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segunda-feira, 25 de agosto de 2014

E depois do Feminismo vem o que?

As mulheres de minha geração rasgaram os soutiens.
Em alguns casos foi bom, aqueles peitinhos por baixo das blusas, por vezes até saltando fora delas eram uma delícia de se ver.
Em outros era o próprio horror.
Parece que quanto mais feministas piores eram os peitos, peitões ou peitículos praticamente expostos como ameaça... e eram, contra a estética.

Mas a questão foi bem além dos peitos.
A afirmação das mulheres exigiu muito mais e elas invadiram a sociedade pleiteando igualdade, mas que igualdade me pergunto agora depois de mais de meio século deste processo.
Mulher é mulher e homem é homem.
Somos gêneros diferentes, fora esse enormidade dos insatisfeitos de lado que aumentam dia a dia.
Os gêneros diferentes tem também Aptidões diferentes e igualmente importantes e devem ser respeitadas.

Nossa geração caiu numa cilada do capital, pois a oferta da força de trabalho das mulheres não se contrabalançaram com uma redução da carga de trabalho dos empregados, de modo a manter um equilíbrio na oferta de mão de obra e com isso o valor dos salários que relativamente acabaram caindo.
O resultado é catastrófico, e a história contará.
Vale pensar no que perdemos:
  • Educação dos filhos: as mães ao saírem para trabalhar não foram substituídas pelos pais na presença para educar os filhos. A família transferiu essa responsabilidade para babás, mil e um cursos para tomarem o tempo das crianças e "prepará-las" para a vida, e por fim para a escola que não tem obrigação nem competência para educar. Fosse planejada para isso, aí sim, poderíamos prescindir da educação familiar, e talvez da própria família e já teríamos chegado ao Admirável Mundo Novo de a.Huxley.
  • Qualidade de vida: 
    • A transferência da responsabilidade pela educação custa caro e é paga com boa parte do tal ganho salarial familiar. Os empregos gerados pela demanda desses serviços não respondiam por questões básicas da educação, repito não foram preparados para isso. Tapamos o sol com a peneira e fizemos de conta que seriam solução. Sobrou a correria do leva-e-traz dos filhos de cá prá lá.
    • Para uma classe mais favorecida a falta de tempo para os afazeres domésticos criou mais serviços e muitos ligados à alimentação. Hoje as casas poderiam ser construídas sem cozinha, o café da manhã é na padoca, o almoço no quilo, a janta compra-se pronta ou se come plásticos nos "fast foods". Não há mais o tempo para a conversa calma com os filhos e o companheiro, tudo é meio às pressas.
    • Para os mais pobres, sobra o abandono mesmo, filhos na rua, crianças se responsabilizando por cuidar dos mais novos, como se fosse possível esperar algo desse fato. E para piorar, as mulheres acabam, na sua grande maioria, deixadas para trás pelos pais dos filhos que vão "prenhar" outra sem se responsabilizar pelo rastro de herdeiros (da miséria) que deixam para trás.
    • Uma sociedade tão "cheia de oportunidades" aumenta em muito a movimentação urbana, e em países de terceiro mundo como o nosso, sem planejamento urbano com as cidades largadas aos desmandos da especulação imobiliária de um lado, e pela falta de transporte público adequado hoje as mulheres se maquiam no carro indo pro trabalho, homens leem ou escutam jornal enquanto dirigem e nesse via e vem passam 2,3 até 4 horas por dia. Tempo esse que falta para o resto.
  • Falta de serviços: fora o já citado, em países menos civilizados como o nosso, a falta de serviços públicos como alguns já citados, mas que se estende também à precariedade da saúde, a falta de lazer e cultura se aliam à alienação dos cidadãos nesses últimos quesitos. A família não cultua bons hábitos nesses e a sociedade se degrada em costumes sórdidos, para não acrescentar bizarros.
  • Demanda por ter: a evolução tecnológica cria uma demanda por possuirmos os bens que o mercado nos oferece e um tipo de torpe disputa por ser o que tem o melhor é instigado à população através de publicidade enganosa. Não adianta comprar o carrão anunciado que a gostosinha de 18 anos não vai dar pra você como insinua a propaganda. Nem comprar o último modelo de celular porque vai vir um amigo que comprou um duas, três vezes melhor e pagou a metade que você, descontada a passagem para Miami. Queremos ter e não ser. Tá todo mundo virando turista japonês, que desce do ônibus naquela bela praia tira umas dúzias de fotos e é perguntado pelo motorista - "como estão as férias?" ao que recebe a resposta - "Não sei vou saber quando for ver as fotos em casa, na volta".
Agora pensando no mundo como um todo.
Nos tornamos os idiotas ideais para uma sociedade de consumo.


Temos coisas e não valores.
Temos selfies de um ser sem ideário.
Isso até macaco faz.
Quero ver pensar.
Somos controlados pela publicidade e pela informação idiotizante que emana da imprensa.
Falsos especialistas falam abobrinhas para nos ter presos a uma tela que na verdade tudo o que quer é que fiquemos ouvindo as publicidades até o próximo bloco.

E para sustentar esse estado de coisas, a sociedade precisa de um estado forte que domine o povo, doutrine-o, prenda os rebeldes, enfim, ponha ordem na casa.
A ordem deles é claro.
Se ela não é boa para o povo, dane-se estou ganhando o meu legitimamente dizem os políticos, e sabemos que muitas vezes ganham muito mais que o deles ilegitimamente, na mão grande.

Mas controlando o povo tudo bem, continuaremos a financiá-los, dizem os poderosos do capital.

Li artigo sugerido pela Sandra Coutinho neste link que mostra a desordem que se alastra no mundo atual. Temos quase 60 milhões de expatriados por conflitos e doenças.
E deve aumentar com a xenofobia que está se fermentando nos países mais desenvolvidos.
Obama expulsou como nunca, judeus europeus estão tentando ir para Israel pois sofrem discriminação pelas besteiras feitas pelo governo israelense. Muçulmanos de todo primeiro mundo também são discriminados pelas besteiras que fazem os fundamentalistas que agora resolveram se matar entre si.

Não estamos evoluindo para algo melhor do que já fomos, digo, como seres humanos.

Minha única esperança é que tenho uma certeza esquizofrênica que esse sistema está limitado por si só.

São sintomas:
  • A crise que viveu o Japão em 1994 quando o povo parou de consumir e a economia se redirecionou para outros mercados, que também vão mostrar seus limites.
  • A falta de solução dos países mais desenvolvidos após 2008 que  não conseguem uma equação que restaure o dito desenvolvimento. E dificilmente o farão, a desordem econômica está nascendo por um tipo de desobediência civil.
  • Os vários conflitos bélicos em pleno século XXI, com selvagerias medievais usando recursos super modernos mostra esse nosso atraso humanístico, e aí se institui outra desordem, a social, deixando claro o esgotamento do sistema.
  • A falta de responsabilização ambiental desses estados mal resolvidos tece outra desordem que é a do meio ambiente, comprometendo o equilíbrio natural e até mesmo a vida no planeta.
Definitivamente minha geração foi uma bosta, desculpem a malapalavra, mas nada exprime melhor as besteiras que cometemos, a herança que deixaremos.


É uma pena que acabemos assim.
Tem volta?
Talvez, mas só depois do "day-after".

PS. E o pior de tudo é que a moda do soutien voltou, não se veem mais aqueles deliciosos peitinhos balançando livres leves e soltos. Tadinhos andam aprisionados, apertados, querendo saltar pra fora!.

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