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quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Vida Severina

É o que nos impôs o primeiro mundo até agora, uma vida severina ao terceiro mundo.
Uma vida dura, sendo explorados primeiro pelo poder colonial depois pelo poder econômico, que aproveita de nossos mercados e nos deixa alijados do real desenvolvimento que pode elevar o IDH destes países.
As diferenças se acumulam, e com ela a violência.
A distância entre a vida abastada de uns e a carência de outros, convivendo no mesmo espaço urbano determina a violência. É uma questão de lógica.

Mas vida uma vida dura tem suas vantagens, deixa seus filhos mais resistentes, mais adaptáveis, mais espertos.

É isso o que aconteceu conosco, e espero que com outros povos terceiromundistas.
Nosso sistema bancário foi elogiado pelo Financial Times nesta quarta-feira, que se rasga em elogios às nossas instituições bancárias e ao sistema de controle do sistema financeiro estabelecido no Brasil.

É algo que nos deve deixar gratificados.
Não foi uma obra de um só governo, o Lula sabe, foi um trabalho que começou na década de 90 tentando um processo moralizatório, que envolveu vários governos, mas que apresenta bons resultados na sua gestão.

Ótimo, é bom que assim seja.
Melhor que a imagem erudita, cheirando de pó-de-arroz e pequeno burguesa do FHC, prefiro que o mundo comece a nos respeitar tendo como ícone o Lula.
Não sou ingênuo a ponto de achá-lo melhor ou pior que outros políticos.
Político é político no Brasil, uma casta bem esperta, e muito pouco ética, malandra, que tem olhos para seus próprios bolsos, e não para o bem público.
Se houverem excessões, são poucas e servem para validar a regra.
Mas como ícone, melhor o Lula, como foi Mandela em relação aos antigos governantes da África do Sul, com seus traços ingleses (lembro-me das reportagens de décadas atrás, vindas de lá, onde apresentavam um presidente branquelo e eu me perguntava "África, cadê o negão?"- os branquelos destoavam).
E ícones são importantes, sintetizam todo um conjunto de coisas em si.

Nossos banqueiros-malandros ficam sujeitos (e até vão às vezes) à prisão.
Os dos EUA foram relaxar em um SPA, pois conseguiram que o governo pagasse suas falcatruas sem praticamente nenhuma punição a eles.

É, muito do primeiro mundo tem fortes raízes na desonestidade, na falta de moral.
Acostumados a processos de ocupação colonial e econômica, construiriam seu "jeito de ser" entendendo que só explorando outros povos poderiam manter seu padrão de vida.
Usaram éticas mais que duvidosas como opressão, aniquilamento, escravidão, etc..
Mas estão se consumindo na própria ganância.
Suas fortunas especulativas estão sendo cobertas por Ações de governo cujo próprio lastro devemos duvidar.

Enquanto isso, diz o Financial Times, o Brasil (e espero esses outros terceiromundistas sofridos) poderá ter até um dos melhores crescimentos econômicos em 2009.

Como o mercado do primeiro mundo pode apresentar forte retração (a ferida financeira aberta nesta crise durará a cicatrizar - a desconfiança criada em semanas deve demorar meses, anos a ser revertida), resta-nos unir como estão fazendo os IBAS, e aliarem-se aos demais emergentes e explorados para criar um mercado mais objetivo, baseados em suprir primeiras necessidades, exterminar a fome, a falta de educação e saúde, melhoras as condições de moradia, transportes.

Como o capital do primeiro mundo vai acabar se voltando para os mercados possíveis, é importante que nós pensemos em sistemas regulatórios muito rígidos, pois esse capital virá com muita voracidade explorar-nos.
Nós precisamos dele, mas de forma menos volátil, num investimento de médio e longo prazo, que permita que o desenvolvimento possa ser planejado e seu resultado eficaz.

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