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sábado, 6 de junho de 2015

Merda! Um tratado que a academia não fez.

Títulos alternativos
Minha Merda Minha Vida
Xiii! Cagei, mas quem não caga?

Sim, faço aqui um tratado socio-psico-filosófico, e por que não dizer engenheiristico (parafraseando Dias Gomes ou Paulo Gracindo em O Bem Amado).
Freud Um pouco de história psi
Faço-o por estar intrigado com o tal do Freud, o dito pai da psicanálise, que ao que me parece falou pouco de merda, apesar de eu não conseguir deixar de pensar que ele deve ter falado muita merda, isso sim.
Mas não sou pessoa muito letrada nestas áreas psicotraumatizadoras que fizeram do cuidador de mulheres mal amadas uma referência na análise psicológica das pessoas de todo o universo.
Eu sinceramente penso nunca ter tido o menor tesão pela minha mãe talvez muito pequeno, bebê ainda, o máximo que reconhecia era aquelas tetas leiteiras que matavam minha fome, mas não se confundam era pura fome, não tinha nada a ver com ver minha mãe nua, tesão ou essas coisas.
Sei que os letrados nas ciências da psique vão me achar um idiota falando sobre isso, mas sinceramente, vez ou outra, a reciproca é verdadeira. Ficamos quites.
Eu estranho muito mesmo uma ciência que trata do conhecimento psíquico pensar ter nascido do trabalho de um médico (aquele adepto a diagnósticos, drogas e bisturis).
Pelo reconhecimento por um ilustrado médico que conheci, o Dr. J.Geraldo Begiatto, a medicina não pode nem ser chamada de ciência. Isso foi dito após ele ter feito doutorado em física quântica na busca quase tresloucada que tem aquela mente borbulhante.
Mas apesar das merdas ditas sobre essas autoridades modernas, meu assunto é a merda em si, o tal do bolo fecal como gostam de chamar os acadêmicos.
O primeiro trauma merdístico
Minha inquietação com assunto tão fedorento começou cedo, na tenra idade.
Lembro-me bem da cena de um bebezinho que não sei mais quem era (ou seja não me lembro tão bem assim), sentado num penico com sua mãe ao lado que queria porque queria parar de lavar fralda suja da merda dele.
Insistia ela para que fizesse sua obra ali, naquele penico de ágata (algumas coisas são marcantes na nossa cabeça tal como esse penico).
Eu e minha mãe ali assistindo a primeira cagada.
Engraçado, com o tempo o ato de esvaziar a barriga vai se tornando privado para as pessoas (não é à toa que o vaso sanitário é apelidado de privada), mas quando a gente não tem muito do que se envergonhar ainda caga em público mesmo.
Acho que com o tempo transformamos nossas cagadas literais em metafóricas num mecanismo muito complexo de substituição de valores que acho que os estudiosos de psicologia poderiam aprofundar em vastos tratados acadêmicos. A mim, leigo não cabe me aprofundar na correlação entre o esses dois tipos de cagada.
Voltando ao tal do bebê no penico, lembro que ele estava meio resmunguento por estar ali. Sei que não era vergonha, mas não sei se era porque o tal penico estava meio gelado (o que sempre é um problema para relaxar o tal do buraquinho quando abundamos em algo frio) ou resmungava por outro motivo.
Mas enfim, veio a tão esperada cagada, meio tímida, malcheirosa como deve sempre ser, mas que surpresa tive ao ver o menino se esbugalhar em um choro tão sentido quando a mãe o levantou e mostrou-lhe a obra.
Eu estranhei o choro pós-ato, e perguntei à minha mãe que também meio sem saber explicar transferiu a responsabilidade para a mãe do bebe, que era mais letrada nestas psicologizadas da vida.
- É a sensação de perda, disse-nos a mãe.
Eu, ainda mais burro do que sou hoje, não entendi patavina com essa história de perda.
Fui logo perguntando -Ele vai querer o que, guardar todo cocô dentro dele?
Fiquei pensando que talvez os bebes fossem barrigudinhos por causa disso, não querem "sofrer a perda" da merda que fizeram. Fiquei até pensando que se espremesse bem a barriga de um deles (como fazia com o tubo de pasta de dente) talvez esborriface merda pra todo lado, mas ficou só no projeto nunca consegui realizar a proeza. Imaginei até uma guerra de crianças apertando bebezinhos barrigudos pelados espirrando merda uns nos outros seria gozado.
Já os políticos, adultos, muito mais espertos e canalhas claro, não vêm a hora de se livrar daquelas suas merdas metafóricas que produzem diuturnamente sem o menor trauma de perda. Como evoluímos não é?
O negócio do "vamos dar um xau pro cocô" que a mãe do bebê inventou foi mais intrigante, o coitado do cagado ali, bunda suja ainda e mal conseguindo enxergar dentro do vaso, tendo que dar xauzinho para a merda que ficou rodando ao se despedir. Eu não tava muito interessado em ver, fiquei pensando se a merda nessa hora derradeira também se despedia do bebê, afinal a perda é recíproca, ela a seu lado perdera aquela barriguinha quentinha e depois de deixada tonta de tanto girar e tinha que se lançar numa louca aventura dentro de tubos escuros do esgoto.
Pobre merda pensei, mas achei melhor não falar senão o bebezinho não pararia mais de chorar pela merda perdida.
Merda nossa companheira inseparável
Há algo de muito estranho na nossa relação com a merda.
Por mais que todos os dias nos despeçamos daquela diária, outra sempre surge para nos lembrar de nossa condição humana.
Para nos lembrar que só poderemos nos manter vivos produzindo-as, ou seja é um mal necessário.
A lógica matemática do se=>então virou comeu=>cagou na merdologia pós-moderna que estou fundando agora.
Mas minha professora do ginásio não gostou muito desse exemplo que dei sobre a lógica, mas que é é!
Aprendendo a conviver então com essa excrescência, a gente vai se acostumando a ter certo controle sobre as atividades correlatas, trocando em miúdos das nossas cagadas.
Quando crianças e jovens, na escola aprendemos que, apesar não ser por apego à merda pois aquele trauma da perda se transforma em um alívio reconfortante, temos que aprender a apertar o orifício anal, o cú para os menos cultos, para que o alívio não venha em hora inadequada, e principalmente até que a professora autorize sua seção de cagada escolar, a literal, fétida.
Mas como sempre fui meio arredio ao autoritarismo, ali representado pelos professores, criei o hábito de dar boa travada no fiofó, de modo a poder me aliviar em casa, onde a autorização era dispensada.
Mas, como toda regra tem exceção, veio o dia em que a trava não estava suportando com o peso de todo o "barro" acumulado na minha barriga.
Já tinha ido para a escola meio "carregado".
Depois de um dia inteiro comendo lanches e refeições o volume, sensivelmente acrescido, estava se tornando peso insuportável para o pobre orifício.
Mas prepotente que sei que sou, achei que dava para caminhar os 2,5 km da escola até minha casa firmando a trava.
Depois de andar alguns quarteirões com aquele passo pé-ante-pe de manequim, só que bem curtinho para não abrir muito as pernas, não aguentei! No meio do caminho, como que numa explosão, caguei nas calças.!

Sim, vejam como é profundo o tratado que agora faço, conto aqui coisas que não contei à ninguém, nem que fosse o próprio Freud sentado no sofá de casa eu contaria.
Estava bem perto da casa de uns tios meus, e entrei literalmente na vilinha onde moravam para poder me desfazer do inimigo inesperado.Não tinha ninguém lá, tive que pular o muro, naquele estado, e invadir o banheiro que tinha na edícula para dar fim àquela situação constrangedora.
Demorou mais de 1/2 hora para resolvê-la.
Voltei pra casa sem cueca, calça molhada aqui e acolá para eliminar os vestígios mais volumosos. Cueca mais ou menos lavada embrulhada, na mala; e por sorte o sapato e a meia não haviam sido atingidos pela explosão bostística.
Mas como tudo na vida é uma lição, aprendi a respeitar a incontinência dos outros, mesmo as que não sejam fisiológicas.
Afinal, quando a merda é muita a gente tem que por pra fora.
Viram o resultado filosófico que a bosta pode nos ensinar?
Aqui cabe também um esclarecimento linguístico: falei em bosta como sinônimo de merda, é verdade mas somente para a bosta humana, bosta é muito mais abrangente, todos os animais a produzem, merda é exclusividade nossa.
Merda que te quero Merda
Na universidade, cursando engenharia civil, vi a importância sociológica da merda.
Os agrupamentos humanos tendem a produzir mais merda/habitante que pequenas comunidades ou até agrupamentos agrícolas.
O motivo é simples, as cidades nos fazem comer mal e como a lógica do se=>então então continua valendo, haja merda no esgoto!
Nós, humanos, toscos e talvez não muito mais inteligentes que nossos predecessores símios, resolvemos juntar a bosta urbana para tratá-la, como está nos livros, mas como a realidade é outra, jogamos mesmo é a merda na natureza.
Os índios e povos menos evoluídos cagam no mato, distribuem sua merda de forma construtiva e adubam a terra. Quando do mato fomos à "casinha" alí fora, começamos a resolver um problema e criar outro.
Para resolvê-lo jogamos uma pá de cal em cima, o que aliás criou essa expressão linguística que deve ser oriunda da merdança, ou da necessidade de suporta-la, ainda segundo a merdologia moderna, expressão essa muito usada pelos políticos brasileiros esquecendo que a origem está na merda cotidiana que produzem.
Quando misturamos a merda com produtos químicos como sabões, detergentes, e outras modernidades, acabamos por contaminá-la, inutiliza-la como adubo natural, e daí pra frente criamos o inferno poluidor que temos hoje.
Em resumo, o homem fez merda com a merda. Deixasse ela "in natura" seria mais útil do que navegando, ensaboada, a céu aberto nos rios.
Só caras muito burros poderiam piorar a merda, e nós orgulhosamente o fizemos.
A menos que você seja um comedor de sabonete, seu cocozinho é ótimo adubo, se assim o usarmos.
Que pena, vira poluição na mão dos idiotas que somos não é?
Os Estados da Merda
Não me refiro a estados político-geográficos, mas a estados físico-quimicos da merda.
Vejam como a merda pode ser um tema tratado com profundidade sem ter que obrigatoriamente enfiar o dedo nela.
Sólida:
a) faz barulho de pedra quando cai no vaso,
b) terror dos que tem hemorróidas e
c) felicidade dos médicos que gostam de passar pomadinha no bumbum de adultos
Média:
a) dizem que é a ideal, em forma de banana (que não seja a prata) e boia na água,
b) não suja muito a bunda,
c) não maltrata para sair.
Esfarelada:
a) quase as características da média mas normalmente vem com um pum explosivo que suja todo o vaso exigindo a vassourinha para uma melhor ação de limpeza.
Líquida:
aquela da diarreia, não há fiofó que a segure, mantenha-se o mais próximo possível do vaso.
A Merda e o Peido, casal inseparável....
A Dona Merda  se casou com o Sr. Peido desde sempre.
Ela muito recatada e silenciosa, ele um barulhento, falastrão.
Ele é sempre o abre-alas magricelo, ela sempre a gorda silenciosa.

Em comum o cheiro, e a casinha onde residem até nos abandonarem.
Um não vive sem o outro apesar do peido, como todo macho, gostar de dar suas escapadinhas sem trazer a merda com ele.
Aí é que a coisa pega, pois ele por magricelo é mais difícil de conter nas garras do tal furico e por vezes escapa. E escapa nas horas mais indesejadas. Mas não se exasperem com isso, com o tempo aprendemos a conviver com isso, atarraxando mais o fiofó em momentos cruciais, de depois mais velhos liberando geral achando que todo mundo tem que entender esses arroubos flatulentos.
A briga eterna
Mas como essas traições do Sr. Peido não ficam impunes, quando ele começa a exagerar nas escapadelas, ela vai ficando brava e passa a não querer sair.
Pronto foi criado o conflito conjugal, ela vai se ressequindo (esclareço que merda não tem ressentimento e sim ressequimento) até se estabelecer no 1° Estado, aquele também chamado quebra-vaso.
Aí as discussões do casal são infindas, e cada vez mais o magrelo do peido resolve sair correndo, não querendo entrar nas discussões de casal que geram o ronca-barriga.
Isso até um dia que Dna. Merda está tão volumosa, que não há muito mais caminho possível para o Sr. Peido, aí quem vai se avolumando é ele, na ante-câmara que a Dna. Merda criou.
Até aí o furico nem mais lembra mais como é cagar, esqueceu, mas não seu dono que fica com aquele discussão incessante na barriga até tomar uma atitude. Laxante neles. Laxante é um tipo de psicólogo fecal que entende que estão separados mas só vão resolver o problema juntos.
Céus, aí o furico volta a lembrar da cagada, que pode ser sofrida demorada com a Dna.Merda ainda insistindo em vir primeiro e segurando lá atrás o Sr. Peido, ou mais rápida tipo explosão, quando ele muito irritado força a barra e saem concomitantemente, é a hora do quebra-vaso.
Enfim, o laxante resolveu a disputa.
Mas como sabemos todos, amanhã tem mais.

Referências Bibliográficas
FOICU, Michel. Vigiar e Punir - História da violência nas prisões de ventre.
Tradução de CUFoi, Ardendo. 4ª edição. Merdando Vozes, 1987.

FREIRA, Renata. Política e Educação nos Casos Conjugais: ensaios. 2ª edição.  São Paulo: Cortou Editora, 1995.

GOLFFMAN, Ervingativo. Manicômios Diarréiticos. São Paulo: Sem Perspectiva, 1974.

LEITE, Tadeu. A tentativa vã de conciliação e liquefação mérdica. Uma contribuição ao trabalho
educativo, à prisão de ventre e a sociedade. 1997.  Dissertação (mestrado em merdologia clássica) /
Universidade do Fundão Paulista.

MELLO, Garante. Educação, pensamento e prática para conter mal maior. São Paulo: Ineditora, 1987.

AMEIXO, Deliroso. Esse cú tem dono. CUritiba: Censurado, Sempre



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