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quinta-feira, 24 de julho de 2014

E se o Brasil Criasse Vergonha

Escrevi no post anterior sobre nossa "deseconomia".

Não apontei saídas para um estado que é desarranjado há séculos pois nosso povo é o que é.
Mas se houvesse, em nossa vida pública, gente com um mínimo de bom senso um processo poderia ser disparado para colocar a casa em menos desordem em algumas décadas.

Inflação é dinheiro valendo menos, está claro.
Porque o dinheiro pode valer menos para adquirir produtos?
Como é composto o preço destes?
1. Custo Direto
Temos deficiências na qualificação de nossa mão de obra, mas a formação não é uma panaceia.
A grande maioria dos equipamentos utilizados em produção precisam de um treinamento específico para utilizá-lo e isso todo operário sabe.
Muitos, mesmo que o funcionário não tenha tido uma formação de qualidade como oferece o sistema S, ainda assim poderá ter bom desempenho com cursos pontuais que o capacitariam a operar.
Se houver interesse real do meio produtivo, a capacitação virá, e a produtividade será aumentada e se a empresa tiver bom senso social, o salário aumentará gradativamente.
Melhor produtividade implica em menores preços e melhor qualidade, melhorando nossa competitividade.
Por mais de sete anos cuidei dos sistemas de TI da engenharia e produção de uma grande indústria de base. Sou testemunha de operários bem intencionados que visavam qualidade e produtividade. Acredito que seja meta possível.
Redução de custos operacionais indiretos como burocracia só dependem de um estado mais racional.
2. Lucros dos agentes
Quando o meio onde se vive é perdulário como o nosso, onde "todo mundo mete a mão quanto pode" é de se esperar que os lucros embutidos nos nossos produtos e serviços seja um tanto maior que o praticado no resto do mundo.
Mas a produtividade acaba necessitando de novos mercados, e aí a competição é internacional e nesse sentido teremos que passar a praticar lucros compatíveis com o resto do mundo.
Nossa indústria automobilística que tem suas exportações reduzidas para a Argentina não tem qualidade nem competitividade para exportar para outros mercados. Terá vergonha na cara e encarará os desafios ou vão deixar enterrados os investimentos feitos com base em um falso mercado emergente que o Lula lhes vendeu?
3. Transportes e Logística
Fiz engenharia civil na década de 70, e na cadeira de transportes aprendemos que seriamos um país com transportes muito baratos devido à nossa rede hídrica e potencial ferroviário.
Não temos investimento em navegabilidade em nossos rios, ou a natureza os fez assim, ou ficamos a ver navios...só no mar quero dizer.
As ferrovias foram praticamente abandonadas, pois o interesse das automobilísticas em vender caminhões faz forte lobby para que esse modal prepondere.
Mas a falta de investimento em estradas razoáveis, fora o fato destas custarem aqui 2 ou 3 vezes mais que em países decentes, tornam nossas rodovias verdadeiras máquinas de matar.
50 mil mortos por ano é brincadeira?
136 mortos por dia. Gaza é fichinha, precisaram 15 dias para matar 700 isso dá uma média diária de 47 mortos, fazemos 3 vezes esse morticínio aqui fácil fácil.
4. Impostos e Contrapartidas
O imposto que recolhemos nos produtos, por ser elevado, eleva o custo de vida de todos indiscriminadamente.
Não tendo serviços públicos de qualidade mínima temos que arcar com saúde, educação e outros serviços pagos tornando nossa vida mais cara ou viveremos com menos qualidade tornando-nos mais e mais atrasados em relação ao restante do mundo, e nos casos extremos somos levados à bandidagem, que não é culpa do jovem que se tornou criminoso, mas da própria sociedade que engrossa as fileiras do exército do Marcola.

Parece que tudo rema contra nosso país.

Um Novo Estado
Há muito se fala em reformas políticas, fiscais e administrativas, mas ninguém tem coragem de promovê-las.
Mas o bom senso mostra que a continuar como estamos entraremos em colapso, para não dizer que já estamos inoperantes.
Nossa guerra civil não tem bases política.
Um estado enxuto, parlamentos só com parlamentares e assessorias básicas comuns a todos para apoio legislativo, estruturas sem mordomias tantas.
Uma justiça que honre a ética e construa-se com letras maiúsculas.
E uma estrutura administrativa competente, voltada ao real atendimento do povo e das necessidades da nação.
Isso, numa terra com os homens como os nossos é algo impensável acredito.
Ficará para o "day-after" mesmo.

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