Páginas

Tradutor - Translate

domingo, 23 de novembro de 2014

Santo Agostinho Tinha Razão...Em 400DC

Outro dia li matéria sobre a corrupção que citava um princípio preconizado por Santo Agostinho de que "é da natureza humana ser corrupto".
Não sei se é verdade a afirmação dada ao autor, mas acho que seria uma verdade, não fosse o transcorrer de 1.700 anos de história que nos separam daquele filósofo e teólogo que embasa o cristianismo ainda hoje.

Se nesse longo período não conseguimos melhorar nossos princípios éticos convertendo-os em uma moral mais civilizada, deveríamos usar os tablets como tacapes para convencer os outro não é?
Se queremos o direito de usufruir de todo o avanço tecnológico que temos, do aumento de nossa vida útil que com toda certeza deve ter sido duplicada desde aquele tempo, devemos também, por obrigação evolutiva sermos mais avançados em ética, termos uma moral mais adequada para a convivência de uma população que nesse período cresceu geometricamente.
Alegar hoje, que uma pessoa possa ter a posição de "levar vantagem em tudo" como doutrinava Gerson (e diga-se de passagem que não a considerava fora do campo) não é mais tolerável.
Aceitar a corrupção como uma tendência natural do ser humano, e consequentemente incombatível é uma falácia que só interessa aos agentes de tais práticas.

A corrupção, penso eu, é um crime hediondo.
Quando se rouba de outro, seja uma pessoa privada seja pública, está cerceando-lhe uma melhor aplicação que poderia ser dada àquele dinheiro furtado.
Muitas vezes, se está roubando o dinheiro que melhor alimentaria a vítima lesada, ou lhe permitiria uma educação melhor, ou um atendimento médico mais tolerável do que o que vemos hoje.

Hediondo, pois se não mata de fome, mata as esperanças das pessoas.
Mata a fé nas próprias pessoas, o que não deveria acontecer.
Mata a esperança de dias melhores para uma nação.
 Acredito que a maioria da população tende a ser honesta, se desliza vez ou outra é porque se baliza no maus exemplos dos que infelizmente ocupam posições de poder ou prestígio na sociedade.
Um senador ou um juiz que é pego na blitz da lei-seca e se recusa a ser punido, está sendo imoral.
Quando a gente tenta "dar um jeitinho" com o guarda para nos poupar de uma multa, estamos sendo imorais.
Quando se aparelha órgãos de estado com um bando de sangue-sugas que não fazem o trabalho para o qual foram contratados estamos sendo imorais.
Quando um funcionário público nos atende mal, está sendo imoral.
Esses casos são tão graves como  a corrupção que sabemos que sabemos ser endêmica e epidêmica no nosso Brasil de agora.

Se hoje a Polícia Federal e o Ministério Público, brilhantemente organizadas com a ajuda do Dr.Márcio Tomás Bastos que nos deixou essa semana, podem prender presidentes de empreiteiras, corruptores contumazes, haverá o dia em que toda e qualquer forma de beneficiamento, de levar vantagem, de se descompromissar com os deveres de funcionários públicos também serão passíveis de punição.
Quando um rito sumário puder punir um mau caráter que nos atende mal seja gari ou presidente, a ponto de poder demiti-lo de suas funções públicas, teremos um outro país.
Quando a estrutura do estado estiver imune às influências político-partidárias, trabalhando em projetos de longo prazo, com fundamentação técnica, teremos menos imoralidade.
Quando o "doa a quem doer" deixar de ser um simples chavão publicitário e o enriquecimento ilícito e patente de tantos e tantos políticos for colocado às claras, seremos um país melhor.

Vejo nesses organismos um bando de jovens que me dão esperança de que no dia que nós, os mal educados, passarmos definitivamente os bastões a eles construam uma sociedade mais justa, coisa que nós não conseguimos até agora nestes mais de 500 anos.

Nenhum comentário: