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sábado, 16 de agosto de 2014

Marinando a eleição

Não é para falar da morte do Eduardo Campos, mas do renascimento da Marina.
Infelizmente me assusta essa hipótese.

Ele tinha uma história de administração em um estado (talvez o mais importante do nordeste) e poderia ser promissor  numa administração decaída como a da união.
Mas Marina já não tem essa história na bagagem.
Não governou, e o pouco que fez no executivo teve um radicalismo que me lembra o da Dilma que se fecha ao diálogo com importantes correntes sociais, políticas e econômicas do país.
Por muito menos o Collor foi defenestrado da presidência.

Marina não acabaria fazendo o mesmo que Dilma?

Não falo em desonestidade, a acho honesta o que comprovadamente não se pode dizer da atual presidente, pois conivente com desonestidade que graça país afora.

Mas na contrapartida tem sua profunda ligação religiosa que é algo preocupante.
Não adoto religião nenhuma, nem acredito nelas.
Mais ainda nessas instituições neopentecostais que ludibriam o povo sofrido, construindo templos que se o Jesus deles estivesse vivo provavelmente explodiria.
Estão longe de uma ética no mínimo razoável.

Também não me agradou sua posição em cima do muro na última eleição.
Falta convicção em suas decisões.
Decidir é um ato fálico, requer de nós esse lado masculino.
Analisar as circunstâncias com o nosso lado feminino é prudente, é mais plural.
Mas decisão é outra coisa.

Por tudo, fico com pena de termos perdido uma boa terceira via.
Sabemos que o falecido não emplacaria nessa primeira disputa, mas poderia ser de muita ajuda já num governo oposicionista e um promissor próximo candidato.

Ou o Brasil é um azarado por natureza, desde o descobrimento me desculpem os portugueses, ou há também algo de novo.
Não temos líderes decentes, e acho que isso pode ser bom.
Líderes em uma sociedade complexa como a atual não é o melhor caminho.
Vejo as democracias europeias, na maioria parlamentaristas, como melhor opção de governança.

Será que nas propostas da oposição não constarão uma reforma política onde a ingerência da política na administração pública se reduza substancialmente.
Onde se divida o poder entre um Presidente e um Primeiro Ministro, que pode a qualquer tempo ser derrubado e a casa rearranjada?
Será que seremos sempre fadados a ter uma nação onde o planejamento não se faça em papel de pão aludindo mais uma vez aos nossos descobridores.

Será então um grande azar ou uma chance para mudanças?
O jogo está posto, vamos a ele.

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