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quinta-feira, 24 de julho de 2014

Deseconomia Brasileira

Estudo em Modelos - Fundamentos
Quando na faculdade de engenharia, nas primeiras aulas de mecânica dos fluídos o professor mostrando teorias pra lá de escabrosas chega a uma equação muito complexa que se bem me lembro tinha integral quádrupla ou quíntupla.
Era uma cadeira que quase todo mundo tomava pau, pensei seriamente em abandonar a disciplina pois pau por pau, preferia ser com menos esforço.
Mas eis que surge a saída honrosa para aquelas equações incalculáveis: ensaios em modelos.
Ao contrário das teorias sobre eletricidade e magnetismo onde álgebra ajuda em novas descobertas, o estudo dos fluídos não conseguem muito êxito só com as equações.
Não é à toa que os supercomputadores voltam-se à aplicações meteorológicas, que no fundo estudam equações baseadas em estudos de modelos e não em teorias puras.
Mas o que tem a ver essa minha história com economia?
É que, não entendendo nada de teorias econômicas, tenho certeza que o grau de complexidade de uma conjuntura econômica está mais para o estudo dos fluídos que da eletricidade.
Por isso lá na vizinha escola de economia parece que se estuda pouca matemática em relação ao que temos que nos dedicar na engenharia.
Penso nas teorias economias como um sistema que tem lá suas equações, complexas mas tem.
Nos estudos de modelos aprendemos a ver efeitos e parametrizar as causas, que se muito complexas, vão sendo ensaiadas mudando-se parâmetros para poder nos aproximar do resultado que o modelo apresenta.
Esse raciocínio me leva a questionar certas bases tidas como seguras.
Primeiro, o modelo é nossa desgraçada economia e seu reflexo na baixa qualidade de vida de nosso povo.
Sei que o aperta daqui, solta dali e tantas tentativas de alterar os parâmetros não tem dado muito resultado, e muitos bytes são gastos com comentários que julgo absolutamente cabíveis mas que, sinto muito senhores economistas, abordam parâmetros de segunda grandeza, firulas que na prática não tem resolvido nada na economia brasileira.
Nosso capitalismo aqui não é como o do primeiro mundo, que também está fracassando por outros motivos.
Li matéria de um gestor de investimentos voltados ao Brasil do J.P.Morgam, que diz que estamos sendo rebaixados como alvo de aplicações, em relação aos demais membros do BRICS.
Eles, para emergir, crescem, e razoavelmente.
Nós não, estamos parados. e na iminência de andar para trás, pois crescimento abaixo de 1% é decrescimento pois o demográfico é levemente superior  a isso.
É interessante então olharmos alguns de nossos parâmetros e compará-los com outros países.
Taxa de Juros
Nossa taxa de juros, pagos pelo dinheiro que o Estado toma como empréstimo no mercado de capitais, é o maior do mundo há décadas.
O resultado disso é que gastamos a maior parte dos impostos arrecadados pagando as viúvas e os lobos maus que aplicam no mercado de capitais.
Sobra pouco para retornar como serviços públicos e por isso temos esse estado de calamidade normalmente maquiado pelo governo A ou pelo B.
As instituições financeiras preferem ser remuneradas a 12% ao ano aplicando em títulos garantidos pelo governo à emprestar para o sistema produtivo ou de serviços, é claro risco zero!
Só que essa mania de Gerson que temos como povo sem caráter, nos está levando ao colapso social.
Esse que querem lucro fácil estão tendo que viver numa jaula, com medo diuturno pela violência que graça solta no país, onde os bandidos usam as cadeias como quartéis generais de onde partem ordens para um exército de bandidos que não veem alternativas de vida.
Quer dizer, se rico ou remediado no Brasil é uma merda também, desculpem a malapalavra, mas há expressões insubstituíveis.
Impostos
Olhando os preços de nossos produtos vemos que parte significativa deles é formada por impostos, o pior modo de recolhimento, pois não é seletivo conforme as classes sociais.
Todos pagam igualmente ricos e pobres. É muito para o pobre e insignificante para os ricos.
Já impostos sobre propriedade, renda, fortunas e outros que se sejam proporcionais à riqueza das pessoas e das empresas, esses tem sua participação minimizada, pois novamente os detentores do capital compram descaradamente uma classe política corrupta por conta de um sistema político-eleitoral do tempo dos coronéis, pior, da Corte.
Novamente esses que só pensam em si , desprezando a coisa pública, o senso de nação, estão acuados em suas jaulas e carros blindados com medo da sociedade que eles, e principalmente eles, acabam criando.
Política x Economia
Com o sistema político que temos, onde os que querem se eleger vendem suas almas aos poderosos, e passam a trabalhar como fantoches destes dentro do Estado.
Vemos essa promiscuidade que todos chamam de escândalos mas que é consequência lógica do sistema.
Vamos aí agregando mais uma classe de Gersons na nossa lista de maus caracteres.
Esses últimos, vendo a vida nababesca dos poderosos, não deixam por menos e tentam se locupletar em sua vida pública, com benesses que o Brasil não suporta.
Como dizia o ex Ministro da Fazenda Mário Henrique Simonsen "o Estado Brasileiro não cabe em nossa economia".
Em todas as esferas vemos uma grande maioria de gente de caráter duvidoso, para dizer pouco, se arrumar num cargo eletivo, ou ao menos numa nomeação em um destes descabidos gabinetes que se espalham em toda esfera e espaço legislativo.
Administração Pública
Novamente aqui graça solta a ineficiência e o mau caráter do nosso povo, que lotam os concursos públicos para arranjar uma cadeira onde pendurar o paletó e aguardar o contracheque mensal, com o menor esforço possível.
A incompetência da gestão pública torna nossa vida um terror.
É novamente fruto de um Estado desorganizado, onde nomeações políticas se sobrepõe à carreiras baseadas em méritos, ascensão concursada e direitos decisórios respeitados.
Ou seja custa-nos caro um serviço burocrático e ineficiente, um desserviço na verdade.
Há um custo embutido nos produtos, já mensurado de mais de 3%, que as empresas gastam internamente para poder atender a burocracia, que aqui deveria ter 2 erres.
Mau Caráter a Causa Única
Apesar de Darcy Ribeiro ter dado tom otimista ao povo brasileiro, esse nosso povo moreno,  acredito mesmo é que atualmente o que prepondera no poder são pessoas de péssimo caráter, que não querem largar as tetas da Viúva como diz Elio Gaspari.
Quanto mais o cidadão está distante do poder, mais apático ele é, ficando à mercê desta grande quadrilha que administra o Brasil desde a Corte, sem mudar praticamente nada a não ser a maquiagem e o tamanho do estado.
Esperança?
Não há esperança para uma má formação do caráter de um povo.
Talvez o nosso pouco sofrimento com desastres naturais, ou com guerras, nos tenha feito uns acomodados, que procuram se virar cada um pra si e Deus pra todos.
Talvez esteja certo o Marcola, grande líder da outra quadrilha que assombra nossa vida, "já que é o cada um pra si, tomemos as coisas na mão grande, roubo é tudo igual. Tanto o deles de colarinho branco, como o nosso de tresoitão".
Saída? Só o porto por onde vieram meus ancestrais, ou a morte que ao menos um dia virá.

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