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terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Não atirem pedras no rolezinho para não alimentar Pedrinhas!

Não se engane não, Marcola, Beira Mar e outros lideres de facções ditas criminosas são mais revolucionários que toda a esquerda junta.
A dita sociedade civil brasileira tem uma tradição de não violência e eles, a seu lado, tem um exército de mais um milhão de soldados bem violentos.
Gente que não tem nada a perder, que a sociedade brasileira encurralou nas periferias e não lhes deu chance de uma vida digna, essa é a verdade.
Criamos com isso uma população violenta fomentada pelo grande desnível sociocultural brasileiro.
Gente que se tornou violenta pelo simples fato de terem pouco a perder, até a própria vida, tão severina, não lhes é de tanto valor.
Se a sua própria é assim valorizada, assim consideram as dos demais.
Daí um assaltante de 12 anos matar por um celular, um tênis é um passo.
E passo dado todos os dias nesse nosso pobre Brasilzinho idiota.

Nossa hipocrisia social nos levou a criar um sistema perverso, onde há toda uma rede de instituições que se alimentam desse sistema apodrecido.
Todos sabemos que temos corruptos em todas as esferas e instituições que trabalham com o crime, se nós o eliminássemos, ou reduzíssemos o volume de foras da lei estaríamos criando atritos com todas essas categorias que se alimentam profissionalmente do crime e principalmente com a grande massa de corruptos que estão infiltrados nelas.
É um jogo de interesses muito sujos e que os agentes que estariam "do lado da lei" se tornam tão violentos ou mais que os próprios ditos "bandidos".
É o universo da barbárie onde Pedrinhas no Maranhão é um exemplo dos mais gritantes, mas que existem espalhados por todo o país.
E considerando então que as lideranças dos Partidos Bandidos (é assim que deveríamos chamar as facções que dominam os presídios), tem agentes públicos corrompidos que lhes permite instalar verdadeiros escritórios operacionais dentro dos presídios, devemos considerar que estão mais organizados que a sociedade civil está para combatê-los.
Isso é uma guerra civil, morre-se violentamente no Brasil mais que em conflitos como os da Síria.
É uma pena o legado que estamos deixando para as próximas gerações.

Rolézinho.

Ah! e o porque do rolezinho no título?
Porque esses grupos estão no limiar entre essas duas realidades, a dos arregimentados pelo crime, e a sociedade civil hipócrita que faz de conta que a realidade é boa e até melhoraria se matássemos os que nos incomodam porque eles não querem mais ficar nos seus guetos.
É uma população enorme de jovens que tenta ainda não ser cooptada pela violência, mas que precisam ter voz, precisam ser orientados ter locais para se reunir e cultivarem sua cultura, por pior que ela possa parecer para certas classes sociais.
Eu não gosto de musicas sem melodia que só falam de bunda, peito, buceta, pinto e foda.
Mas é só essa a cultura que oferecemos a essa juventude que na falta de um sistema educacional público, gratuito e de qualidade, só tem os estímulos mais básicos para alimentar seus bardos.
Temos que aceitá-los, queiramos ou não.
Um apartheid como querem criar os Shoppings proibindo-os de entrar dá no que vimos na África do Sul antes do tão cultuado Mandela.
O caso é mais sério, muito mais do que se imagina.
Se não incluirmos esses jovens, não lhes dermos voz, eles serão facilmente cooptados pelos outros, também coitados, que foram levados ao crime e o exército do Marcola e seus "companheiros" terá suas fileiras engrossadas em milhões de soldados revoltados e prontos para matar seus opressores, ou seja nós os hipócritas e idiotas que assistimos tudo pela televisão sem refletir no que estamos assistindo.

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