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terça-feira, 23 de setembro de 2008

A crise é para quem?

O governo americano está propondo (desesperadamente) tirar US$ 700 bilhões de seus contribuintes.
O congresso quer discutir, o que deixa os maestros da gestão financeira americana no estado emocional mostrado abaixo (foto do G1)
Ben Bernanke presidente do FED (Federal Reserve)
Henry Paulson, secretário do Tesouro dos Estados Unidos

Parece que a coisa não vai bem por aquelas bandas.
Pior, mesmo sem terem conseguido a aprovação deste montante, os outros mercados estão "abrindo o bico" dizendo que esse total não é suficiente para resolver a crise.
E se só o dobro fosse resolver? imagino o FED convertido em uma tenda de candomblé, e o Paulson acima esbravejando em uma camisa de fôrça.

Deve ter muita gente olhando abaixo do nível do mar para ver com mais detalhe o tamanho do iceberg, e no susto do que vê sai berrando por aí: É maior, é maior!!!
A imprensa e os economistas - que parecem não fazem a economia, só tentam toureá-la que o que a competência lhes permite - deixam o louco berrante do "é maior" de lado e se atem àquilo que dá para filmar e mostrar no noticiário.

Mas acho que os loucos é que tem razão: o buraco é mais embaixo.
As demais economias do primeiro mundo (que permitiram , levianamente, que suas poupanças fossem aplicadas em papeis podres) ficam caladas, não querem aderir a medidas tão "heterodoxas" (lembram do termo?) de interferência do estado na economia de mercado.
É a negação desse negócio de neo-liberalismo (que foi a última desculpa para manter relações colonialistas neo-pós-multi-modernas seja lá o nome que se da à exploração dos mais fracos pelos mais fortes no mundo de hoje).
O Bush fez cara de limão azedo por ter que justificar a proposta de intervenção do estado na economia.
Mas que ninguém se assuste, não é nenhuma proposta comunista, lá o estado quer ver o povo pagando os desvarios do "mercado". Estão tentando adubar os jardins de todas as casas americanas com esterco de papel podre.

Mas tem uma pergunta que fica:
Algúem levou o dinheiro, ah! que levou, levou.
Se foram os próprios mutuários; (sei lá se são chamados assim por lá) que supervalorizaram seus imóveis e depois devolveram-nos pelo valor real, e embolsaram a diferença; esse "excedente emprestado" deve estar em algum lugar.
Talvez no invejável consumo americano, assim a roda gigante do maior mercado do mundo continua girar.

Mas o que aconteceu, no frigir dos ovos, é que os demais poupadores do mundo que compraram esse papel higiênico, ops! podre, pagaram o consumo do cada vez mais crescente mercado americano que parece ter um "que" de mentira, de falso.
Um consumo baseado num crédito que eu não precisarei pagar (porque é uma ação de estelionato pós-moderno, involuntário e avalisado por instituições financeiras) é uma mentira em termos de mercado, não tem e nunca terá liquidez.

Mas é isso o que o americano tem feito a muito tempo para manter-se como potência econômica.
Perde o resto do primeiro mundo que comprou papel higiênico usado como título de investimento.
Mas com a mentira vindo à tona, os grandes bancos americanos - todo-poderosos ao julgar o rumo de economias nacionais do terceiro mundo - foram à falência, não souberam cuidar das próprias calças o que significa que tudo o dito anteriormente por eles soa hoje como balela, de argumento "para inglês ver", só servia aos interesses do FMI que era o cobrador da máfia cujo "capo di capi" eram os EUA.

Falando em FMI, numa crise destas cadê o truculento cobrador que não dá seu pitaco neste "probleminha financeiro"?
A manter-se assim calado poderia fechar definitivamente as portas não é?

Bom, tem muita água (suja) pra rolar sob essa ponte.
Vamos assistindo de nariz tapado e olhos atentos.

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