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sábado, 14 de maio de 2016

Mudamos para ficar no mesmo!

Talvez até dê para entender a pouca margem de manobra do Temer.
Herdou uma lógica fisiológica sedimentada há décadas.

Como já disse, o toma-lá-dá-cá se institucionalizou com o FHC para se reeleger.
Com os petistas virou forma de governo de um sindicalista acostumado a ter várias caras, ser falso amigo dos operários e cúmplice dos empresários em seu arrocho.

Não está fazendo nada de diferente, a não ser reduzindo 10 ministérios por força de uma imposição das ruas.
Na verdade, não se vê nessa solução um "projeto de salvação nacional" nem ponte nenhuma que leve a bom futuro.
Começa mal, fazendo o mesmo do mesmo, sim, com menor escala, mas o mesmo.

À corja que habita o congresso, salvo exceções a fazer regra,  se lhes der folga, se agarra nas tetas do estado mais que carrapato em saco ariano, aquele bem branquinho e macio.
Congressistas dessa baixa qualidade só funcionarão na base da imposição, forçada pela população nas ruas, que ao pressionar o executivo irá mudando aos poucos o país.
Isso está provado.

Não foram anos e anos da mídia a dizer o que estava errado, chamando especialistas a depor o porque da acusação de erro e até de como, talvez, acertar.
Foi o povo na rua que provocou mudanças.
Há 3 anos fizemos os primeiros movimentos.
Este ano 6 milhões de brasileiros gritaram contra a situação, não foram só gritos de "fora Dilma", foram execrações a muitos outros políticos (que não representam ninguém), e também ao modelo político instituído no país.

Os políticos dizem nos ouvir, mas no máximo usam um só dos ouvidos, com o outro continuam a trabalhar com a velha e hipócrita política brasileira.
Temos mais de 30 partidos e ao mesmo tempo nenhum a representar o interesse da nação.

Penso que a representação partidária esteja anacrônica, e não é só aqui não, acontece mundo afora.
Para exemplificar as manifestações na França - declaradamente apartidárias - contra a reforma previdenciária que um governo dito de esquerda promove para poder equilibrar um sistema com tendências a falir. Coisa impensável a poucas décadas.

Nesses novos tempos de comunicação ágil, rápida, pública e coletiva, ponto a ponto, o significado de representatividade política deve ser repensado.
O indivíduo é assim, plural, ao menos os que entendem sua complexidade se assumem assim, não falo dos tolos ou desequilibrados, esses negam tudo por negar.

Mas sendo pragmático e partindo dessa nossa realidade nefasta, talvez o limite possível para o novo presidente seja esse.

O que precisamos?

O país precisa de um projeto, com um objetivo claro do que quer ser.
Sabemos de nossa forte vocação para ser o grande celeiro do mundo, mas não assumimos na prática esse nosso papel.
Não temos infra-estrutura para atender essa vocação, faltam portos e aeroportos para a saída de nossas possíveis safras.
Falta formação escolar e técnica, para formar mão de obra e cidadão mais esclarecidos (temor dos políticos mundo afora).
Não agregamos valor aos nossos produtos, vendemos soja e não óleo, rações e outros derivados que agregariam valor e dariam empregos por aqui. Vendemos minério e fechamos metalúrgicas.
Não fazemos a reforma agrária séria, que promova uma verdadeira interiorização do desenvolvimento esvaziando significativamente nossas cidades combalidas pela verdadeira guerra civil que se instalou nelas apelidada de violência urbana.
Falta saúde, que se pública e gratuita, é na prática prá lá de insuficiente, em muitos casos inexistentes.
Falta ética, moral, dignidade e cidadania.

Sobra estado inflado e incompetente,
Sobra funcionalismo tão mal caráter como nossos representantes políticos,
Sobra corrupção em todos os níveis e poderes do país.

Precisamos criar um novo estado.
Do jeito que a população pretende, onde os serviços sejam voltados para os cidadãos e não para os funcionários como hoje parecem ser.
Somos destratados por aqueles que são realmente nossos funcionários. Devem-nos respeito e bons serviços.

Precisamos de um estado com um planejamento técnico, com um organograma claro e fixo, sem alterações sazonais ao gosto do político de plantão.
Os ministérios e secretarias de estado e municipais devem ser discutidos tecnicamente mediante temática e capacidade de coordenar e se fixar em algo do tipo:
  1. Economia, Fazenda e Previdência Social
  2. Planejamento
  3. Casa Civil e Secretaria de Governo
  4. Indústria, Minas e Energia
  5. Agricultura
  6. Transportes
  7. Comércio e Turismo
  8. Comunicações
  9. Saúde e Assistência Social
  10. Ministério da Educação, Cultura, Esporte, Ciência e Tecnologia
  11. Relações Exteriores
  12. Defesa Nacional, Justiça e Cidadania
Temer para tentar acomodar os homens no poder e mantém:

  • Advocacia Geral da União como ministério, assunto afeto ao da Justiça;
  • Cidades assunto do Planejamento;
  • Ciência, Tecnologia e Comunicações onde os dois assuntos iniciais são afetos à Educação, não existem sem ela;
  • Fiscalização, Transparência e Controle querendo parecer moderno, mas já existem orgãos no ministério público e controladorias para cuidar desses assuntos, transparência não é assunto de um ministério, é para a Casa Civil cobrar de todos;
  • Desenvolvimento Social e Agrário, isso é tema da agricultura;
  • Esporte, que começa na escola ou não existe como o nosso vexaminoso desempenho;
  • Integração Nacional, se faz com um bom Planejamento;
  • Meio Ambiente é um tema transdisciplinar, e deve permear a ação de todos os ministérios, o Ibama bem cabe no Planejamento;
  • Minas e Energia, talvez seja sim o caso de ser mantido aumentando minha conta para 13, que seria um número cabalístico de azar acho eu;
  • Talvez o Trabalho seja outro possível acréscimo para desfazer o azar do 13;
  • Secretaria de Segurança Institucional, como diz o nome não deve ser ministério mas organicamente ligada à Casa Civil;
  • Turismo como ministério é uma besteira, são ações afetas aos municípios, principalmente ao comércio deles.

Vá lá então, que fossem no máximo 14, não 24.
Com nomeações políticas somente de 1o.  e 2o escalões (ministros e secretários e correlatos estaduais e municipais) para poderem definir coerência entre os projetos e demandas naturais e a linha política esperada no poder central.
Estruturas meritocráticas, com possibilidade se se livrar de lixos funcionais que existem no organismo público.
Romper com uma estabilidade pessoal do funcionalismo público em prol da estabilidade da nação. Velho vício que veio desde o império.
Acabar com as mordomias de nossos poderes, que até assusta pela falta de ética, e em todas as instâncias.
Se não se pode demitir, põe pra trabalhar nos hospitais, escolas, atendimentos ao público essa camarilha.
Isso sim seria enxugar a máquina.
Se o executivo desse o bom exemplo, a nação o apoiaria, iria às ruas para aprovar as mudanças estruturais e principalmente de apoio, sem fisiologismo.
Mas Temer fez o que sabe fazer, não irá adiante nisso.

Se fosse poderia promover as demais reformas importantes que estão a gritar por mudança.
O resto de nosso estado é inflado até não poder mais, incompetente, cheio de maus caráteres, dispendioso e só atende a quem nele trabalha.
O povo, "que se exploda" como dizia o Justo Veríssimo.

Pois está na hora de explodirmos, não está?
Ou será essa a herança que iremos perpetrar para as novas gerações?




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