Páginas

Tradutor - Translate

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Progressão continuada na Educação

Metodologias requerem pessoas competentes para implanta-las e vontade política para efetiva-las.

Desenvolvendo competências.
Se os educadores não entenderem realmente o objetivo da progressão continuada, acabam deixando de lado os alunos com mais dificuldades, o que faz com que esses fiquem cada vez mais defasados.
A solução passa então por uma melhor formação profissional dos professores, assunto trabalhado seriamente em pouquíssimos estados brasileiros.
Passa também por uma remuneração justa para a categoria o que, num país perdulário como o nosso, nunca se fará somente com a vontade dos políticos.
Com quase 200 milhões de habitantes, podemos pensar que necessitamos alguns milhões de professores em todos os níveis de governo.
Cada real aumentado no salário deles representa esses milhões de reais mensais a serem custeados.
Como pensar em um aumento substancial de não menos que 50% dos salários?

Acredito que se fizermos uma enquete sobre quais as intensões profissionais que pais professores incutem em seus filhos, poucos irão querer que os mesmos sigam suas profissões. Isso não se vê na maioria das outras atividades.
Vontade Política

Se a vontade política não for a de educar, mas sim a de eleger, a progressão continuada formará analfabetos funcionais pois o investimento necessário no aluno que necessita ações complementares não é feito pois tem pouco apelo propagandístico na política eleitoral atual. E isso é o que acontece onde hoje é adotada.
Essa vontade não acontecerá enquanto os objetivos políticos forem esses mesquinhos e imediatistas da classe política brasileira. Me desculpem as poucas exceções.
Assisti a ditadura militar destruindo o ensino público, propositadamente, pois povo inculto é mais fácil de manobrar.
O acordo MEC-Usaid visava apagar os resquicios de uma formação humanista que vinha crescendo nas nossas escolas, tornando-a mais tecnicista, alienante como o fazem nos EUA.
Depois da ditadura, não vi renascer um projeto educacìonal brasileiro, a não ser pelas inteligentes e coerentes ações do Brizola com Darcy Ribeiro no Rio de Janeiro com os CIEPS, que logo logo os seus sucessores conseguiram desvirtuar.
A verdade é que a classe política brasileira não almeja um povo esclarecido.
Mantidos na ignorância, fica fácil aumentar aviltantemente seus próprios salários sem esperar a menor reação  popular contra esse assalto aos cofres públicos.
Estamos ainda nos tempos da corte, nada mudou.
À corte tudo, ao povo pague-se.
E mesmo aqueles que foram contra não cogitam devolver o que seja um possível excedente do tal aumento.
Todos acabam se levando pela lei de Gerson.
Só com um povo ignorante e desmobilizado isso é possível, então porque pensar em melhorar a educação?
Se melhorar estraga é o ditado dos gananciosos.
Tem saída?
Se o projeto de ensino era tecnizante, e hoje não temos profissionais habilitados para sustentar nosso potencial de crescimento, algo está pior do que se imagina.
Emergente é um termo para ser usado com prudência, não significa sucesso imediato, ao contrário, acostumados com a submersão, poderemos continuar nela por pura incompetência.
Essa vontade política não surgirá da dita classe política.
É uma vontade que deverá nascer do próprio povo, na definição de um país que queremos, e não de um país que podemos como praticamente decretou D.João quando veio nos fundar como tal.
Somos uma nação sem vontade, que delega decisões importantes para uma classe de pessoas do mais baixo calão, que só pensam em fazer da política um trampolim para enriquecer sem esforço.
Não haverá mudanças com eles.
Não haverá mudanças na educação, sem que hajam mudanças nas nossas estruturas políticas, que induzem à corrupção hábito que existe desde sempre por aqui.
Não há independência dos poderes quando o Executivo nomeia ministros do mais alto escalão da justiça nacional. Automaticamente essa se põe de joelhos ante aquele.
O legislativo, só tem atores que se esforçam para continuar no poder, olhando seus interesses pessoais e desprezando a coisa pública. Para isso ficam de pires na mão, nas antesalas do Executivo, implorando cargos e verbas para viabilizar sua próxima eleição.
Quer dizer, temos mesmo é um só poder, o Executivo, que tem um presidente que está mais para rei (ou rainha já que essa denominação tem o feminino).
Que distribui os cargos e verbas para uma corte não muito mais evoluída que aquelas que chegaram nos navios vindos de Portugal em 1808. A semelhança entre as cortes de então e de agora  é gritantante.
São o mesmo tipo de gente, sem educação!
E como poderemos querer que justamente esses, sem educação suficiente, priorizem um projeto educacional nacional  de longo prazo para formar uma nação de brasileiros à altura do século XXI?

Nenhum comentário: