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segunda-feira, 1 de setembro de 2014

A mentira do baixo desemprego.

Cada vez que escuto um economista falar que nosso desemprego está no patamar mais baixo da história me assusto.
Em analises mais detalhadas dizem que o IBGE faz uma pesquisa entre os que procuram emprego.
Qual é a lógica disso, que me desculpem, mas é um método prá lá de meia boca pois não levanta o universo como se deve.
E o resto que está fora do mercado de trabalho, agente mata? Esconde embaixo do tapete?

Trabalho com construção civil a muito tempo e existe um contingente muito, mas muito significativo de trabalhadores nessa área que praticamente não procuram emprego.
Vamos notar que a dita Indústria da Construção Civil tem dois lados, e o que talvez consuma mais mão de obra mesmo é dos canteiros.
É nele que se gera a demanda dos bens industrializados, e que acredito ser muito maior que as montadoras automobilísticas, mas isso é outro assunto.
A questão do dito "emprego" é que me interessa.

Há um ano eu não encontrava gente para fazer nada, era um sufoco encontrar um bom pedreiro, encanador, eletricista. Todos viraram "nobres trabalhadores" e não cumpriam com o combinado.
Hoje, esses mesmos nobres e raros trabalhadores ficam ligando pedindo trabalho.
O maior volume de mão de obra de canteiro não está em grandes obras, que podem otimizar processos e  demandar menos hora - homem para produzir um edifício.
Os trabalhadores autônomos, espalhados como formiguinhas por todos os cantos do país são aqueles que na falta de conseguir uma vida digna no campo aventuram-se nas cidades.
Tendo pouca qualificação pegam no duro batente de servente de obra e com a boa inteligência de boa parte deles vão evoluindo.
Não têm formação, não há tempo, precisam ganhar a vida.
São dezenas de milhões no Brasil.

As lojas de materiais nem ligavam para a fila, nós que esperássemos, agora contam moscas em muitos casos. Se ainda não há desemprego é porque a maior parte das grandes trabalha com vendas comissionadas. Por inércia os vendedores vão ficando no "emprego". Até quando?

A construção teve grande retraída, esse é o fato.
A mão de obra desocupada não aparece nas taxas de desemprego simplesmente porque não procuram emprego, procuram trabalho e não estão achando.

Então agora dá para entender que existe uma parte dos nem-nem que não são vagabundos, são trabalhadores e muitos de ótima qualidade, que não tem chance num país sem projeto, sem governo e com uma classe política que ganha em desonestidade daqueles que estão nas prisões.

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