Não há só intolerância racial no xingamento de macaco, há discriminação o que pode ser até pior.
Mas é um exemplo do racismo ainda arraigado nos hábitos da
humanidade, que poderemos chamar de "branca", que foram considerados eticamente
incorretos mas prevalece culturalmente.
Racismo não só
contra os negros mas contra os morenos de forma geral incluindo aí os
povos oriundos dos otomanos e mesmo os hindus.
Na tentativa de
inclusão deles , tomada como politicamente
correta, nas sociedades "brancas" há uma grande hipocrisia, que se revela quando a xenofobia
explode nos países de primeiro mundo.
Um jovem e bom comentarista do jornal ESP - Guga
Chacra - denuncia que nunca se expulsou tanta gente como no atual
governo americano que, paradoxalmente, é comandado pelo negro Obama.
Na
Europa o quadro discriminatório não é menor, governos tentam reprimir
iniciativas, mas o fato é que o homem europeu, assim como o americano,
não evoluiu muito além de seus interesses próprios.
Nos tempos
prósperos, a importação dos povos "morenos" foi útil, pois todos as
tarefas braçais ou de "segunda importância" eram transferidas para esses pobres e convenientíssimos coitados.
Agora
que o desemprego pega, querem mandá-los de volta, desprezando que já
estão em segunda ou terceira geração e que são, em suma, cidadãos
europeus, infelizmente "de pele escura" e que não foram aculturados por
terem fortes raízes culturais, muitas vezes mais antigas que as dos
próprios países de primeiro mundo.
Esse ciclo de absorção e seguinte rejeição de povos denota a insegurança
torpe de condutas humanas, e o que é pior, não vai
além da conveniência momentânea, e que nada tem a ver com uma evolução
de princípios.
Não houve então a pretendida integração, mas uma mera
aceitação como disse o Aranha goleiro negro xingado de macaco pela
branquela gaúcha.
Darcy Ribeiro exaltando nosso povo moreno acho
que se esqueceu que a região sul do Brasil não é lá um primor nos seus
princípios morenísticos (como diria Odorico Paraguaçú).
Talvez esses preconceitos em países miscigenados como o nosso sejam pior que as xenofobias do primeiro mundo não sei dizer mesmo.
A
escravidão só terminou porque era mais barato pagar salários ínfimos a
ter que sustentar toda uma família para ter a mão de obra dos adultos
disponíveis. Foi pura conveniência.
Por aqui jogaram os negros na rua da
amargura sem dar-lhes chance de vida digna.
Martin Luther King
morreu a meros 50 anos num momento que os americanos se
viram forçados a acabar com o apartheid que lá existia.
Mas a igualdade lá como cá está longe de ser conseguida.
São os negros os mais vigiados, acusados de delinquir, e presos nos nossos países.
São também os que mais morrem de morte matada, aquela que soa bem no poema mas é na dura realidade uma dor atroz
Não é necessário comentar o preconceito contra minorias pois disso temos laudas de texto abordando as bizarrices que acontecem.
Mas negros não são minorias nem aqui nem nos EUA, morenos também, na Europa.
Vencer o preconceito que acaba se fazendo de ambos os lados talvez seja a tarefa mais difícil para os tempos atuais, onde a economia e a convivência estão se degradando rapidamente.
Uma pena décadas senão século perdidos.
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