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quinta-feira, 18 de outubro de 2018

A contra-invasão

Há muitos séculos a Europa Imperialista explorou o Terceiro Mundo.
Ocupou países e continentes, subjugou nações e seus cidadãos, escravizou, barbarizou, impôs religião, roubou as riquezas naturais de cada pedaço de terra ocupado.

Com tudo isso criou nações prósperas, com muita qualidade de vida e com a perspectiva de que as pessoas que ali vivam tenham chance de ascensão social, econômica e cultural.
Isso é simples história.

No final do século XIX e na primeira metade do XX, por alguns países Europeus se afundaram em más administrações, em conflitos violentos, ou outras mazelas e acabou por expulsar parte de sua população para ir viver no mesmo Terceiro Mundo que fôra tão explorado anteriormente por eles.

Agora a realidade nua e crua é de que há uma disparidade enorme nas conjunturas do Norte e do Sul do planeta.
Alguns como eu, talvez muitos, não conseguem se sentir à vontade com a baixa qualidade de vida, sócio-cultural e econômica que acabou se instaurando no Terceiro Mundo.
Não gosto de estar em um país onde as pessoas sejam tão rasas na razão que só consigam ver o zero ou o um, não entendem frações, não entendem o que são os números reais, não falo só na ignorância literal da matemática, mas da metafórica que mostra que há sempre muitas alternativas entre dois extremos.

Estamos em período de eleição, colocamos dois extremistas da pior qualidade a disputar o segundo turno.
Um que não inspira confiança na nação por terem um projeto de poder custe o que custar, inclusive lançando mão do maior caso de corrupção da história do planeta.
O outro que não tem preparo nem para ser síndico de edifício, que defende um retrocesso civilizatório e que surfa na onda de ser o único opositor ao projeto do outro.
Dois totalitaristas, mais ou menos enrustidos o que não me faz diferença.

Não querer viver em um país onde a maioria de sua população não consegue pensar em alternativas moderadas, em avanços reais, em honestidade sem lei do Gerson, em ética, respeito humano (e não só às minorias) não é irresponsabilidade com ele, é simplesmente atestar que esse país não está dando certo e não dará por muito tempo, se é que um dia vai sair dessa condição.
Qualquer um dos projetos que entrar no poder irá atrasar o Brasil por mais 20 anos, perderemos o trem da história, só isso.
Ninguém aqui conseguirá redesenhar um estado brasileiro que caiba em nossa economia antes da bancarrota, do day-after quando não haverá dinheiro para pagar as mordomias dos políticos, salários do funcionalismo, altas pensões dos protegidos.

Caminhamos para a bancarrota, e eu não quero estar aqui para assistir.
Serei prazerosamente um imigrante na Europa, e passarei a colaborar com a contra-invasão, que é a busca de uma vida melhor criada pelos nossos invasores.

Que os céus me permitam ir embora antes do prejuízo final.


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