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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Roçando a Rocinha

A ocupação da Rocinha e do Vidigal teve um planejamento que não sei dizer se estratégico ou midiático apurado.
Na introdução a prisão do Nem e mais alguns chefões.
Prisão sem querer?
Por sorte.
O cara já havia fugido dezena de vezes, é safo e foi pego num portamalas, numa mera blitz?
A história do delegado que chega para redirecionar o destino do comboio também é para lá de estranha.
A morte da funcionária do afroregae (que frequentemente entra nas intermediações tráfico-sociedade) também pouco divulgada não terá algo a ver com todo esse show.
Achei um tanto midiática essa ocupação, não acham?
As casas dos chefões vazias (mudancinha rápida essa)!
Nenhuma resistência.
A mim parece que estava tudo combinado previamente entre os principais atores, ou seja a polícia e seus coadjuvantes, a imprensa, os traficantes e os políticos envolvidos.
Saiu todo mundo bonitinho na foto, salvo engano meu até o Nem esboçou um sorriso sarcástico numa daquelas tomadas maravilhosas de algum repórter cinematográfico.
Ah! sim, o resto da população, aqueles que realmente deveriam contar para o poder público, esses ficaram à mercê da própria sorte… será isso!
E enquanto a UPP não se instala eles, os favelados (ops desculpem o termo politicamente incorreto), ficam subjulgados aos homens truculentos que fazem a segurança e a limpeza da área.
Algo muito temeroso.
Em tempo, o que está sendo feito não tem nada de excepcional, só corrige um erro de atuação do poder público que se inicia, décadas atras, com a tolerância à ocupação destas áreas de risco da cidade antes Maravilhosa, por favelas que não permitem um vida digna para seus ocupantes, um poder público que, apesar de tolerar a ocupação irregular, não as reconhece como espaço urbano sujeito a muitos dos serviços obrigatórios que este deve ofertar. Algumas excessões audaciosas me permitiram ver um prédio do tempo dos CIEP´s lá instalado. Mas é pouco.
Está bem, melhor não ter tido que usar a força.
Melhor um acordo que uma boa demanda.
A mídia agradece, e com ela a Copa 2014 e as Olimpíadas 2016.
Mas e depois?
Será como na África do Sul?
Quem viver verá...

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