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domingo, 9 de novembro de 2014

Com nó na garganta?

A indignação nos traz essa sensação de nó na garganta que parece nos sufocar.

Não falo deste ou daquele governo, nem só do Brasil, mas de um sentimento que tenho certeza as pessoas que pensam, que criticam, que contestam qualquer realidade, tem em todo o mundo.

Estamos divididos em quatro grandes grupos:
  1. Os poderosos que querem o poder a qualquer custo, seja ele nos estados seja no capital, cada vez mais misturado com os estados.
  2. Os críticos, ao qual me incluo, que olham, analisam, debatem, criticam, aceitam as contestações e críticas mantendo um processo de crescimento e porque não propõe soluções. Somos também muitos, mais do que se imagina penso eu.
  3. Uma enorme massa populacional que está em movimento para se definir em qual desses grupos um dia, se a ascensão sociocultural lhes permitir.
  4. Vastas populações de miseráveis espalhadas geograficamente mundo afora, claro com manchas mais visíveis em países de terceiro mundo, mas que não esconde os miseráveis, por exemplo de Nova Iorque o que é um certo paradoxo.
Não quero falar dos dois grupos extremos acima, mas dos do meio, onde há uma possibilidade de mudança a ser articulada.
Os primeiros são, no mínimo, doentes pois estão levando o planeta a uma situação insustentável e não agem dentro de uma lógica mínima de sobrevivência. Já os últimos mal conseguem pensar no pão e água de cada dia, ou semana sei lá.

O Estado e seu governo

Li outro dia superficialmente sobre teoria do estado, onde se afirmava que os humanos tem obrigatoriamente que se agrupar para sobreviver e desse fato decorre naturalmente um processo de delegação de poder e criação de lideranças, e com elas e a organização que o povo requer nasce a res pública, uma forma que romana que parece materializar o sentido de democracia pregado pelos gregos, que vamos e venhamos brilhantes democratas que mantinham escravos, mulheres submissas, meninos ou adolescentes a seus serviços sexuais e outras idiotices destas.

Não há como viver em grupo sem uma forma de governo, mas acho que no virar do século estamos precisando repensar mais seriamente o que seria o estado.
Tal como constituído hoje não está atendendo em parte alguma do mundo as necessidades da humanidade.
Fascista, populista, imperialista, democrático, totalitarista, e tantas outras formas de governo estão se mostrando ineficazes.
Mesmo os parlamentaristas, forma que mais se aproxima do que acho a semente do futuro dos governos, tem se mostrado frágil diante do capital, principalmente esse.

Onde está o erro?

Me parece próprio da natureza humana a cobiça, a luxúria e a maioria dos outros pecados capital.
Praticam e depois vão rezar aos seus deuses o perdão bem gratificado para suas seitas.
Não pratica-los seria mais fácil, e menos custoso, além de deixar de alimentar uma corja que se intitula religiosos.
Não precisamos de religião na conduta social.
Precisamos primordialmente de moral e ética norteando nossas condutas.
Em seguida  vem a alteridade, nossa capacidade de nos colocarmos no lugar dos outros e entendermos que sem ele não haverá o eu.
Aliando esses três predicados a uma inteligência razoável seria muito difícil chegarmos ao estado de coisas em que estamos.
O problema são os tais pecados que insistimos em praticar, já que o perdão vem.
Até quando não se sabe, pois coisa diferente do falso perdão por nossos erros graves, é a impossibilidade de um morto por exemplo perdoar seu assassino, ou o planeta perdoar nossas gana por destruí-lo.

Tem jeito?

Não serão o primeiro ou o último grupo dos citados que farão a mudança.
Ela surgira da possibilidade de articulação dos outros grupos que poderão se organizar contra o estabelecido e sustentado pelo primeiro.
A primeira contraposição é se rebelar contra a propaganda, que é sempre enganosa e baseada em meias verdades emocionalismos tolos a que todos somos tentado.
Não é difícil deixar de dar ouvidos a ela se temos um mínimo de noção de como ela manipula nossas condutas.
A mídia noticiosa tem também forte promiscuidade com o poder do primeiro grupo, pois depende de seus anúncios para sobreviver. Também ela deve ser lida com muito senso crítico, pois nem sempre é isenta.
Mas é papel dos jornalistas procurarem a verdade, e devemos acreditar que a maioria deles se esforça por informar com isenção. Portando devem ter livre manifestação e arcar com suas responsabilidades de bem informar.

Anarquia até que enfim!

As redes sociais são fenômeno recente, do início deste novo século e não seria de esperar que elas colaborassem mais do que já colaboraram.
Mas seu poder é muito grande, e mesmo que monopolizado poderá ter sua hegemonia derrubada, pois a tecnologia é aberta e permite vários tipos de organizações.
Mas algo importante foi revelado pelas redes sociais: o processo anárquico.
Elas permitirão a construção de uma sociedade democrática baseada nos bons princípios anarquistas que defendem primordialmente a forte participação do cidadão nas decisões de "res pública" que o atingem, nos vários graus.
Lá vem o Aleixo falando em anarquia novamente!
Sim, mas eu não criei o processo, ele mesmo se cria sozinho, é quase natural querermos mais participação, querermos ser ouvidos e decidir mais sobre as questões que nos tocam.
Não vou citar as várias iniciativas que se coadunam com esses princípios, falei isso em poster anteriores.
O que falta é uma forma de organizar essa bagunça que estamos criando, de modo a gerar uma força transformadora, que siga regras simples e claras para poder se fortalecer, mas que organize propostas e as encaminhe e cobre sua implantação.
Há muitos movimentos de pressão já estabelecidos e prontos para serem usados, mas ainda falta um tipo de orquestração, que não pode ser criada por indivíduos, mas por um tipo de coletivo que impeça o personalismo, pois esse destrói as possibilidades de participação plural e horizontal.

Há muito o que atualizar nas teorias anarquistas de quase 200 anos atrás, mas há fundamentos que se preservam vivos até agora como o sentido de liberdade, de organizações comunais, de hierarquização federalista.

Como se organizar?

Há redes para todas as finalidades:
O Face eu uso para generalidades, inclusive propondo discussões como esse texto;
O Twitter eu uso para notícias e relações digamos "mais sérias" politicamente falando.
O LinkedIn teria um cunho profissional, mas é extremamente confuso, ou eu muito ultrapassado.
O Instagram ou o Pinterest deveriam ser exclusivos para as belas fotos e filminhos de adoráveis bichinhos, bebes, etc. Momentos de devaneio, mas não mais que isso.
O Asc.fm é uma plataforma que não uso, mas pode ser interessante para a finalidade de criar debates.
Qual seria um espaço ideal para criarmos grupos hierarquizados, para se debater interesses públicos sem ficar enchendo o saco dos outros como faço quando indico meus posts?
Os blogs são veículos para manifestação individual ou de grupos, talvez sejam um caminho.

Só penso que, por se tratar de um tipo de organização coletiva, deveria ter visual e funcionalidade simples pois quanto maior o número de pessoas acessando inclusive com pouco conhecimento de tecnológico, maior seria a inclusão real das pessoas.
Penso em discussões setoriais separadas como:
  1. Regionais (bairros, regiões urbanas e rurais, cidades...)
  2. Sociais e Educacionais (gêneros, faixas etárias, educação....)
  3. Culturais (folclore, música, literatura, teatro, mídias...)
  4. Políticas (estado, representatividade, legislação municipal estatual e federal,federalismo...)
  5. Econômicas (mercado, economia solidária, estruturas econômicas...)
  6. ...um monte de outros que não me arrogo dizer sabedor de todo o tipo de interesse.
Esses grupos poderiam chegar a consensos sobre temas importantes e criar propostas positivas a serem levadas às instâncias representativas nas várias esferas e forçar mesmo a barra para sua aprovação com mobilizações não violentas, organizadas e quaisquer forma de pressão que puder ser feita sobre os nossos representantes.
Não basta falar que esse ou aquele político não me representa, vamos fazer com que eles nos representem na marra, eles são sensíveis ao voto, ao mandato.

Esse post é pra não dizerem que não falei das flores, possíveis flores que podem ser plantadas hoje.

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