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sábado, 16 de abril de 2016

Os Cíceros e Catinilas modernos

Me intriga realmente os mecanismos de nossos pensamentos.
Postei uma vez  um assunto que me intriga que é o como o cérebro pode produzir o que chamo de bem pensar e seu oposto o mal pensar.
Volto ao assunto, diante vasta proliferação dos que se manifestam com o mal pensar citado no outro post.
Sabemos que temos setores bem distintos em nossos cérebros.
A Razão é de departamento diferente daquele que trata das emoções.
Penso que o "bem pensar" reside no equilíbrio, uso adequado, da atividade desses dois lados.
Se em equilíbrio a mente nos faz entender melhor as coisas, assimilar as frustrações, assumir os erros, nossas fraquezas e até qualidades.
Sem ele se perde a noção da realidade.
Erramos se nossa visão for excessivamente lógica, que despreza que somos humanos, com sentimentos e emoções que nos fazem mais complexos que meras máquinas pensantes.
Erramos também quando desprezamos nossa razão e agimos por mera emoção. Ficamos à mercê dos sugestionamentos mais nefastos que a sociedade pode nos oferecer, tais como a fixação excessiva em uma religião, em um time esportivo, em um partido político, e por aí vai.
Pior é que nesse desequilíbrio a pessoa se enfraquece diante espertos que vendo sua fraqueza doutrinam-na de acordo com sua conveniência.
Isso não é novo, vem desde sempre.
O invento das religiões sempre se baseou nisso, doutrinações sociais como o fascismo seriam impossíveis em uma população equilibrada, mas Hitler pegou o povo alemão em um momento propício para doutriná-los e deu no que deu.
Totalitaristas são peritos em utilizar esse desequilíbrio preponderante nas massas humanas.
Não faltam exemplos, ao contrário, parece que a história foi feita basicamente com esse processo.

Castração pelo desequilíbrio..

Sou ignorante sobre psicologia, não falo de castração no sentido que os psicos falam.
Uso esse termo por representar a impossibilidade de se procriar, mais objetivamente ainda impossibilidade de criar.
O desequilíbrio entre razão e emoção nos castra, pendendo para qualquer que seja o lado.
A incompreensão dos fatores emocionais criam modelos lógicos que falham quando aplicáveis a humanos, é simples.
Não há razão que consiga fazer uma criança desemburrar, quem não sabe disso passa vexame em shoppings, mercados etc.
Liberar nossas emoções sem a autocensura da razão nos impede ver fatos reais, construímos uma meta-realidade falsa claro.
Casos extremos levam à loucura em seus vários estágios.
Sem conseguir ver os fatos como são, não poderemos nos confrontar com nossos erros, frustrações e tantos outros aspectos da realidade que nos provocam sofrimento.
Mas sem assumir o erro não se chega ao acerto.
Sem assumir nossa frustração com alguém ou uma causa, não se tem referência crítica dela e continuamos a defendê-la como um doidivanas.
É assim que vejo torcedores fanáticos, militantes políticos, crentes religiosos, fãs doentios de qualquer objeto que seja.
Gente que não consegue esse equilíbrio, preponderando seu emocional para mim são muito estranhas.
Convivi bastante com gente simples, operários da construção civil e vi, mesmo nos mais incultos, que há essa diferença de comportamento.
Os equilibrados, mesmo que ignorantes, se dispõe ao aprendizado e vão em frente, já outros talvez por limitados cognitivamente mesmo, agindo com predominância emocional, ficam estacionados.
Não entendo o que faz o desequilíbrio.
Seriam frios e sem sentimentos os que querem viver no plano racional?
Seriam deficientes cognitivos, burros na rasa palavra, os que agem emocionalmente?
Absolutamente não sei, sei que esses castrados existem.
Todos nós, em certos momentos, nos desequilibramos, faz parte da vida, mas ao voltar o equilíbrio sabemos fazer uma autocrítica e sair desse lugar nefasto.
Mas alguns, doentiamente, persistem nessa atitude de castração.
Talvez haja um outro departamento no cérebro que seria o "fiel da balança" e que em certos humanos não funciona adequadamente.

Fazer o que?
Sempre existirão Cíceros e Catilinas na humanidade.
Parece que a distorção é antiga.

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