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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Memórias de um eterno tolo... eu claro

 No meu tempo escolar tinha-se que fazer um exame chamado "admissão" para entrar no então "ginásio" das escolas públicas.

Entre numa escola que fez toda a diferença na minha vida, o Ginásio Vocacional Oswaldo Aranha, um projeto experimental que não quero detalhar aqui.

Fato é que logo de cara encontrei uns amigos que se fizeram próximos. Andavámos sempre junto e todos nos respeitavam.

Éramos meio que uma quadrilha, um tanto inocente, de meninos de classe média.

Paulo Roberto Ferreira, Eduardo Bicudo Dreyfuss, José Teódolo Caldeira e eu.

60 anos me separam desse tempo, mas não da minha memória.

Eu era o mais fracote da quadrilha e era sempre ameaçado pelo José Carlos de Paula Machado.

Um dia sentado na arquibancada do pátio, o Zé Carlos me dá uma "gravata" por trás, o Teo que estava no pátio viu e veio me socorrer, dando por sua vez uma "gravata" no Zé Carlos que segundos depois me larga muito flácido.

O Téo deu-lhe um golpe atrás da orelha que o fez desmaiar.

Fiquei assustado, mas foi um exemplo de como a violência se manifesta.

Quando o Zé Carlos acorda o Téo lhe diz, da próxima vez  você vai desacordar mais tempo.

Nunca mais o Zé Carlos me agrediu.

Lembrei do episódio lendo a história recente entre Ucrânia e Rússia.

Os dois países parece que alternaram o papel do Zé Carlos: 

I) a Rússia provocando a Ucrânia quando estimula a ocupação da região a Leste com seus cidadãos, como se não houvesse espaço suficiente no território russo.

II) a Ucrânia, que ao se negar a cumprir os acordos de Minsk, fomenta a discórdia na região e envia tropas inclusive com membros nazistas e outras fobias das extremas direitas.

Alternam também o papel do Téo a Rússia e o Ocidente (UE e OTAN-EUA), ambos justificando a violência com um "já chega!".

E de novo temos um povo oprimido por uma guerra que, no fundo, não foi sua decisão direta. 

Homens maus que se conhecem bem impõe uma luta a homens de boa vontade que não se conhecem.

A "situação está cínica" diria Adoniran, que era da paz!