Não, não foram 30 mil óbitos.
Foi uma fila de 30 mil vidas, uma atrás da outra, suas alegrias e tristezas, seus relacionamentos, ódios e amores, que morreram.
Foi uma família, um grupo de amigos que perdeu alguém.
Não podemos ficar na frieza das estatísticas.
Mesmo que os gestores devam se balizar nelas, é importante chamar o fato como deve: Morte.
Óbito não me parece sinônimo, é impessoal.
Morte sim diz sobre o fim de um caminho, nesse caso do Covid-19 um fim brusco.
Fim triste, desamparado, solitário.
Sem permitir que seus parentes e amigos lhe deem o apoio e carinho suficiente na despedida.
Gestores deveriam perder alguém próximo, isso lhes ajudaria a parar de cuidar de frias estatísticas, em politizações e pensar nas pessoas.
Já somos meio milhão de infectados, provavelmente seremos 1 milhão em 15 dias se nada mudar.É isso o que a curva de crescimento e suas tendências informam.
Fico aqui dia após dia anotando os dados coletados, e ainda não vejo abatimento nas curvas das estatísticas.
Infectados no Brasil |
Mortos no Brasil |
Seremos talvez 50 mil mortos ou mais até daqui a quinze dias.
50 mil histórias interrompidas.Colaboraremos com o mundo com 16,7% dos infectados e 12,5% das mortes sendo somente 2,7% da população do planeta.
Algo está muito errado no Brasil!
Mais empatia,mais alteridade.
Menos partidarização.
Mas amor e menos ódio.
Esse ódio impetrado na nação tem que acabar, e não há muitos remédios disponíveis:
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