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quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Quanto Ufanismo!

Tive que tomar chá de boldo para me desintoxicar da bobageira que ouvi nos vários jornais de hoje sobre a eleição de Obama nos EUA.

Os repórteres empolgadíssimos falando da eleição do primeiro negro nos EUA, como se isso fosse realmente fazer uma grande diferença. Será?

Na África, ainda hoje, negros massacram negros numa atitude bárbara inimaginável no século XXI, que quer dizer, não é porque é negro que vai ser bonzinho e resolver todas as mazelas do mundo.
Não vai!
Seria pedir demais para o garoto "mais poderoso do mundo".

Ainda bem que esse dito negão americano não passava de mulato se fosse aqui no Brasil. A mãe é branca, e a alma será branca (ops! isso já é racismo de minha parte esqueçam que escrevi).

Tá bom, não quero dizer que o McCain seria melhor, mas também o quanto pior ele seria não podemos mais avaliar.
Claro que torci para o Obama, como a maioria do mundo.
Mas não me engano com a postura norte americana.
Seu egocentrismo não será amainado sem uma forte crise e o provável destronamento dos EUA como "maior economia do mundo".
Afinal, atualmente o que eles tem de maior são suas dívidas, suas incompetências administrativo-financeiras ou, como penso, sua imensa falta de ética em criar uma jogatina financeira baseada em valores irreais da sociedade americana, tais como o valor de seus imóveis, de suas empresas, etc.
Todo o mundo acreditou nas palavras do "mercado americano" e juntos especularam ao máximo, daí veio o estelionato atual. As perdas serão imensas, mas serão perdas para quem vinha ganhando muito e despropositadamente, não é o que me preocupa.

Temos que ter em mente que todos os problemas econômicos estão aí para detonar com qualquer presidente eleito nos EUA (ou outra nação qualquer), caso não se faça uma mudança de paradigma.

Israel ataca seriamente a Palestina no dia da eleição do “querido negão americano” (não é hipocrisia não acho que o Obama tem cara de gente boa mesmo), numa atitude que mostra o desprestígio dos democratas em áreas de atrito internacionais.
O capital judeu nos EUA e a sua indústria armamentista, que alimentam Israel, não querem saber de Paz querem a guerra, pelas mais disparatadas justificativas que escondem os reais interesses que são o lucro, o petróleo e a invasão de território alheio.

O que fará Obama?
Apesar do nome parecido ele não é Ozama, e não pode lançar mão dos métodos deste no trato da política externa americana. O Bush tentou e se deu mal, e não foi porque o nome não era parecido.

Vale a enquete: Quem é mais terrorista o Ozama ou o Bush?

Será que tudo o que o Obama aprendeu na vida, sobre conviver com as diferenças, irá conseguir as mudanças de paradigmas na política externa dos EUA e seus aliados para que saiam desta posição guerreira, absolutamente equivocada nos tempos atuais?

Vamos ver, pois não esqueço que foi um democrata (Lyndon Johnson) que resolveu mandar tropas para o Vietnã em 1965 e foi um republicano (o Nixon) que resolveu sair de fininha de lá com o rabo entre as pernas.

E sobre a economia?
O democrata Clinton administrou junto com o John Major e Toni Blair a idéia lançada por Margaret Tacher do último golpe do primeiro mundo chamado globalização.
Provocaram a privatização de tudo o que foi possível, e propuseram o mercado como o grande agente econômico.
Deu no que deu, o tal mercado mostrou que é feito de crupiês experimentados em enganar a massa de jogadores.
O mercado prefere jogar com o dinheiro (finanças) do que propiciar bases sólidas para o desenvolvimento dos meios produtivos (economia), pois este último dá muito trabalho.

O fortalecimento do mercado exigia a privatização dos serviços prestados pelos estados, pois o mercado era melhor gestos dos negócios. Aqui no Brasil, o FHC se aliou à essa globalização e privatizou telefonia, eletricidade e muito mais.
Financiou muitas empresas estrangeiras com dinheiro do BNDES (que entendo ser do povo) no processo de privatização.
O povo passou a pagar duas, três vezes mais pelos serviços, quem viveu o processo se lembra.
Será que tinha que ser assim? Não acredito, que teve malversação da coisa pública, ah teve.

E agora?
O Secretário do Tesouro do Clinton parece que vai ter papel importante na política econômica do Obama, será que mudará de postura?

O estado americano já começou sua caminhada intervencionista, ajudando bancos para manter a credibilidade em um sistema financeiro que está falido.

Esses altos e baixos que ocorrem nas bolsas mundo afora, são só parte do jogo para alguns saírem com menor prejuízo em detrimento de outros que acabaram perdendo mais e mais.
Jogo é jogo, uns (poucos e espertos) ganham e outros perdem.

O primeiro ministro inglês Brown foi mais inteligente no seu intervencionismo, falando em comprar ações das instituições falidas, para depois de recompostas, poderem vender sem tanto prejuízo.
Só não disse depois de quantos anos, ou décadas.
Qual o tempo necessário para a economia real do mundo crescer 2 a 3 vezes para resgatar o valor desses títulos podres?
Ninguém sabe.
O Bush e seu secretário de tesouro estão tentando copiar a fórmula inglesa (que também se espalhou por outros países europeus).
Será que o Obama vai manter essa postura? Antes, como candidato, apoiava. Temos que ver para crer.

O fato é que o imbróglio em que se meteram as economias do primeiro mundo, guiadas pelo estelionato pós-moderno americano, não permitirá muita margem de manobra.
A mentira foi exposta.

Hoje é o day-after das eleições americanas.
O discurso da vitória do Obama foi muito lúcido, sem ufanismos. Gostei.

Mas pela "vacância presidencial" exercida pelo Bush nos últimos meses, cabe ao Obama as ações práticas para promover mudanças que devem iniciar-se já.
Não dá para esperar o fim do mandato do "guerreiro vencido" Bush.
A crise se acirra cada vez mais, não nos iludamos, e finda a festa das eleições americanas o mundo voltará à triste realidade do esfacelamento econômico.

Um novo equilíbrio mundial deve ser estabelecido rapidamente, e o primeiro mundo deve ter a humildade de reconhecer as possibilidades dos mercados emergentes e dos outros que ainda estão submersos no abandono a que foram submetidos.

Não adianta o FMI ficar pressionando para que os emergentes ajudem a economia do primeiro mundo, com uma risível proposta de empréstimo a fundo perdido, pois eles tem que resolver suas próprias crises, estimulando seus mercados internos para suprir a falta que fará os mercados de primeiro mundo, que acabarão por ter que se contentar com um novo modo de vida.
Isto poderá garantir um mínimo de estabilidade e crescimento de suas economias ajudando, aí sim, resto do mundo.
Afinal o capital produtivo do primeiro mundo está entranhado em todas as economias emergentes e delas poderá auferir o lucro que não conseguirá nos seus países de origem, enquanto esses procuram se reorganizar nestes novos paradigmas. Mas o ganho é de um investimento produtivo, não de uma jogatina especulativa.

O fato é que a ciranda financeira (lembram do termo usado a tempos atrás aqui no Brasil) mundial deverá terminar, pois caso contrário o descalabro financeiro atual irá causar um colapso econômico irreparável, e a curto prazo.
Isto já está acontecendo quando vemos indústrias no mundo todo fechando as portas de muitas fábricas ou quando vemos cidadãos americanos acampados ou morando em automóveis por terem vergonha de declarar aos seus familiares a falência pessoal, ao pedir ajuda.

A exploração exacerbada que os países desenvolvidos fizeram ao longo dos últimos séculos contra os pobres do mundo têm que acabar, não está dando certo, quer seja pela invasão de emigrantes terceiromundistas procurando melhores oportunidades de vista, seja pelos conflitos infindáveis para manter territórios alheios sob controle.

Não tem jeito, vamos encarar a realidade de que não haverá milagres.
Temos que continuar conquistando espaços e direitos.

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