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segunda-feira, 10 de setembro de 2018

A ignorância convertida em violência

Os extremos encostam a bunda num mundo redondo

O atentado à Bolsonaro despertou teorias de conspiração e acusações de sua autoria ter sido das esquerdas.
O que se vê é a animosidade animalesca que predomina nos discursos tanto da esquerda como da direita.

São violentos por ignorância, é simples assim.

A burrice histórica

Bakunin líder, de mentalidade mais aberta, se opõe ao fascismo disfarçado que Marx propõe com a
Ditadura do Proletariado e que deu no que deu.
Depois de 170 anos podemos constatar a idiotice proposta por Marx.
Totalitarista, não conseguia entender que o que Bakunin propunha não era o estado e o capital a mola mestre da economia a ser construída pela classe operária, mas o trabalhador, o homem e o cidadão.
Marx lançou as bases do capitalismo que, se tornou no grande espírito destruidor da humanidade que agora chamam Economia de Mercado, e que prefiro chamar de Economia das Coisas.
Lançou também as bases para o comunismo que se institui em vários locais no mundo, sempre com base em ditaduras violentas e sanguinolentas.

Fim do comunismo e da democracia

Sem me aprofundar em muitos detalhes (no final deste post algumas referências de leituras úteis para essa discussão) , o que vemos hoje é a derrocada de todos os sistemas políticos, uma descrença na política como um todo, e o que é pior, o retrocesso à posturas totalitaristas, populistas e porque não dizer fascistas (quando as várias fobias parecem se tornar um pensamento normal).

Os estados comunistas  que ainda assim se declaram ou que se disfarçam, mantém o viés totalitarista.
China, Cuba e Coreia do Norte entre outros são exemplos.
Os dois primeiros tendendo à um disfarce de capitalista, mas centralizado no estado ou sob sua autorização. A censura é forte nesses locais.

Os estados ditos democratas,  liberais, tem uma mentira mais sofisticada pois a Economia das Coisas criou um tipo de "grande espírito" que domina os meios de comunicação e outros mecanismos de indução do pensamento e vontades do povo, levando-os onde mais interessa ao ganho do capital, independente das consequências nefastas que isso possa causar à humanidade.
Fome, ignorância, desigualdade, destruição do meio ambiente são consequências dessa mesma causa que é basear a sociedade nas coisas.
Parte significativa não tem acesso a coisas básicas como água e comida.
Outra, não menos significativa, não tem acesso às coisas que o "mundo moderno" já desenvolveu, com tecnologia de ponta nas áreas da informação, medicina, produção, cultura etc.

Constatamos então o fim do comunismo explicito de Marx, e sua conversão em uma forma camuflada que hoje vemos baseada no mesmo totalitarismo proposto por ele.
Vemos também o fim da democracia, proposta pelos antigos gregos (que também não era pela igualdade das pessoas pois só os ungidos votavam). Hoje ela é dominada pelos princípios de Goebbels, grande instrumento do "big espírito" que é a manifestação da Economia das Coisas.
O que constatamos mesmo é o fim dos tempos do ideário, das referências filosóficas, da ética, da moral e dos princípios humanitários em geral.
O único princípio é ter coisas, não ser melhor.
Mesmo os mais conscientes não se libertam facilmente do ter.

Os movimentos migratórios em busca do ter

Por quase um milênio o mundo do norte do planeta explora o sul.
Saquearam, escravizaram, pintaram e bordaram nestas nações considerando-as feitas de gente de menor importância.
Acumularam riquezas roubadas dos colonizados, e com ela criaram países repletos de confortos.
Os expropriados do sul do planeta, ao verem aquelas belas condições de vida encheram os olhos, e começaram a migrar para esses paraísos do conforto.
Chamo de contra-invasão.
É silenciosa, arriscada, muitas vezes violentas mas acabam por valer a pena para os desesperados.
Já de há muito ela ocorre, mas nas últimas décadas, com as destruições causadas pelos conflitos no Oriente Médio, ela aumentou muito na Europa.
Antes bem-vindos por serem mão de obra barata, agora disputam empregos que rarearam com os cidadãos locais.
A xenofobia encontra seu caldo de cultura nesse contexto.
Sem se darem conta que isso seria previsível, povos do primeiro mundo passam a ouvir os discursos mais à direita onde a xenofobia é tida como algo normal.
EUA e Europa vivem esse momento, que diga-se de passagem, é muito temeroso.
Temeroso por ser radical e violento em seus princípios.

A chance dos extremos

Em todos os lugares do planeta o discurso raso de defesa de interesses nacionais, virou fácil.
Perdeu-se a vergonha em se propor violência e fobias contra minorias, extrangeiros e outras raças e nacionalidades.
O bom senso anda perdendo espaço para os radicais.
O Brexit foi exemplo onde as pessoas de bom senso não foram votar e os radicais, apesar não serem maioria, acabaram por levar a Inglaterra a uma sinuca de bico que está longe de se resolver a contento, sem perdas de ambos os lados, maiores para eles claro.
Felizmente ouvimos que na Suécia o crescimento dos radicais de direita foi de "somente" 5%, pois a previsão era de que fosse algo em torno de 13%.
A análise de cada caso na Europa mostra essa tendência mais radical à direita.
Nos EUA nem precisamos analisar, colocaram lá (com alguma manipulação midiática) um tresloucado que ameaça a paz mundial.E não é sem querer, é notório que os EUA sempre se utilizaram das guerras (claro que no quintal dos outros) para promover seu crescimento.

Será Ciclico?

Não pretendo estar vivo para ver o crescimento fascista disfarçado em cada um destes contextos.
O melhor do ser humano que é sua capacidade de tolerância, de relativizar os conflitos e procurar termos intermediários parece que está sendo abandonado.
O discurso do ódio, da ignorância, do eles e nós, está em alta pelos extremistas.

Enquanto quem pensa moderadamente ficar calado, os extremos ficarão em movimento crescente e acabarão por sufocar uma parte da humanidade que penso ainda ser maioria.
Maioria silenciosa, tendendo a sucumbir.
Voltaremos ao planeta dos macacos?

Referências

https://piaui.folha.uol.com.br/o-embate-entre-mikhail-bakunin-e-karl-marx/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mikhail_Bakunin#Conceito_de_liberdade_de_Bakunin