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terça-feira, 28 de outubro de 2008

E Agora FMI?

O primeiro ministro Gordon Brown (que quer dar uma de novo herói do mundo) mostrou a prepotência normal dos primeiro-mundistas quando diz que os países produtores de petróleo e a China podem "ajudar" o FMI dando dinheiro para o primeiro mundo socorrer os especuladores.

Parece piada!

Os ingleses e os EUA usaram os petrodólares, recebendo-os e mal-pagando os países produtores, a ponto de criar uma indisposição que fez do Islã o maior inimigo deles na atualidade.
Claro que os dois adoraram, precisam de inimigos para poder fazer suas guerras.
Mas daí a pedir aos explorados que, agora, doem dinheiro para socorrer os coitados dos especuladores vai uma grande diferença.
Que se danem os especuladores.

Ontem numa entrevista do roda-viva fiquei estarrecido. O Prof. Beluzzo, equiparar o capital especulativo ao produtivo.
O cara é "o cara" da economia. Diz que sabe tudo. E todos acreditam. Eu pasmei!!!

Mas o fato é que ao dizer que tudo é especulação, inclusive o capital investido diretamente na implantação de negócios, mostra que nossos economistas, pelo menos os melhores, tem uma visão absolutamente distorcida do que seja realidade.
Sempre achei que os economistas tiveram uma formação mais de jornalista que de analista econômico.
Para exemplificar, na minha época de estudante na Poli, o Banco Itaú contratava um montão de alunos e formandos para trabalharem lá e, por testemunho de colegas, eram maioria, poucos eram os economistas.
Ah! e as escolas são de economia, não de administração financeira.
O mercado mexe com finanças, a economia fica - se é que fica - em segundo plano.

Botaram tudo no mesmo balaio de gato para mascarar suas incompetências.

O noticiário ontem afirmou que as empresas brasileiras com capital na bolsa de valores perderam 1 trilhão de reais.
Fiquei imaginando grandes unidades industriais de uma dessas empresas desaparecerem, por nada, com tudo dentro inclusive as pessoas, só porque suas ações na bolsa de valores perderam valor.
Ora nada disso acontece.
Quem perdeu mesmo foram os especuladores que acharam que iriam ganhar dinheiro fácil com ações.
Muitas dessas empresas irão recomprar (tão logo possam) suas ações com esse "deságio" e ainda assim talves acabem pagando seu valor original com um lucro razoável que qualquer negócio deve - ou pode - dar.
A BOVESPA rendeu quase 100% no ano passado.
Isso é mentira, não há como crescer o capital nessa proporção.
A mentira está desfeita e contentem-se os investidores com seu papel de investidor e não de especulador.

Pior é a vida dos que realmente especularam em títulos podres, talvez saiam no prejuíso, ou no zero a zero ou talvez com um lucro razoável.

É isso, como falou o Prof. Beluzzo: "todos são especuladores", acho que faltou ele completar com adjetivos tipo gananciosos, razoáveis, canalhas, bobões, e outros que a crise tem apresentado.

Mas voltando ao Gordon (fosse brasileiro pesaria 320kg acho eu) com o FMI esmolando petrodólares finalmente livres da sacanagem anglo-americana dos anos 70-80 e dinheiro dos chineses, que poupam às custas de uma qualidade de vida baixíssima de sua população, mantidas a punhos de aço.

Pára com isso Sr. Gordon, dê um pouco de sua gordura primeiromundista para tentar fazer acreditar um sistema financeiro que está falido mesmo.
Deixe que os países de terceiro mundo (acho uma bobagem esse negócio de emergentes pois se somos emergentes eu diria que o somos do lodo fecal - detesto falar merda - que o primeiro mundo nos colocou) criarem o novo mercado.

Como já escrevi antes, povos severinos, mercados severinos, regras muito mais rígidas moldadas pela agrura que foi a nossa vida, agrura essa promovida pelos imperialistas europeus, e agravada com a entrada dos EUA nele no século passado.

Se há uma esperança ainda, para as nações desenvolvidas, ela passa por uma atitude mais humilde.
A xenofobia européia e norteamericana apresentada contra os imigrantes do terceiro mundo é, na realidade, uma saudável mudança. Os mãos-finas estão entendendo que catar lixo, ou lavar latrinas, ou servir pratos, ou tantos outros serviços subalternos da sociedade são melhores que um desemprego crônico que pode levar até os sistemas de seguridade social à bancarrota.
Recolham seus lixos, lavem suas latrinas, cuidem de sí e deixem que o terceiro mundo comece a usufruir dos benefícios da modernidade.
Usem suas empresas, sem a ganância que está sendo mostrada antropofágica, para ajudar-nos, e lucrem razoavelmente com isso.

Entendam que a diferença (até agora pregada pelo primeiro mundo) é a pior coisa para a humanidade. Os inferiorizados sempre irão se perguntar: "porque eles - os ricos - podem e eu não?", e terão como resposta ações violentas dos mais diversos matizes e tamanhos. Do roubo do tenis, ao 11 de setembro.

E o FMI que se contente com os recursos que sobrarem do "day after" que ainda não veio.

Enquanto o capital que roda nas bolsas não for purgado da sua fração especulativa (desculpe o termo errado do burrão aqui Dr. Beluzzo) as bolsas irão cair.
Ah! pena que sou tão burrão, pois a jogatina das bolsas fazem muitos espertos ganharem muito nestas crises. Pena que seja um dinheiro que parece poder não valer nada.

Xiiii, já falei demais por hoje. Vou dormir que ganho mais.

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