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domingo, 8 de novembro de 2015

A pobreza do raciocínio Zero ou Um

Já escrevi há tempos sobre o que chamo de "mal pensar", uma conduta de pessoas que misturam lógica e emoção e acabam numa conduta confusa e na contrapartida partem para o raciocínio 0 ou 1, binário e insuficiente.

Não sei se é falta de cognição, ou simplesmente uma disfunção do cérebro que mistura os lados quando deveríamos estar trabalhando só com um deles, ou pior, pela falta de consistência do lado razão fica a emoção dominando as ações.
Eu por exemplo gosto muito de música mas ela desperta sempre nosso lado emocional.
Quando escrevo acabo desligando o som, pois ele interfere no meu raciocínio.
Quando estou programando ouço clássicos ou jazz, bem baixinho, mais para não me sentir solitário que para outra coisa.
Ou seja, devido às minhas limitações naturais, tento aproveitar o máximo possível de minha capacidade cognitiva para desenvolver minhas tarefas.

Estudei bastante matemática e sei que um dos maiores passos que foi dado pela humanidade foi quando cogitamos da existência dos números fracionários e depois os irracionais, e com isso descobre-se a possibilidade de uma linha contínua que liga o 0 ao 1 com um número infinito de valores entre eles.
Na verdade é do desenvolvimento do raciocínio abstrato que estamos falando.
Confusas palavras?
Penso que não, mas se o leitor não entendeu corre o risco de ficar prostrado no 0 ou no 1, sinal que lhe falta imaginação no lado racional para entender.

Se você não gosta de matemática, mas sim das artes ou mesmo das ciências humanas, vamos ver esse conceito 0 ou 1 na relação humana.
Quantos são os relacionamentos que temos que apresentam condutas que discordamos?
O cara é meu amigo mas faz cada besteira que não posso concordar...
Sim, a gente aceita nossas relações mesmo que elas se deem com pessoas que não estão exatamente em acordo conosco.
Nem ela nem você é 0 nem 1, ficamos todos no intermédio, considerando cada aspecto das personalidades humanas como a moral, a ética, a estética, o poder, a inteligência, a amorosidade e por aí vai.
Mas se você não entende isso, deve ter poucas relações verdadeiras.
Seu lugar é sempre no 0 ou 1, ou seja no "é do meu lado ou é contra mim", no branco contra preto, no homem x mulher, no pobre contra rico, e em tantas outras polaridade tolas que assistimos hoje.

É essa pobreza mental que lhe fará ser uma pessoa egocentrada, onde suas alianças (esse é o termo e não relações) são sempre baseadas em seus interesses e, claro, que combinados com os que se propõe a se relacionar contigo.
São espíritos pobres, infelizmente cheios de poder, dinheiro, e de baixíssimo nível ético e moral.

Vivemos no Brasil de hoje uma proliferação desse tipo de gente, desses pobres mentais, que ocupam nosso estado, nossas empresas, e instituições em geral.

Todo o resto que se passou nesta semana, como:
  • o filho do Lula ser enquadrado no Cirque de Soleil por sua prepotência típica de um sem carater, 
  • no movimento do #meuprimeiroassédio, 
  • no movimento das mulheres contra as idiotices tentadas contra elas pelo Cunha, 
  • pela prepotência do Ministro da Justiça acusar a PF de programar blitz na casa do outro filho de Lula em "horário inconveniênte",
  • pela desfaçatez do mesmo Cunha falar que os seus 20mi guardados lá fora não eram dele eram para seu "usufruto", e fora resultado de venda de carne enlatada da qual ele não sabe o nome nem tem documentação,
  • do silêncio das oposições, paradas no "quanto pior melhor" vendo a mononeural se dar mal a cada passo, o Cunha indo pras cucunhas (para rimar), 
  • os tribunais superiores sendo manipulados, trocando a boa pelo pior, se é que entendem,
é somente fruto dessa corja de gente que ainda não saiu do tempo onde a matemática se fazia contando pedrinhas e as relações humanas eram baseadas em tacapes.

Será muito difícil mudar isso.
Primeiro deveríamos pensar em como elevar a participação pública dos que já entenderam que a realidade é mais que 0 ou 1.
Ou articular nossas cabeças para um projeto de mudança que só ocorrerá com a desconstrução desse estado brasileiro tornando-o desinteressante para a canalha que se beneficia dele, sim só a bancarrota do estado me parece uma saída plausível.
Fica a pergunta, como construir uma forma de organização paralela que ao mesmo tempo que desconstrua o estado, expulsando os 0 ou 1, refaça uma organização sócio-economico-política que venha a ser algo promissor a legar aos nossos descendentes?

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