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sexta-feira, 15 de maio de 2020

Moro, a faca de dois gumes.

O Ex-Juiz-Ministro Sérgio Moro é um personagem meio-a-meio.
Não dá para dizer que seja de todo bom, nem de todo mal.

É inegável o resultado de suas ações, orquestradas sim com os integrantes da Lava-Jato, tanto do Ministério Público como da Polícia Federal.
Colocou à mostra a corrupção sistêmica que sempre houve, e sabemos que não terminará tão cedo, por aqui.
Prendeu gente que antes ninguém imaginaria que iria pro xilindró.
Deixou a classe média brasileira extasiada.
Ganhamos um herói.

Desde o começo da Lava-Jato fiquei mais observando do que simplesmente apoiando o que acontecia.
Me parecia que todo o movimento da operação era um tanto seletivo nos seus alvos.
Estranhava o fato de alguns políticos conhecidamente de caráter duvidoso (para dizer o mínimo) não fazerem parte de suas investigações.

Mas até então o conjunto da obra era satisfatório, muito dinheiro foi reavido para os cofres da nação, muitos séculos de prisão foram decretados.
Muitos foram e estão presos, outros entretanto já foram beneficiado pela nossa (in)Justiça Brasileira que sempre trabalha em prol dos abastados que podem subsidiá-la de forma direta ou digamos "indireta" para não dizer pior.

A gota d´água

Enquanto se manteve distante publicamente da política, suas tendências direitistas ficaram na sua privacidade.
Ao aceitar o Super-Ministério (só que não) de um governo encabeçado por um déspota que tinha um histórico medíocre no Parlamento, pertencente ao baixo-clero da Câmara Federal não tendo realizado nada significativo por quase 30 anos, mamando nas tetas de nossa política fedorenta, e encaminhando sua prole ao mesmo caminho, ficou clara sua tendência política.

Diga-me com quem andas... diz o ditado.
A decisão dele não poderia ser mais reveladora.
A população que ainda o apoia é composta de gente que gosta e precisa de heróis, gente que não pensa muito bem, que transfere suas responsabilidades para outros por inépcia, preguiça ou sei lá qual defeito.

Ficou claro então que a Lava-Jato tinha sim, aliado ao combate da corrupção, um componente político que poderia desviar seu roteiro sujeitando-a ao descrédito.
Sua bola baixou, esse é o fato, visto os despautérios presidenciais roubam qualquer notícia no Brasil, até as do Covid-19.

A Volta? Nem Tanto

A demissão do Moro do Ministério mostrou a ruptura, não com seu ideário de direita pois isso não se muda tão facilmente, mas com o presidente que claramente o enganou desde o início.
Promessas ao STF ou super ministério eram vãs, quem conhece um pouco de política, principalmente de um membro do baixo clero (ou seria baixo meretrício) que sempre se pautou pela mentira.
Acabou a tolerância, ultrapassado o limite da tolerância, a saída dele e suas acusações enfiaram o espinho no calcanhar de Aquiles do nosso psicopata maior.
Talvez, com muita sorte para a nação, o processo que ele iniciou desemboque num impeachment do doidivanas que ocupa o Alvorada.

Mas daí a achar Sergio Moro um herói, vai muita distância. Sua ingenuidade política não o torna um presidenciável à altura do cargo.

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