Tá, não só pro Aleixo, um ministério para quem programa computadores, abrange um monte de gente.
Se o ministro for eu e a camarilha minha, tô topando!
Concordam?
Não!
E se montar uma boa estrutura, e distribuir algumas centenas de empregos formando uma camarilha mais "abrangente'?
Não de novo!
Ô gente ingrata...

A lógica ministerial

Montar uma estrutura ministerial é um assunto que junta política e bom senso administrativo.
Não é o nosso caso que só temos utilizado da face política e deixamos o administrativo de lado, criando um estado que não cabe em nossa economia, como falava Simonsen.
"A economia é pouca quando eliminamos um ministério" argumentam alguns.
Não penso assim, pois as despesas administrativas, fora as mordomias de qualquer ministério devem levar muitos milhões por ano do nosso dindin.
Milhões que podem e devem ser alocados para projetos objeto da pasta.

Referencias do mundo civilizado

Li  matéria que em Londres todos os funcionários são obrigados a utilizar transporte público, salvo exceção que deve ser justificada e julgada para lançar mão de usar um táxi.
Ao que saiba há um ciclo escolar comum a todos e os políticos colocam seus filhos na mesma escola do pobre, projeto que me parece defendido pelo Sen. Cristóvam que não é Colombo mas descobre coisas boas como o bolsa escola.

O estado para si e para os seus

No Brasil a estrutura de estado parece funcionar para si mesma e para os seus, daí a chiadeira contra a extinção de ministérios.
É notório como o cidadão comum, que afinal é o empregador do funcionário público, é tratado como um inferior pelo seu empregado.

Acabam as tetas.
A chiadeira sobe o tom mas que sobreviva o bom senso.
Como já postei, ainda falta eliminar outros ministérios e muita chiadeira irá acontecer.
Esportes não se justifica fora da esfera da Educação e Cultura.
O mesmo se dá com Ciência e Tecnologia.


Um rearranjo organizacional

Estamos muito atrasados na gestão pública.
Não faltam no Brasil especialistas em organização operacional de instituições.
O que falta é vontade política de fazer as mudanças.
Não será com a corja que se instalou nos poderes que iremos adiante nesses temas.

Penso que só uma constituinte exclusiva, que entre tantos temas defina as estruturas organizacionais do executivo, legislativo e judiciário poderá realmente mudar as coisas.
Uma constituinte que deve apresentar um projeto de nação e onde, findos os trabalhos, terão seus promulgadores impedidos de atuar no estado em qualquer de suas esferas.

Será mero sonho de um velho delirante?

sábado, 14 de maio de 2016

Pura recatada e DO MINISTÉRIO PORRA!!!

Claro que é significativo, vem de signo.
É o que parece, expressa uma visão.
E dar significância a algo.

E Temer não teve habilidade para tanto.
Claro que mulheres e negros podem fazer cagadas.
Mas podem não fazer, e podem até ser meio neutros no que tange ao mal cheiro.
Mas sua presença teria grande significado.

Será que também os índios, os gays, os deficientes...
Ôpa, talvez aí não caibam tantos, ainda mais num ministério sonhado por mim com no máximo 14 cadeiras.

Sei que haverão mulheres e muitas, nas últimas semanas tenho telefonado para muitas empresas, mais de cem com certeza, e os homens que me respondem são ampla minoria, elas, as lindinhas, se sobressaem.
(E não reclamem do "lindinhas", não é menosprezo, se não entendem danem-se mocréias)

Seria justo uma maior pluralidade no ministério, mas assim em como nosso congresso há uma maioria gritante de homens, brancos e de meia idade.

Mas há algo pior, bem pior a considerar que é a inclusão de um sem número de indiciados na justiça a ocupar pastas.
Também vale aqui o argumento fisiológico de "como encontrar representantes em um congresso onde 60% tem problemas com a justiça?".

Aí o buraco é mais embaixo, não se resolve com fisiologismo, não se resolve mantendo essas regras de composição de maioria fadada ao insucesso. 
Temer talvez morra por ela, e com ele a maioria dos nossos congressistas.
Precisamos procurar outros.
Precisamos de uma reforma política onde a manifestação de voto nulo volte a significar a insatisfação com todos os candidatos.



Mudamos para ficar no mesmo!

Talvez até dê para entender a pouca margem de manobra do Temer.
Herdou uma lógica fisiológica sedimentada há décadas.

Como já disse, o toma-lá-dá-cá se institucionalizou com o FHC para se reeleger.
Com os petistas virou forma de governo de um sindicalista acostumado a ter várias caras, ser falso amigo dos operários e cúmplice dos empresários em seu arrocho.

Não está fazendo nada de diferente, a não ser reduzindo 10 ministérios por força de uma imposição das ruas.
Na verdade, não se vê nessa solução um "projeto de salvação nacional" nem ponte nenhuma que leve a bom futuro.
Começa mal, fazendo o mesmo do mesmo, sim, com menor escala, mas o mesmo.

À corja que habita o congresso, salvo exceções a fazer regra,  se lhes der folga, se agarra nas tetas do estado mais que carrapato em saco ariano, aquele bem branquinho e macio.
Congressistas dessa baixa qualidade só funcionarão na base da imposição, forçada pela população nas ruas, que ao pressionar o executivo irá mudando aos poucos o país.
Isso está provado.

Não foram anos e anos da mídia a dizer o que estava errado, chamando especialistas a depor o porque da acusação de erro e até de como, talvez, acertar.
Foi o povo na rua que provocou mudanças.
Há 3 anos fizemos os primeiros movimentos.
Este ano 6 milhões de brasileiros gritaram contra a situação, não foram só gritos de "fora Dilma", foram execrações a muitos outros políticos (que não representam ninguém), e também ao modelo político instituído no país.

Os políticos dizem nos ouvir, mas no máximo usam um só dos ouvidos, com o outro continuam a trabalhar com a velha e hipócrita política brasileira.
Temos mais de 30 partidos e ao mesmo tempo nenhum a representar o interesse da nação.

Penso que a representação partidária esteja anacrônica, e não é só aqui não, acontece mundo afora.
Para exemplificar as manifestações na França - declaradamente apartidárias - contra a reforma previdenciária que um governo dito de esquerda promove para poder equilibrar um sistema com tendências a falir. Coisa impensável a poucas décadas.

Nesses novos tempos de comunicação ágil, rápida, pública e coletiva, ponto a ponto, o significado de representatividade política deve ser repensado.
O indivíduo é assim, plural, ao menos os que entendem sua complexidade se assumem assim, não falo dos tolos ou desequilibrados, esses negam tudo por negar.

Mas sendo pragmático e partindo dessa nossa realidade nefasta, talvez o limite possível para o novo presidente seja esse.

O que precisamos?

O país precisa de um projeto, com um objetivo claro do que quer ser.
Sabemos de nossa forte vocação para ser o grande celeiro do mundo, mas não assumimos na prática esse nosso papel.
Não temos infra-estrutura para atender essa vocação, faltam portos e aeroportos para a saída de nossas possíveis safras.
Falta formação escolar e técnica, para formar mão de obra e cidadão mais esclarecidos (temor dos políticos mundo afora).
Não agregamos valor aos nossos produtos, vendemos soja e não óleo, rações e outros derivados que agregariam valor e dariam empregos por aqui. Vendemos minério e fechamos metalúrgicas.
Não fazemos a reforma agrária séria, que promova uma verdadeira interiorização do desenvolvimento esvaziando significativamente nossas cidades combalidas pela verdadeira guerra civil que se instalou nelas apelidada de violência urbana.
Falta saúde, que se pública e gratuita, é na prática prá lá de insuficiente, em muitos casos inexistentes.
Falta ética, moral, dignidade e cidadania.

Sobra estado inflado e incompetente,
Sobra funcionalismo tão mal caráter como nossos representantes políticos,
Sobra corrupção em todos os níveis e poderes do país.

Precisamos criar um novo estado.
Do jeito que a população pretende, onde os serviços sejam voltados para os cidadãos e não para os funcionários como hoje parecem ser.
Somos destratados por aqueles que são realmente nossos funcionários. Devem-nos respeito e bons serviços.

Precisamos de um estado com um planejamento técnico, com um organograma claro e fixo, sem alterações sazonais ao gosto do político de plantão.
Os ministérios e secretarias de estado e municipais devem ser discutidos tecnicamente mediante temática e capacidade de coordenar e se fixar em algo do tipo:
  1. Economia, Fazenda e Previdência Social
  2. Planejamento
  3. Casa Civil e Secretaria de Governo
  4. Indústria, Minas e Energia
  5. Agricultura
  6. Transportes
  7. Comércio e Turismo
  8. Comunicações
  9. Saúde e Assistência Social
  10. Ministério da Educação, Cultura, Esporte, Ciência e Tecnologia
  11. Relações Exteriores
  12. Defesa Nacional, Justiça e Cidadania
Temer para tentar acomodar os homens no poder e mantém:

  • Advocacia Geral da União como ministério, assunto afeto ao da Justiça;
  • Cidades assunto do Planejamento;
  • Ciência, Tecnologia e Comunicações onde os dois assuntos iniciais são afetos à Educação, não existem sem ela;
  • Fiscalização, Transparência e Controle querendo parecer moderno, mas já existem orgãos no ministério público e controladorias para cuidar desses assuntos, transparência não é assunto de um ministério, é para a Casa Civil cobrar de todos;
  • Desenvolvimento Social e Agrário, isso é tema da agricultura;
  • Esporte, que começa na escola ou não existe como o nosso vexaminoso desempenho;
  • Integração Nacional, se faz com um bom Planejamento;
  • Meio Ambiente é um tema transdisciplinar, e deve permear a ação de todos os ministérios, o Ibama bem cabe no Planejamento;
  • Minas e Energia, talvez seja sim o caso de ser mantido aumentando minha conta para 13, que seria um número cabalístico de azar acho eu;
  • Talvez o Trabalho seja outro possível acréscimo para desfazer o azar do 13;
  • Secretaria de Segurança Institucional, como diz o nome não deve ser ministério mas organicamente ligada à Casa Civil;
  • Turismo como ministério é uma besteira, são ações afetas aos municípios, principalmente ao comércio deles.

Vá lá então, que fossem no máximo 14, não 24.
Com nomeações políticas somente de 1o.  e 2o escalões (ministros e secretários e correlatos estaduais e municipais) para poderem definir coerência entre os projetos e demandas naturais e a linha política esperada no poder central.
Estruturas meritocráticas, com possibilidade se se livrar de lixos funcionais que existem no organismo público.
Romper com uma estabilidade pessoal do funcionalismo público em prol da estabilidade da nação. Velho vício que veio desde o império.
Acabar com as mordomias de nossos poderes, que até assusta pela falta de ética, e em todas as instâncias.
Se não se pode demitir, põe pra trabalhar nos hospitais, escolas, atendimentos ao público essa camarilha.
Isso sim seria enxugar a máquina.
Se o executivo desse o bom exemplo, a nação o apoiaria, iria às ruas para aprovar as mudanças estruturais e principalmente de apoio, sem fisiologismo.
Mas Temer fez o que sabe fazer, não irá adiante nisso.

Se fosse poderia promover as demais reformas importantes que estão a gritar por mudança.
O resto de nosso estado é inflado até não poder mais, incompetente, cheio de maus caráteres, dispendioso e só atende a quem nele trabalha.
O povo, "que se exploda" como dizia o Justo Veríssimo.

Pois está na hora de explodirmos, não está?
Ou será essa a herança que iremos perpetrar para as novas gerações?




domingo, 8 de maio de 2016

Tudo Como Dantes no Quartel de Abrantes

"Oi tolinhos de plantão! Mudamos para ficar na mesma."
Esse é o mote da atual  política brasileira.

Parece que tirar Dilma, Cunha e quem mais vier não vai resolver muita coisa.
A fila de maus-caracteres em Brasília é enorme.
Uma verdadeira Sodoma, ou puteiro como dizia Cazuza.

O vice-próximo-presidente parece não ter caráter forte o suficiente para  criar ponte alguma para o futuro.
Sabe que só um choque de austeridade mudaria as expectativas e econômicas e políticas.

Mas herdou um presidencialismo fisiológico, que vem se arraigando desde o segundo mandato de FHC, que será difícil destruir.
Mas se FHC foi pai desse toma-la-da-cá, o Lula foi o filho pródigo que o institucionalizou e tornou modo de governar.

Em toda essa história, o PMDB sempre foi o mais fisiológico de todos os partidos.
Até hoje não se sabe realmente a que veio o PMDB, é uma sigla herdada, sem programa definido qua não seja o de carrapato do poder.

Nossas esperanças cairão por terra rapidamente.
Nossa mobilização contra o modo de fazer política e desfazer a pátria deve continuar.
É ministério demais, cupincha demais, safadeza demais a assolar o país.

O discurso do "no máximo 20 ministérios" pode acabar em um leve aumento destes digamos para 40?, pois não se trata de montar um conjunto orgânico e operacional de órgãos para administrar a nação, mas de espaços para que os políticos continuem roubando, para se elegerem e claro continuarem roubando.
São os arranjos de sempre.

Nada vai mudar se não continuarmos a reclamar, agora não aleatoriamente, mas sobre temas específicos como o que queremos como estrutura de governo, reforma política, administrativa, fim das mordomias inclusive do judiciário, e tantos outros que são o principal ralo de nosso tão suado imposto.


Enquanto formos os bundões que somos ficaremos  no  "Tudo Como Dantes no Quartel de Abrantes".
Triste fim para as maiores mobilizações que o Brasil já viu.
Frustrante mesmo.

É isso povo bundão.